SUSTENTABILIDADE SOCIAL:
Estudo de caso sob perspectiva dos funcionários em uma organização comprometida com a Responsabilidade Social Corporativa.
A falta de consenso teórico e a complexidade de operacionalização da sustentabilidade social como um conceito fluido, dinâmico e multidisciplinar colocou, durante décadas, a ênfase do conhecimento científico nos pilares econômico e ambiental do desenvolvimento sustentável, tornando o pilar social menos desenvolvido. No contexto industrial, a sustentabilidade social também é reconhecida através da Responsabilidade Social Corporativa (RSC), que atua como uma ferramenta de implementação da cultura organizacional e engloba as expectativas econômicas, legais, éticas e filantrópicas criadas pela sociedade sobre o negócio em si e sobre os impactos ocasionados em decorrência de suas atividades nos mais diversos grupos de interesse, dentre eles, os funcionários. Atualmente, sabe-se que a busca de conhecimento em torno do tema RSC com foco nos empregados, também conhecido por “RSC interna”, tem ganhado cada vez mais espaço entre pesquisadores da área. Além disso, a priorização das iniciativas de RSC a serem adotadas apresenta-se como um grande desafio em um cenário de restrição de recursos financeiros e a implementação de práticas não genuínas pode causar impactos negativos significativos para o negócio, bem como a percepção de inconsistências estratégicas advindas da priorização de práticas externas ao invés das internas, direcionadas aos funcionários. Neste contexto, esta pesquisa visa investigar como a percepção individual dos funcionários sobre as práticas internas e externas de RSC pode contribuir com a adoção de uma estratégia organizacional de sustentabilidade social eficaz. Para tal, será utilizado um método misto de levantamento em estudo de caso único descritivo no qual busca-se investigar: i) a percepção dos funcionários sobre os aspectos da sustentabilidade social existentes na organização; ii) a percepção dos funcionários sobre a existência de inconsistências estratégicas decorrentes de implementação desigual entre práticas internas e externas de RSC; iii) a potencial existência de ações corporativas inconsistentes com a identidade coletiva da organização, denominada hipocrisia corporativa; iv) a existência de necessidade por identificação moral entre o funcionário e a companhia; e v) como esta necessidade pode impactar a intenção do funcionário de deixar a companhia e o seu grau de satisfação no trabalho.