Golpe na Bolívia em 2019: dependência e
imperialismo
A presente pesquisa tem como objetivo analisar o golpe de Estado na Bolívia em 2019, buscando responder a seguinte pergunta: em que medida a condição de dependência boliviana e o imperialismo estadunidense ajudam a compreender o golpe de Estado que derrubou o presidente Evo Morales em 2019? Para isso, a metodologia utilizada será revisão teórica, levantamento de dados e pesquisa explicativa, a partir do método materialista histórico dialético. A revisão teórica será com base na Teoria Marxista da Dependência, para que seja possível compreender as características da dependência boliviana, tanto a nível econômico (padrão de reprodução de capital) quanto político (Estado dependente); e nas teorias do imperialismo, para que se explicite a motivação da atuação imperialista dos Estados Unidos no golpe, principalmente a partir de Lênin, Wood, Boron, Foster e Clark. Após isso, um levantamento de dados será realizado no banco de dados do Banco Mundial e UNCTAD.stat, e também de fontes oficiais do governo boliviano, principalmente do Instituto Nacional de Estadística (INE), Banco Central de Bolivia (BCB) e Ministerio de Minería y Metalurgia (MMM), para que seja apresentado um panorama geral da economia boliviana. Por fim, tendo já apresentado as principais características da economia boliviana visando explicitar sua condição dependente, assim como os interesses imperialistas que se dão sobretudo por conta da riqueza em recursos naturais da Bolívia, em especial o lítio, o golpe de Estado que derrubou o presidente Evo Morales será explicado. A pesquisa defende a ideia de que o governo Morales, ao focar no setor extrativo de sua economia, manteve e aprofundou o seu padrão primário-exportador, aprofundando então a própria condição dependente, baseado na superexploração da força de trabalho, que possibilitou a movimentação de forças da burguesia interna e imperialista para a sua derrubada, considerando que uma economia dependente gera um estado dependente, que por conta das suas contradições internas e externas acirra o conflito social, que abriu margem para um golpe de Estado.