INCREMENTO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA PRODUÇÃO DE ETANOL DE CANA-DE-AÇÚCAR DE PRIMEIRA GERAÇÃO COM O USO DE BIOGÁS DE VINHAÇA
Na década de 2020 ocorre uma busca global por fontes renováveis de energia, de forma a sustentar uma transição energética sólida e capaz de promover transformações na matriz energética atenuando e reduzindo o consumo de combustíveis fósseis e de mesmo modo promover o aproveitamento dos resíduos gerados de forma eficiente. Neste contexto o Brasil se destaca no setor sucroenergético com a produção de etanol de cana-de-açúcar e com o aproveitamento do resíduo desta produção, o bagaço de cana, para geração de energia elétrica. Entretanto o fluxo de produção do etanol gera outro resíduo em grande volume durante o processo de destilação, a vinhaça, e uma das formas mais comuns de utilização deste resíduo está diretamente relacionado ao processo de fertirrigação. No entanto esta pesquisa sustenta a tese do aproveitamento da vinhaça, para a produção de biogás, promovendo um incremento do EROI (Energy return on investment) no fluxo de produção do etanol 1G (Primeira geração) em uma usina autônoma, com o objetivo de determinar o ganho energético com a inclusão do biogás de vinhaça no fluxo de produção do etanol de cana-de-açúcar. Este estudo será realizado por meio de cenários propostos utilizando o biogás de vinhaça, gerado por meio de biodigestão anaeróbica, em substituição aos tradicionais combustíveis fosseis, comparando estes cenários propostos com o cenário tradicional, denominado linha de base, que representa o fluxo de produção do etanol de cana-de-açúcar produzindo apenas etanol hidratado, etanol anidro e eletricidade por meio do bagaço de cana. Os estudos iniciais já realizados nesta pesquisa demonstram que o uso do biogás de vinhaça quando devidamente tratado e purificado, transformando-o em biometano e quando empregado em um cenário que utiliza o biometano em substituição ao diesel em equipamentos agrícolas nas atividades de plantio, cultivo e trato cultura da lavoura de cana e no transporte da cana picada da lavoura até a usina produtora de etanol, representa um incremento no EROI do fluxo de produção do etanol para a etapa de distribuição do etanol hidratado entre 23,31% e 20,54% e para a etapa de distribuição do etanol anidro entre 17,81% e 21,16%. Neste cenário analisado os produtos gerados por meio do fluxo de produção do etanol de cana-de-açúcar são: etanol hidratado; Etanol anidro; Eletricidade e biometano.