Análise de Registros Elétricos Invasivos da Ínsula em pacientes com dor neuropática por lesão do plexo braquial e pós-Herpes zoster
A ínsula é uma estrutura subdivida tanto com respeito à distribuição celular, quanto com respeito à sua função desempenhada e conectividade anatômica. Uma destas funções tem relação com a questão sensorial e discriminativa da dor, sendo a porção póstero-superior (ou dorsal posterior) a mais envolvida, tal que pacientes com dor crônica provavelmente apresentam atividade alterada. De fato, estudos de neuroimagem têm apontado nessa direção e experimentos com TMS (estimulação magnética transcrineana) têm mostrado possibilidades de modulação da atividade da ínsula póstero-superior (PSI) para melhorar de algum modo a condição de dor dos pacientes. Uma vez que a neuromodulação por TMS tem mostrado resultados positivos, cogita-se a terapia com DBS (Deep Brain Stimulation), o que demanda neurocirurgia para o implante do eletrodo. Além de ser um procedimento que pode ser auxiliado por protocolos de biomarcadores eletrofisiológicos (por microrregistro e macrorregistro), a introdução do eletrodo de DBS permite conhecer localmente a atividade elétrica da PSI, e mesmo de suas adjacências. Diante disso, este trabalho se propõe a analisar os registros intra-operatórios de modo obter, em frequência, a atividade espontânea da PSI em repouso. Para tanto, foram analisados dados de Local Field Potential (LFP - no presente contexto, também denominado de macrorregistro) de 7 pacientes com dor crônica, obtidos através do eletrodo de DBS, em repouso. As análises foram de Densidade Espectral de Potência (PSD) através do Método Welch com janela hamming, comparada com Método de Welch com janela retangular e Método MultiTapper. Esta comparação teve o intuito de confirmação por diferentes técnicas de estimação espectral os picos. Uma vez que a PSD traz a média da atividade em frequência, para observar o comportamento elétrico dinamicamente, também foi calculado o Espectrograma do LFP. De fato, olhando para as estimativas de PSD, as componentes mais proeminentes parecem ser de baixas frequências, com pico em cerca de 1 a 2 Hz, e como picos de menor amplitude ("secundários"), entre 12 e 13 Hz, e alguns pacientes mostraram algo em cerca de 17Hz. Apenas um paciente mostrou componente em cerca de 7Hz. Futuramente, pretende-se analisar os dados de LFP de estimulação sensorial (temperatura e tato, principalmente) e, como foram obtidos os registros de Spikes, realizar Spike Sorting por K-clusters, o que também permite obter a frequência de disparos.