ADAPTAÇÃO DO INVENTÁRIO DE ATITUDES FRENTE AO TEMPO E DA ADOLESCENT AND ADULT TIME ATTITUDE SCALE PARA O CONTEXTO BRASILEIRO
O tempo influencia intrinsecamente as atividades humanas, a organização e as experiências pessoais. Embora o tempo do relógio forneça uma estrutura estruturada para o nosso mundo, o tempo subjetivo é uma construção multifacetada moldada por normas socioculturais, viéses individuais, pensamentos conscientes e emoções. Este estudo avança na compreensão do tempo subjetivo por meio de abordagens metodológicas inovadoras e análises exploratórias. No primeiro artigo, aproveitamos o modelo Sentença-T5 para quantificar a sobreposição semântica entre várias escalas de autorrelato de tempo subjetivo. Ao gerar incorporações de alta dimensão de itens de escala e analisar a similaridade semântica usando similaridade de cosseno, identificamos agrupamentos de escalas com conteúdo sobreposto. O agrupamento hierárquico revela dois agrupamentos primários: "experiência temporal", que abrange diversos aspectos de como os indivíduos vivenciam o tempo decorrido, percebem as durações e conceituam o tempo, e a "perspectiva do tempo", com foco em orientações e avaliações através de quadros temporais distintos - passado, presente, e futuro. Esta análise melhora a nossa compreensão da validade do construto e identifica potenciais redundâncias e sobreposições conceituais entre escalas de tempo subjetivas. O segundo artigo explora a adaptação de duas escalas existentes – o Time Metaphors Questionnaire Short-Form e o Time Meaning Questionnaire – ao contexto brasileiro. Também examinamos a relação entre o tempo subjetivo e o funcionamento afetivo. Nossos resultados exploratórios destacam uma interação complexa entre o tempo subjetivo, estratégias de regulação emocional e bem-estar, sugerindo novas direções de pesquisa e intervenções potenciais para melhorar o bem-estar emocional através de uma melhor compreensão do tempo subjetivo.