PPGCHS PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Telefone/Ramal: Não informado http://propg.ufabc.edu.br/ppgchs

Banca de QUALIFICAÇÃO: AMANDA LUZIA RECKE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : AMANDA LUZIA RECKE
DATA : 13/12/2022
HORA: 13:00
LOCAL: modo remoto
TÍTULO:

MASCULINIDADE HEGEMÔNICA E MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA:

Um estudo sobre as práticas que constroem as masculinidades jovens


PÁGINAS: 51
RESUMO:

O foco principal que guiou a formação do campo de estudos de gênero (na segunda metade do século XX) e sua posterior institucionalização acadêmica (na década de 1980) era estabelecer uma base teórica-conceitual (mas também política) capaz de evidenciar que a subordinação das mulheres era uma construção da sociedade patriarcal e, desse modo, poderia ser combatida. Como o foco durante este período de formação/institucionalização esteve voltado quase exclusivamente para a relação de subordinação das mulheres dentro do sistema social patriarcal enfatizado e estudado pelas teorias feministas, as pesquisas sobre homens e masculinidades permaneceram à sombra (ARRILHA, UNBEHAUM, MEDRADO, 1998). Conforme explicaremos detalhadamente nas seções que compõem este primeiro capítulo, o campo de estudo das masculinidades vêm se desenvolvendo desde o final da década de 1980 derivando o seu aparato teórico-conceitual e suas abordagens metodológicas de diálogos com as teorias feministas.   

A presente pesquisa se vincula à corrente que, na tradição dos estudos de masculinidades, tomam o gênero como uma construção social situada histórica e culturalmente (BEAUVOIR, 2016a, HARAWAY, 2004; CONNELL, 2105; CONNELL e PEARSE, 2015; VIGOYA, 2018 et. al.). Além disso, esta pesquisa reconhece que os estudos das masculinidades são devedores dos avanços promovidos pelas teorias feministas, sobretudo em relação ao modo como estas capturaram teórica e conceitualmente o problema central da subordinação das mulheres. Contudo, vale ressaltar que a pesquisa aqui apresentada considera que o poder opera através de múltiplas e fluídas estruturas de dominação (PISCITELLI, 2009). Essa perspectiva nos permite uma compreensão do gênero como parte de um sistema de dominação intimamente articulado com classe, raça, nacionalidade, idade entre outras dimensões.

O objetivo principal dessa dissertação é investigar como as práticas que constroem as versões locais de masculinidades de jovens (entre quinze e dezoito anos) são constituídas a partir da interação entre os elementos associados à masculinidade hegemônica (desempenho heterossexual, força física, sucesso financeiro, entre outras categorias) e aos marcadores sociais da diferença (como por exemplo, raça, classe, nacionalidade, sexualidade).

Neste primeiro capítulo – que compõe o material para exame de qualificação – o objetivo é apresentar os principais pressupostos teóricos que orientam a investigação do problema de pesquisa a partir do resgate da trajetória histórica dos estudos de gênero e consequentemente dos estudos de masculinidade. Além disso, pretendemos apresentar o aporte teórico que viabilizará nossa investigação.   

Este primeiro capítulo da dissertação está estruturado em duas grandes seções. Na primeira seção apresentaremos um breve histórico do desenvolvimento do campo de estudos de gênero. A intenção é lançar luz sobre o que a literatura considera como principais contribuições e os pontos de inflexão do campo. O enfoque nesta primeira seção prioriza a transição da categoria “mulher” para a categoria “gênero”, uma vez que essa transição é um dos pressupostos teóricos desta pesquisa, pois, constitui o componente fundamental para que os estudos sobre homens e masculinidades emergissem e pudessem se expandir.  Na segunda seção, apresentaremos os principais conceitos teóricos que alicerçam a pesquisa: o conceito de gênero (CONNELL e PEARSE, 2015; CONELL 2016); ordem de gênero e regime de gênero; (CONNELL, 1983; CONNELL, 1987; CONNELL 2015; CONNELL e PEARSE, 2015; CONNELL 2016) e masculinidade hegemônica (CONNELL, CARRIGAN E LEE, 1985; CONNELL, 1987; CONNELL E MESSERSCHMIDT, 2013). Estes quatro conceitos teóricos compõem, junto com o conceito de marcadores sociais da diferença (SCHWARCZ, 2015; SIMÕES e CANCELA, 2018) nosso problema de pesquisa.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - Interno ao Programa - 2419487 - ROBERTA GUIMARAES PERES
Membro Titular - Examinador(a) Interno ao Programa - 2318885 - ARLENE MARTINEZ RICOLDI
Membro Titular - Examinador(a) Externo à Instituição - GLAUCIA DOS SANTOS MARCONDES - UNICAMP
Notícia cadastrada em: 07/12/2022 14:56
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