EFEITO DA VELOCIDADE E DO ENVELHECIMENTO NA POTÊNCIA MECÂNICA DO COMPLEXO TORNOZELO E PÉ DURANTE O ANDAR
O envelhecimento está associado com alterações estruturais e funcionais do pé que, por sua vez, podem explicar as alterações observadas nas potências da extremidade distal dos membros inferiores. Estas potências têm sido obtidas pela abordagem da dinâmica inversa onde os segmentos, incluindo os pés, são considerados corpos rígidos. Entretanto o pé sofre deformações durante o andar, e adotá-lo como rígido é uma limitação metodológica que restringe o entendimento sobre a função desempenhada pelo pé na marcha. Recentemente, foram propostos métodos mais completos para quantificar a potência mecânica do complexo tornozelo e pé, entretanto, estes estudos tiveram enfoque na população jovem saudável, não sendo possível identificar a aplicação destes métodos para entender a marcha nos idosos. Uma outra limitação dos estudos anteriores que compararam a marcha de jovens e idosos é a falta de controle da velocidade do andar mesmo que esta variável seja considerada confusora pela literatura. Tendo isso em vista, esse estudo visa comparar as potências mecânicas do tornozelo e pé por meio de uma abordagem mais completa em adultos jovens e idosos durante o andar no solo em diferentes velocidades. Para investigar o efeito da idade e da velocidade na potência do complexo tornozelo e pé, os dados cinéticos e cinemáticos de 39 sujeitos (23 jovens e 16 idosos) foram obtidos de um conjunto de dados públicos previamente publicado. Os resultados revelaram um efeito significativo da velocidade nas potências do tornozelo e pé. Por outro lado, o fator idade não apresentou efeito significativo para nenhuma das variáveis dependentes do estudo e não contribuiu significativamente, comparado à velocidade apenas, para explicar as mudanças na variável dependente.