Terapia de Fotobiomodulação: morte celular hipocampal e modulação da neuroinflamação após asfixia perinatal
A asfixia perinatal é um problema de saúde pública mundial caracterizado pela incapacidade de iniciar ou manter a respiração espontânea no momento ou após o nascimento, e a manifestação clínica é chamada de encefalopatia hipóxico-isquêmica. Atualmente, a hipotermia terapêutica é a única terapia disponível para minimizar as sequelas; no entanto, o benefício da hipotermia terapêutica não está bem elucidado e não é permitido em bebês prematuros, uma população particularmente suscetível à asfixia perinatal. A terapia de fotobiomodulação (PBMT) é uma candidata em potencial para promover reações biológicas, não térmicas e não citotóxicas, por meio de eventos fotoquímicos ou fotofísicos. A PBMT produz efeitos benéficos devido à absorção de fótons de luz, especialmente no vermelho e no infravermelho próximo (NIR), e tem sido considerada um tratamento promissor para processos neurodegenerativos agudos ou crônicos. Este trabalho propõe elucidar se a PBM poderia exercer efeitos terapêuticos sobre os déficits agudos e duradouros do hipocampo promovidos por um modelo de asfixia perinatal em ratos com 1 dia vida, quando o estágio de desenvolvimento do sistema nervoso central de roedores é equivalente ao de neonatos humanos pré-termo, bem como os efeitos imunomoduladores da asfixia e da PBMT. Nossos resultados mostraram que a PBMT em dose única impediu a perda celular e atenuou a gliose reativa no hipocampo após asfixia perinatal. Além disso, a PBMT potencializou a retração dos ramos microgliais e levou a uma morfologia ameboide, compatível com a microglia ativada. É interessante notar que identificamos uma diminuição de citocinas específicas imposta pela asfixia que não foi revertida pela PBMT, embora as correlações entre os níveis de citocinas alteradas pela asfixia tenham sido reequilibradas. Em conjunto, nossos resultados lançam uma luz sobre o potencial terapêutico da fotobiomodulação para a asfixia perinatal.