PPGCHS PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Telefone/Ramal: Não informado http://propg.ufabc.edu.br/ppgchs

Banca de DEFESA: FABÍOLA PEREZ CORRÊA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FABÍOLA PEREZ CORRÊA
DATA : 29/11/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Remoto
TÍTULO:

As relações e percepções de meninas com passagem pelo sistema socioeducativo com as dinâmicas do mundo do crime em São Paulo


PÁGINAS: 150
RESUMO:

O presente trabalho investiga a atuação de meninas com passagem pelo sistema socioeducativo de São Paulo no tráfico de drogas a partir da perspectiva do trabalho. O objetivo central da pesquisa é analisar as relações e percepções das jovens que cumpriram medida socioeducativa de internação em unidades de privação de liberdade da Fundação Casa de São Paulo acerca dos expedientes de trabalho do comércio ilícito de drogas. A problematização desta pesquisa consiste em investigar como ocorre a conformação de resistências e sujeições nas adolescentes que atuaram nos pontos de comercialização de drogas em São Paulo e cumpriram medida de internação por ato infracional análogo ao tráfico. De modo a articular distintas categorias e áreas do conhecimento, a pesquisa concentra seu embasamento teórico em estudos que discorreram sobre como o gênero estrutura a punição no sistema socioeducativo, as dinâmicas criminais do tráfico de drogas em São Paulo, bem como os mecanismos de controle e resistência nas unidades femininas de internação. Dessa forma, foram realizadas dezesseis entrevistas, sendo dez com adolescentes privadas de liberdade e seis com garotas viveram a experiência da internação e estão em liberdade. Assim, o estudo possibilitou verificar que a repartição de tarefas no tráfico de drogas destina funções secundárias e de âmbito doméstico às mulheres e que o acúmulo de tarefas se sobressai tanto nos pontos de venda das substâncias quanto em suas vidas privadas. Concluiu-se que o tráfico se configura como uma forma de resistência encontrada pelas jovens para enfrentarem o contexto de precariedades vivenciado por elas durante a infância. Ao mesmo tempo em que possibilita relações de ganhos e autonomia, a divisão sexual de tarefas na atividade proporciona sujeições a comandos e maior exposição a processos de incriminação. Observou-se ainda que o intenso contato com os trabalhadores dos pontos de comércio de droga e membros do PCC, as recorrentes abordagens policiais e a passagem pela internação colaboram para o processo de sujeição criminal. Entretanto, a atribuição de funções secundárias faz com que as jovens não se percebam como sujeitas nesse processo. O trabalho, por fim, possibilita refletir sobre os efeitos dos assujeitamentos produzidos pela internação, presentes mesmo após as jovens deixarem as unidades, transformando buscas pessoais em rótulos e estigmas de punição.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - Interno ao Programa - 1891496 - CAMILA CALDEIRA NUNES DIAS
Membro Titular - Examinador(a) Interno ao Programa - 2222046 - ALESSANDRA TEIXEIRA
Membro Titular - Examinador(a) Externo à Instituição - LIANA DE PAULA
Membro Suplente - Examinador(a) Interno ao Programa - 2318885 - ARLENE MARTINEZ RICOLDI
Notícia cadastrada em: 29/10/2021 08:40
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