ÓRTESE PADRONIZADA PARA TRATAMENTO DE FRATURA DO RÁDIO DISTAL PRODUZIDA POR MANUFATURA ADITIVA
As fraturas do rádio distal (FRD) estão entre as mais comuns na ortopedia, ocorrendo principalmente em jovens durante acidentes de alta energia e em idosos durante acidentes de baixa energia. Em alguns casos de FRD, não há necessidade de intervenção cirúrgica, apenas a redução fechada e uso de imobilizador são suficientes para a cicatrização óssea. Os imobilizadores mais utilizados para tratar a FRD são o gesso e as órteses de placas termoplásticas, que estão sendo cada vez mais aderidas devido à sua praticidade, leveza e conforto. A literatura apresenta o uso da tecnologia de manufatura aditiva, pelo processo de extrusão de material, na fabricação de órteses personalizadas como alternativa às órteses de placas termoplásticas. Além da personalização, a manufatura aditiva permite a produção de órteses sem desperdício de material, com liberdade de design e com custo acessível. O objetivo desse projeto é desenvolver um modelo padrão de órtese por manufatura aditiva em tamanhos padronizados pequeno (P), médio (M) e grande (G) para o tratamento de FRD. A metodologia foi dividida em quatro fases: 1) Análise estatística dos dados; 2) modelagem e impressão 3D dos protótipos de órteses; 3) Modelagem e impressão 3D de biomodelos do braço e 4) testes de bancada. Na fase 1, oito parâmetros essenciais na determinação das medidas das órteses foram obtidos de um banco de imagens de mãos. A distribuição de frequência, normalidade e correlação desses parâmetros foram verificadas para definir a faixa de tamanhos P, M e G das órteses. Na fase 2, as órteses foram modeladas em ambiente virtual 3D e impressas pelo processo de extrusão de material em polímero termoplástico poli (ácido lático). Vários ciclos de prototipagem foram realizados para melhorar o design da órtese e definir um modelo mais leve, funcional e seguro. A altura da palma foi o parâmetro com melhor correlação com os demais (r entre 0,45 e 0,78), por isso, esse parâmetro foi utilizado como guia na divisão dos tamanhos P, M e G. Os biomodelos do braço foram modelados a partir de dados obtidos do banco de imagens de três voluntários sorteados nos tamanhos P,M e G. O modelo de órtese para tratamento de FRD desenvolvido no estágio atual da pesquisa, apresenta uma estética agradável, mais leveza e resistência comparada ao gesso e melhor preço que as placas termoplásticas. Como perspectiva futura, esse modelo de órtese poderá ser fabricado pelo processo de injeção industrial para produção em larga escala e com preço mais acessível para ser introduzida no mercado.