Cartografia e Neurociência Cognitiva: Como os estudantes de 9 e 10 anos lêem mapas temáticos?
É posto a importância da compreensão de mapas para que estejamos habilitados a analisar, questionar, criticar e atuar no espaço em que vivemos. Cientes disso, de forma exploratória esta pesquisa buscou (i) verificar, identificar e analisar as disparidades e/ou semelhanças no rastreamento ocular de alunos de 9 e 10 anos durante a leitura e interpretação do mapa temático; e (ii) desenvolver, mediar/aplicar e validar uma metodologia/estratégia que aprimore as habilidades de leitura e interpretação de mapas temáticos e resulte em maior assertividade da tarefa. Utilizamos como métrica os dados obtidos através do Eye-Tracker e questionário coletados de uma amostra de n=112 crianças de escolas públicas e privadas na Região Metropolitana de São Paulo. A partir de análises parciais (i), concluímos que, para tal amostra, há evidências de um padrão de visualização do mapa para tal faixa etária, com maior tempo médio de fixação na legenda seguido da área do mapa. Também verificamos que não há diferença estatisticamente significativa em relação ao tempo médio de fixação das diferentes partes do mapa entre diferentes grupos. Observamos também que alunos acertaram a tarefa gastaram mais tempo na legenda e área do mapa, enquanto que alunos que erraram gastaram mais tempo em áreas consideradas não relevantes para o sucesso da tarefa. Apesar de existirem trabalhos que investigaram sobre a leitura de mapas temáticos utilizando o Eye-Tracker, são ainda escassas pesquisas que foquem na melhoria do ensino do mesmo para crianças. Acreditamos que tais resultados podem dar pistas de como o professor pode planejar e atuar em uma aprendizagem mais eficiente.