BUROCRATA DE MÉDIO ESCALÃO - PERFIL E ATUAÇÃO NA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE AÇÃO AFIRMATIVA EM UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS
De início, o estudo busca mapear o perfil da servidora/o ocupante do cargo na gestão, no processo de formulação e implementação das políticas afirmativas em universidades federais brasileiras. Descrita como Burocracia de Médio Escalão (BME), gerenciam os recursos necessários para garantir a igualdade de condições nas disputas por acesso e assistência à permanência estudantil no sistema de educação superior. A pesquisa examinará três Universidades Federais selecionadas em razão de suas políticas de ação afirmativa, bem como seguida por suas diferentes instâncias de decisões implementadoras internas das IES no período entre 2010 e 2019. O trabalho organiza-se a partir de dados secundários e levantamentos bibliográficos extraídos de bases de dados do Governo Federal, repositórios legislativos e universitários; observação em campo e entrevistas pautadas em roteiro semi-estruturado. Desenvolvendo-se a partir da ideia do processo de produção da política pública, observa as fases formulação e implementação no que resulta em programas, projetos e ações afirmativas de assistência ao acesso e à permanência estudantil nas universidades públicas federais. A expectativa é ilustrar a agência da burocracia pública no processo decisório da política de ação afirmativa e seu modelo de gestão. Tomando como ponto de partida as contribuições teóricas dos estudos organizados Ana Cláudia Capella (2018), explorando o processo de formulação de políticas públicas; por Cavalcante e Lotta (2015), visando questões como atuação e autonomia de gestão sobre o processo; e as reflexões de Luciana Tatagiba e colaboradoras/e (2018), sobre a influência de agentes sociais sobre as políticas públicas. Ao final, esperamos contribuir com a política de gestão de pessoas; colaborar com o desenvolvimento da agenda de pesquisas sobre BME; além de somar ao debate revisional das normas garantidoras de igualdade de condições nas disputas, não apenas por acesso à vaga, mas também às necessárias para uma permanência assistida em suas diversas possibilidades.