MATERNIDADES SUBJUGADAS PELA PRISÃO:
Estratégias de governança reprodutiva e a mortificação do eu-mãe
A presente dissertação investiga a trajetória de mulheres cujas maternidades foram atravessadas pelo sistema prisional brasileiro, com foco nas estratégias de governança reprodutiva e nas violações dos vínculos familiares e afetivos. A partir de uma abordagem metodológica qualitativa, ancorada em autoetnografia, história oral, análise documental e revisão bibliográfica, a pesquisa analisa como essas mulheres constroem resistências e formas de cuidado mesmo sob vigilância, punição e exclusão. O trabalho parte de uma vivência pessoal marcada pela maternidade interrompida pela prisão e conecta esse percurso aos os relatos de outras mulheres colhidos em entrevistas semiestruturadas que, do regime semiaberto ao pós-cárcere, enfrentam o silenciamento institucional e o estigma social. O referencial teórico articula o campo dos estudos feministas e prisionais, e ancora-se no paradigma teórico da justiça reprodutiva, e nas contribuições do feminismo matricêntrico e do feminismo interseccional e decolonial.