PPGNCG PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROCIÊNCIA E COGNIÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Telefone/Ramal: Não informado http://propg.ufabc.edu.br/neuro

Banca de QUALIFICAÇÃO: VICTOR DISTEFANO WILTENBURG

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : VICTOR DISTEFANO WILTENBURG
DATA : 25/02/2021
HORA: 14:30
LOCAL: por participação remota
TÍTULO:

Efeito terapêutico da ayahuasca sobre a dependência de etanol e possíveis mecanismos moleculares 


PÁGINAS: 80
RESUMO:

A dependência por drogas é um problema que afeta tanto a vida do dependente como a sociedade. A ayahuasca é uma bebida usada em cerimônias religiosas, preparada com duas plantas, a Psychotria viridis, que possui o alucinógeno DMT, e Banisteriopsis caapi, que possui alcaloides β-carbolinicos que inibem a monoaminoxidase, diminuindo o metabolismo do DMT. Alguns estudos observacionais e experimentais sugerem que a ayahuasca pode ser útil para prevenir ou tratar a dependência de drogas. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do pré-tratamento com chá de ayahuasca em modelos animais de dependência de etanol. Os alcaloides do chá de ayahuasca foram quantificados por meio de HPLC acoplado a espectrofotômetro de massas (HPLC-MS/MS). Foram utilizados camundongos albinos swiss, machos, com 3-5 meses de idade. O perfil farmacológico da droga foi avaliado por meio de testes de triagem (n = 10 / grupo) administrando água (controle, C), ayahuasca liofilizada (AL, 650, 3560 e 5000 mg/kg e o chá de ayahuasca na forma original (AC, 650 mg/kg). Os mesmos animais foram avaliados quanto à atividade motora no rota-rod à 12 RPM. Um segundo grupo de camundongos (n = 10 / grupo) foi avaliado no modelo de preferência condicionada ao lugar (PCL). Os animais receberam água (C), AC (650 mg/kg), AL (130, 650 e 1950 mg/kg) por gavagem, enquanto 2 g/kg de etanol (20%) e solução salina (0,9%) foram utilizados nos dias de condicionamento adminsitrados via ip. Outro protocolo utilizado foi o de sensibilização comportamental. Os camundongos (n = 8 / grupo) receberam doses diárias de água ou ayahuasca (AL 650 e 1950 mg/kg) administrado por gavagem e etanol (2 g/kg, 20%) ou salina por via ip por 14 dias. Os animais foram avaliados quanto a distancia percorrida em arena de campo aberto nos dias 01, 05, 09 e 14. Os resultados foram analisados pelos testes t-Student, ANOVA, Mann-Whitney U, Wilcoxon seguido de teste de Tukey como post-hoc. A significância estatística foi estabelecida em p<0,05. A dosagem dos principais alcaloides do AC apresentou as seguintes concentrações (mg/mL): harmina (2,19), harmalina (0,21), tetrahidroharmina (1,66) e DMT (0,07), compatíveis com as relatadas na literatura.. Na triagem farmacológica, apenas os camundongos tratados com a dose mais alta (5 g/kg) apresentaram alterações qualitativas de comportamento e diminuição da atividade locomotora, demonstrando que as doses de 130 a 1950 mg/kg são adequadas para testes pré-clínicos. No teste de PCL os animais não apresentaram preferência na arena na avaliação basal. Após o pré-tratamento com ayahuasca e condicionamento com etanol, apenas o grupo controle apresentou preferência condicionada comparando o ambiente não pareado (NPR) e pareado (PR) (NPR/PR): C = 311±47 / 371±44 *, p = 0,048; AC650 = 266±83 / 391±120; AL130 = 320±36 / 326±58; AL650 = 339±140 / 346±114; AL1950 = 316±54 / 321±96, sugerindo que a ayahuasca bloqueou o PCL induzido por etanol. Na sensibilização comportamental a comparação entre o dia 01 e 14 de cada grupo experimental, mostrou diferença apenos nos grupos AL650:salina (p = 0,023) e água:salina (p = 0,048) e não mostrou diferença estatítisca nos grupos que receberam etanol, incluindo o grupo controle (água:etanol). Apesar da ausência de sensibilização no teste com administração de 14 dias de etanol, estes resultados parciais apoiam a hipótese do potencial terapêutico da ayahuasca; Atualmente os encéfalos dos animais estão sendo analizados por imunohistoquímica com anticorpos específicos, para elucidar possíveis vias moleculares e auxiliar nas futuras discussões.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - Interno ao Programa - 1762353 - MARIA CAMILA ALMEIDA
Membro Titular - Examinador(a) Interno ao Programa - 1893240 - RAQUEL VECCHIO FORNARI
Membro Titular - Examinador(a) Externo à Instituição - KARINA POSSA ABRAHÃO - UNIFESP
Membro Suplente - Examinador(a) Interno ao Programa - 1994696 - SILVIA HONDA TAKADA
Notícia cadastrada em: 20/01/2021 22:00
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