ANÁLISE DO POTENCIAL E PROPOSTAS DE MODELOS DE NEGÓCIO PARA IMPULSIONAR A IMPLEMENTAÇÃO DE MICRO E MINI COGERAÇÃO A GÁS NATURAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
Considerando as tendências de planejamento energético e do mercado de energia elétrica mundial para os próximos anos, a geração distribuída deve tomar uma posição de destaque, tendo em vista seus benefícios à cadeia de geração de eletricidade e aspectos ambientais. No Brasil, a partir de 2012 com a regulamentação da geração distribuída on-grid por meio da Resolução Normativa nº 482/2012, somado a Resolução Normativa nº 687/2015, ambas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o número de unidades de geração distribuída vem crescendo a cada ano. Porém, essa expansão se deve a instalações de unidades geradoras fotovoltaicas que corresponderam em maio de 2020 a 99,8% de todas as unidades geradoras de geração distribuídas no país. O gás natural, uma fonte considerada importante na transição da ampla utilização de combustíveis fósseis para as fontes renováveis na geração de energia, dentro do cenário de geração distribuída, no Brasil, tem sido subutilizado, representando, no mesmo período, apenas 0,003% das unidades geradoras. Com o aumento da oferta de gás natural brasileiro e a possível abertura do mercado de gás no país, se faz importante um diagnóstico do potencial e das barreiras e a partir disso propor ações que impulsionem sua implementação dessa proposta. Esse trabalho tem o objetivo de levantar o potencial dessa aplicação e propor modelos de negócio para alavancar a solução, na área de concessão da Companhia de gás de São Paulo – Comgás. O método utilizado foi o levantamento e a análise de dados energéticos, demanda de eletricidade e térmica, disponibilizados pela ANEEL e Comgás, dos segmentos de hotéis, hospitais, clubes/academias e condomínios residenciais, bem como a caracterização de seus perfis de consumo elétrico e térmico ao longo do ano, para levantamento do potencial da região. Os primeiros resultados apontam um potencial significativo desses segmentos para a solução, principalmente no segmento de hospitais (48,5%) e em empreendimentos atendidos com potências de até 75 kW (microgeração). Os perfis dos segmentos também mostraram que os maiores beneficiados perante a concessionária de energia elétrica seriam os empreendimentos com perfil sazonal, em que a demanda térmica supere a demanda elétrica em alguns períodos do ano, como é o caso dos clubes/academias, e possivelmente de alguns condomínios residenciais tendo em vista a área comum. O trabalho terá sequência com o levantamento bibliográfico do cenário para esta solução em outros países a fim de serem estabelecidas comparações e proposição de modelos de negócio para desenvolvimento deste mercado na área em estudo.