PPGCHS PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Telefone/Ramal: Não informado http://propg.ufabc.edu.br/ppgchs

Banca de QUALIFICAÇÃO: ILDO DOS SANTOS FERREIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ILDO DOS SANTOS FERREIRA
DATA : 16/02/2023
HORA: 10:00
LOCAL: Virtual
TÍTULO:

FORMULANDO A INVISIBILIZAÇÃO: A COLABORAÇÃO DA FARMÁCIA NA MANUTENÇÃO DO RACISMO ESTRUTURAL

 

PÁGINAS: 63
RESUMO:

As dinâmicas de manutenção do racismo ocorrem por conta das relações que existem em diversos espaços sociais cotidianos. Isso acontece porque esses espaços foram construídos e consolidados baseados em um processo de hierarquização racial e consequentemente uma anulação da população negra em locais de poder e destaques positivos. Um exemplo disso é a baixa representatividade e representação de profissionais negros e negras nos espaços de poder da Farmácia. Historicamente, através de suas publicações, diretorias e presidência, os Conselhos Regionais e Federal de Farmácia colaboraram com a construção da imagem do profissional farmacêutico como uma pessoa branca. Considerando que existem farmacêuticos e farmacêuticas negros e negras, mas esses tiveram sua existência anulada em determinados espaços, funções e representações de destaque na área profissional, pode-se refletir sobre a invisibilidade desses profissionais não apenas entre seus pares, mas na sociedade como um todo. Essa situação é um dos muitos exemplos de como o racismo estrutural opera nos espaços institucionais e cotidianos de nossa sociedade. Na condição de Farmacêutico que trabalhou por mais de vinte anos na Saúde Pública e Cientista Social que vem atuando na área da Educação há pouco tempo, busco compreender como aconteceu histórica e culturalmente a ausência de negros e negras no centro da representação profissional farmacêutica. Para isso, faço um levantamento dos processos de marginalização dessa parcela da população tanto nessa área específica quanto na Saúde Coletiva e espaços educacionais. Nessa investigação, fazendo uso de diálogos entre Clóvis Moura, Angela Davis, Silvio Almeida, Neusa Santos Souza, Lélia Gonzalez e Frantz Fanon, trago as definições de racismo estrutural e as formas pelas quais o racismo ocorre na sociedade. Além disso, busco entender como a Indústria Farmacêutica, ao investir fortemente nas relações com estudantes e profissionais, acaba produzindo não apenas medicamentos, mas também profissionais de acordo com seus próprios interesses econômicos. Ao cruzar essas duas trajetórias (marginalização da população negra e formação de profissionais farmacêuticos), proponho que, sendo o profissional farmacêutico uma espécie de produto da Indústria Farmacêutica e com a população negra tendo sido historicamente direcionada a lugares de marginalização social, a Indústria colabora com a manutenção do racismo estrutural em nosso país ao compreender que o profissional farmacêutico negro seria um “produto” que não deve ir para um lugar de destaque na “vitrine”, sendo a invisibilização desses profissionais o resultado desse processo.

 

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - Interno ao Programa - 1762338 - MARIA GABRIELA SILVA MARTINS CUNHA MARINHO
Membro Titular - Examinador(a) Externo ao Programa - 2354087 - RAMATIS JACINO
Membro Titular - Examinador(a) Externo à Instituição - DELTON FELIPE
Membro Suplente - Examinador(a) Interno ao Programa - 1227719 - PAULO SERGIO DA COSTA NEVES
Notícia cadastrada em: 01/02/2023 16:13
SIGAA | UFABC - Núcleo de Tecnologia da Informação - ||||| | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa-1.ufabc.int.br.sigaa-1-prod