DIFUSÃO INTERNACIONAL DA CULTURA DO BRASIL: ANÁLISE DA AGENDA DE DIPLOMACIA CULTURAL DO ITAMARATY SOB A LUZ DO PÓS-COLONIALISMO NAS RI (2015 – 2019)
O objetivo desta dissertação de pesquisa é identificar, sistematizar, apresentar e analisar o conjunto de ações empregadas na forma de políticas públicas de política externa para a difusão internacional da cultura do Brasil, com foco no Programa de Difusão Cultural (PDC) e no Programa de Ação Cultural e Educacional dos Postos (PACP), tocados respectivamente pelas Divisão de Operações de Difusão Cultural (DODC), Divisão do Audiovisual (DAV), entre 2015 e 2018; e pela Divisão de Ações de Promoção da Cultura Brasileira (DCULT), a partir de 2019; como parte da agenda de diplomacia cultural oficialmente implementada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE/Itamaraty). Para tanto, concebe a realização de pesquisa empírica baseada na metodologia Cultural Diplomacy Data Analysis Framework (CDDAF), em que se identifica os domínios de expressão cultural predominantemente empregados pelo serviço exterior brasileiro, bem como os destinatários recorrentes e conteúdos difundidos pelas políticas públicas de diplomacia cultural brasileira entre 2015 e 2019. Por meio de avaliação quantitativa e qualitativa de dados sobre as operações de difusão internacional da cultura do Brasil executadas pelo MRE/Itamaraty no período, esta dissertação incorre em análise baseada em evidências acerca do expediente de difusão cultural enquanto resultante de uma auto-representação institucional influenciada por vetores internos e externos, tanto à própria atividade da diplomacia cultural, quanto a uma suposta ideia de cultura nacional brasileira, e, portanto, uma atividade condicionada à performatividade dos fatores de cultura do Brasil e de como estes são facilitados e percebidos perante o interlocutor externo. Ademais, ao lançar mão do pós-colonialismo nas RI como plataforma teorética, busca-se problematizar os alegados caráteres ‘plural’ e ‘pragmático’ da diplomacia cultural brasileira, classificação geralmente tomada como garantida pelas narrativas hegemônicas existentes sobre Política Externa Brasileira (PEB) na seara cultural.