A INFLUÊNCIA DO ISOLAMENTO SOCIAL NA COGNIÇÃO, NA EMOÇÃO E NA MOTRICIDADE DE IDOSAS HÍGIDAS: UM ESTUDO COMPARATIVO
Introdução: O Brasil enfrenta um rápido envelhecimento populacional, o que aponta para a importância do entendimento da saúde da pessoa idosa. Pesquisas ressaltam que atividades relações sociais são cruciais para manter a saúde emocional, cognitiva e a motricidade das pessoas idosas. A pandemia da COVID-19 intensificou os desafios relacionados ao isolamento das pessoas idosas, especialmente da mulher, devido à política de distanciamento social. Este estudo examinou o impacto do isolamento em mulheres idosas (60-70 anos) nas funções cognitivas, emocionais e motricidade, comparando aquelas socialmente isoladas com as envolvidas em atividades sociais. Métodos: A amostra incluiu 39 mulheres idosas hígidas, divididas entre grupo em isolamento (coleta de dados virtual) (n=22) e em atividades presenciais (coleta presencial) (n=17). Foram aplicados testes cognitivos (Bateria de Avaliação Frontal, Mini-Exame do Estado Mental, Teste de Fluência Verbal Semântica, Teste de Trilhas A e B e Tarefa de Bissecção Temporal), de motricidade (resistência de força de membros superiores e inferiores e Questionário de Baecke Modificado para Idosos) e aspectos emocionais (DASS-21 e WHOQOL). A análise de dados incluiu estatísticas descritivas, teste de U de Mann-Whitney, e correlações de Spearman ou Pearson, com um nível de significância de <0,05, utilizando o software Jamovi e Statistica 10.0. Resultados: Foram observadas diferenças significativas nos sintomas de ansiedade, depressão, na qualidade de vida, na resistência de força de membros superiores e inferiores, no nível de atividade física, na tarefa de bissecção temporal, na tarefa A do Teste de Trilhas, no desempenho na Bateria de Avaliação Frontal e no Mini-Exame do Estado Mental, mas não houve diferença entre os grupos na fluência verbal semântica, na tarefa B do Teste de Trilhas e nem do estresse. Conclusão: o grupo de idosas em isolamento social obteve piores resultados em aspectos cognitivos do que o grupo em atividades sociais, como na função executiva, memória operacional, controle de impulsos, percepção do tempo e coordenação motora fina, supostamente devido ao aumento dos sintomas de ansiedade e depressão e à redução no nível de atividade física desse grupo. Entretanto, é necessário que se realizem mais estudos controlados e randomizados a fim de captar os efeitos causais do isolamento nas habilidades cognitivas, emocionais e de motricidade