EFEITOS DA EXPOSIÇÃO A FOTOPROTETORES EM Artemia salina Leach: ESTUDOS ECOTOXICOLÓGICO E COMPORTAMENTAL.
A poluição ambiental e os desequilíbrios causados por esta no ar, solo e água geram diversos impactos não somente a organismos que vivem nesses ambientes como também acabam afetando direta ou indiretamente o homem. Nesse sentido, nos últimos anos é alarmante os dados de poluição hídrica, particularmente em mares e oceanos, e como essa tem afetado negativamente peixes, recifes de corais entre outros. Assim, neste projeto, para estudo da ecotoxicidade e implicações comportamentais foram utilizados cistos e náuplios do microcrustáceo Artemia salina tratados com diferentes concentrações de DMSO bem como fotoprotetores diluídos em DMSO a 1%. Os resultados mostraram que houve redução da taxa de eclosão de cistos expostos a DMSO a 4 e 5% após 48 horas de observação, bem como aumento na taxa de mortalidade em DMSO a 3, 4 e 5%, sendo a CL50 em DMSO a 5%, bem como diminuição da atividade locomotora em náuplios expostos a DMSO a 5%. Em relação aos fotoprotetores os resultados demonstraram redução na taxa de eclosão e aumento na taxa de mortalidade em Stabyl C® nas concentrações 1:10, 1:30, 1:50 e 1:75 (v:v), diminuição da taxa de eclosão em OCR® 1:10 porém para esse fotoprotetor todas as concentrações foram letais. Ainda, foram observadas diminuição na taxa de eclosão em Uvinul® e TanGa® na concentração 1:10, bem como aumento da taxa de mortalidade somente m TanGa® na concentração 1:10. Em relação a atividade locomotora observou-se redução nesse parâmetro somente em OCR® nas concentrações 1:10 e 1:30 quando comparados ao grupo controle. As medidas de estresse oxidativo revelaram que DMSO não alteraram esse parâmetro, sendo apenas observado aumento da carbonilação no controle positivo, mesmo resultado obtido em relação a todos os fotoprotetores, bem como Stabyl C® nas concentrações de1:75 e 1:100, Eusolex® 1:30, 1;50 e 1:75 e Tinosorb® 1:75. Os resultados dos estudos de evidências metabólicas mostraram que houve aumento da produção de espécies reativas de oxigênio e de atividade mitocondrial em náuplios expostos a DMSO a 4% e 5%, sendo que em relação aos fotoprotetores observou-se aumento de produção de espécies reativas de oxigênio em StabylC®, Uvinul®, Eusolex® e Tinosorb® na concentração de 1:10 e da atividade mitocondrial em StabylC®, Uvinul®, Eusolex® e Tinosorb®, OCR® e TanGa® em 1:10, em todos os fotoprotetores 1:30, 1:50 e 1:75 e em StabylC®, Uvinul®, Eusolex® e OCR® 1:100. A morfologia de náuplios expostos a DMSO não apresentou alterações quanto da visualização em microscopia eletrônica de varredura, enquanto que os fotoprotetores Stabyl C®, OCR®, Uvinul® e Tinosorb® na concentração de 1:10 e OCR®, Uvinul® e Tinosorb® 1:50 provocaram alterações morfológicas significativas. Esses resultados em conjunto apontam efeitos tóxicos de DMSO a 5% e alguns tipos de fotoprotetores bem como confirmaram que os testes de toxicidade com Artemia salina se mostram uma importante ferramenta biológica, aliando a área de Biotecnologia aos estudos de ecotoxicidade.