Vidas negras em movimento no Brasil: entre o mito da democracia racial e os desafios da integração local
As migrações internacionais configuram-se como diversas e complexas interligações de instâncias sociais, econômicas, culturais, jurídicas e institucionais, com potencial de transformar sociedades. No caso dos imigrantes diaspóricos negros, as interligações sociais são interceptadas por marcadores oriundos do racismo estrutural que afetam o processo de integração dessas pessoas. Quando identidades e categorias sociais marginalizadas somam-se ao racismo estrutural do Estado, novas vulnerabilidades são evidenciadas e novas formas de resistência solidificam-se. Neste contexto, o presente trabalho busca identificar os reflexos sociais da colonialidade (Grosfoguel, 2016) no processo de integração bidirecional (Spreafico, 2009) de imigrantes negros na cidade de São Paulo na última década, através de uma pespectiva decolonial e afrocentrada. Os sujeitos desta pesquisa são as pessoas negras em diáspora na cidade São Paulo e objetiva-se responder a seguinte pergunta: De que forma a construção racial da sociedade brasileira interfere nos processos de integração de imigrantes negros na cidade de São Paulo?