Migração forçada do povo Rohingya: Uma perspectiva a partir das Relações Internacionais
Esta dissertação aborda a migração forçada do povo Rohingya em Mianmar, analisando o tema à luz da Teoria Decolonial para compreender as dinâmicas históricas e coloniais que sustentam sua exclusão. O trabalho busca entender como as estruturas de poder, racialização e exclusão, sob uma perspectiva decolonial, explicam e perpetuam a migração forçada dos Rohingyas? O objetivo geral é investigar as causas estruturais dessa exclusão, enquanto os objetivos específicos incluem: (1) explorar a história da marginalização dos Rohingyas em Mianmar, (2) aplicar os conceitos de colonialidade do poder e do saber para compreender a exclusão, e (3) avaliar as respostas internacionais, especialmente as resoluções da ONU, para identificar se elas abordam as raízes do problema. O marco teórico baseia-se na Teoria Decolonial, com destaque para os conceitos de "colonialidade do poder" e "colonialidade do saber", propostos por Aníbal Quijano e Walter Mignolo, que mostram como a colonialidade transcende o período colonial e continua a operar nas esferas social e política contemporâneas. Estes conceitos são aplicados para entender como as hierarquias raciais e as exclusões são perpetuadas e como a narrativa ocidental sobre os Rohingyas contribui para a sua subalternização. A metodologia adotada é qualitativa e baseada em análise documental de fontes primárias e secundárias, incluindo relatórios, resoluções da ONU. A análise busca conectar as respostas internacionais com a teoria decolonial, investigando até que ponto elas desafiam ou reforçam estruturas coloniais. A dissertação divide-se em três capítulos: o primeiro capítulo traça um panorama histórico da exclusão dos Rohingyas; o segundo aplica a Teoria Decolonial à crise, focando na colonialidade do poder e do saber; o terceiro examina as respostas internacionais, com ênfase nas resoluções da ONU, discutindo sua eficácia sob uma perspectiva decolonial.