Registros intraoperatórios do cortex da Ínsula Póstero-superior em pacientes com dor neuropática periférica por avulsão de plexo braquial
Introdução: O córtex da ínsula póstero-superior (PSI) é uma das área principais nas projeções espino-tálamo-corticais e muitos estudos de neuroimagem apontam para a PSI como importante para a integração do aspecto discriminativo da dor e da termo-nocicepção. Ambas as estimulações, invasiva e não-invasiva, desta região aumentam os limiares de dor ao quente em pacientes saudáveis, epilépticos e com dor neuropática. Acredita-se que a ínsula está hiperativa ou desinibida em muitos modelos de dor neuropática e o aumento local de sinal BOLD, que provavelmente está relacionado às oscilações da banda gama, foram comumente reportados na dor neuropática periférica. Por outro lado, a verdadeira atividade basal da PSI e sua resposta ao estímulo térmico doloroso continua sendo amplamente desconhecido, e este estudo poderia fomentar modelos mais acurados quanto à ocorrência da dor crônica no cérebro. Métodos: De seis pacientes altamente responsivos à estimulação magnética não invasiva da PSI foram registrados o potencial de campo local (LFP com taxa de amostragem de 250 Hz e frequências de cutoff de 1-80 Hz) da PSI no repouso e após estímulo doloroso quente e estímulo não doloroso mecânico durante o procedimento de implante de dispositivo de estimulação elétrica profunda na PSI (NCT04279548): densidade espectral de potência foi calculada, usando épocas de 5 segundos e as bandas de frequência clássicas. A atividade de multi-unit (MUA) foi registrada no repouso (taxa de amostragem de 20KHz e frequências de cutoff de 1-5000kHz) por 30 segundos e foi aplicado o algoritmo de spike sorting com k-clusters. Resultados: A potência do LFP do repouso teve um pico em teta (6,0-7,5 Hz) e em alfa (9,5-10,5 Hz), enquanto a banda delta teve a maior potência espectral em todas as condições. O estímulo quente doloroso aumentou a potência de alga, sigma e beta de 17,28 para 41,06% da linha de base, enquanto no estímulo não doloroso a potência diminuiu. O Micro-registro (n=4) teve atividade de spikes de 10,2 Hz (2,28-16,8 Hz). Conclusão: O LFP da PSI no repouso na dor neuropática mostrou atividade predominante a baixa frequência, que é modulada de modo diferente pelos estímulos experimentais doloroso e não doloroso.