A Doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurodegenerativa progressiva caracterizada
por sintomas motores debilitantes, como o Congelamento da Marcha (FOG), que impactam
significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Este estudo teve como objetivo
caracterizar eletrofisiologicamente o FOG em pacientes com DP a partir da análise das bandas
de frequência dos sinais do núcleo subtalâmico (STN) e correlacioná-los com as principais
escalas clínicas de avaliação: FOG Score, FOG Severity, POMA (Performance-Oriented
Mobility Assessment) e DGI (Dynamic Gait Index). Fazendo-se a análise espectral, observou-
se que, embora não tenham sido encontradas diferenças estatisticamente significativas entre
os grupos FOG e n-FOG, a banda alpha apresentou uma possível tendência, sugerindo um
papel na diferenciação entre os grupos. A correlação positiva significativa entre a banda theta
e as escalas DGI e POMA reforça a relevância dessa banda na avaliação do controle motor e
do equilíbrio, elementos essenciais para a marcha. A análise de regressão linear revelou um
poder preditivo distinto das bandas de frequência, considerando a lateralidade dos sinais, com
a banda theta destacando-se na predição do FOG Score, DGI e POMA, especialmente no
hemisfério direito. A análise de regressão bilateral indicou que as bandas theta, alpha e high
beta são preditores significativos das escalas DGI e POMA, apontando para a importância da
conectividade e integração inter-hemisférica na função motora dos pacientes. Os resultados
sugerem que protocolos de estimulação cerebral profunda (DBS) que considerem as variações
espectrais e laterais podem otimizar o tratamento do FOG, melhorando os aspectos motores e
cognitivos dos pacientes com DP. Conclui-se que um entendimento mais profundo das
correlações entre a atividade eletrofisiológica e as escalas clínicas é essencial para o
desenvolvimento de intervenções terapêuticas personalizadas, contribuindo para a melhora da
qualidade de vida desses pacientes.