ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE RESIDÊNCIA SUSTENTÁVEL EM ATINS-MA
A população mundial tem a qualidade de vida fortemente influenciada pelo ambiente construído. A expectativa de crescimento populacional e os impactos ambientais e sociais da construção civil no mundo criam uma necessidade de encontrar formas alternativas de construções mais sustentáveis. A fim de atender a essas demandas, entende-se que há necessidades de melhorias da qualidade da construção, aumentando sua sustentabilidade e reduzindo seu custo. Este trabalho apresenta um projeto de uma residência econômica e ambientalmente sustentável, através da combinação de diversas tecnologias de construção verde associadas à sua arquitetura. Utilizando o Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²) estimado para o Maranhão em R$ 1.378,49/m2, segundo o Índice Nacional da Construção Civil (SINAPI/IBGE, 2021), foi realizada uma análise da viabilidade econômica da casa. A proposta da residência implementou um sistema de energia fotovoltaica na cobertura para o consumo interno e venda do saldo de energia para a concessionária de energia da região. A água pluvial foi projetada para ser armazenada em tanques e um biodigestor foi projetado para ser usado na produção de biogás, ambos para o consumo interno da residência. O projeto da residência compreendeu a utilização de madeira certificada, lâmpadas de LED e materiais obtidos a partir dos resíduos da construção civil para minimização dos impactos ambientais. Além disso, foram calculados os créditos de carbono gerados pela residência sustentável. Verificou-se que os custos referentes à energia, gás e água da casa foram zerados e, como resultado, obteve-se 0,82 toneladas de créditos de carbono por ano na residência. A venda do saldo da energia fotovoltaica é responsável por 94,03% da receita total da residência e, o lucro anual variou entre R$ 2,59 mil e R$15,55 mil por ano, o que fornece um Valor Presente Líquido (VPL) positivo de R$ 116,64 mil, com uma Taxa de Retorno do Investimento (TIR) de 8% e um tempo de retorno do investimento (payback) de 10 anos e 9 meses. Com o TIR superior a taxa cobrada pelo banco (4,5%), o VPL positivo e o payback inferior ao período do investimento, foi comprovado que a casa sustentável é viável economicamente. Os resultados indicam, portanto, a viabilidade da residência e a minimização dos impactos ambientais na sua construção e operação.