MANUFATURA ADITIVA PARA A PRODUÇÃO DE BIORREATORES: Desenvolvimento de protótipo de biorreator a ser produzido através da manufatura aditiva.
A lesão grave de tecidos ósseos, que pode levar à necessidade de substituição do tecido base, é um problema que atinge milhões de pessoas anualmente, e cujas técnicas atuais para tratamento ainda apresentam diversas limitações e problemas. Buscando uma alternativa para as técnicas tradicionais, a engenharia de tecidos, uma área multidisciplinar focada no desenvolvimento in vitro de substitutos para tecidos humanos, vem estudando o cultivo e/ou diferenciação de células ósseas do próprio paciente em estruturas de suporte porosas (scaffolds) feitas sob medida para atender às necessidades dos pacientes. A cultura das células nessas estruturas demanda por processos dinâmicos, para viabilizar o desenvolvimento de tecidos de maiores dimensões, em função do transporte de nutrientes e remoção de detritos de regiões mais afastadas da superfície. Para tal são utilizados biorreatores, equipamentos que usualmente apresentam estruturas complexas, de difícil fabricação, e que permitem o controle de características físicas, químicas e biológicas do sistema. Visando simplificar o desenvolvimento desses biorreatores, pesquisadores tem estudado a aplicação da Manufatura Aditiva na sua fabricação. Dessa forma, esse trabalho tem por objetivo, com base na análise de como a Manufatura Aditiva tem sido abordada na literatura científica para a fabricação de biorreatores, principalmente para o cultivo de células ósseas, propor um protótipo de biorreator para o cultivo dessas células, a ser validado pela simulação da tensão de cisalhamento gerada em um modelo de scaffold inserido no sistema, realizada na ferramenta Flow Simulation do software Solidworks 2013, e comparada com valores da literatura. Os resultados da revisão apontam que essa aplicação da Manufatura Aditiva é relativamente nova, e se tornou mais relevante na última década, indicando ser um tema promissor, mas estudos sobre esse tema ainda são escassos e diversos. Todas as variações analisadas do protótipo desenvolvido foram capazes de gerar valores de tensão de cisalhamento dentro da faixa identificada na literatura como adequada. Além disso, o modelo proposto difere consideravelmente dos outros modelos de biorreatores para tecidos ósseos identificados na literatura, tendo como principais características positivas a modularidade, praticidade de uso e ter sido pensado para acomodar uma faixa de variações de forma e dimensão dos scaffolds.