AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA TERAPIA FOTODINAMICA QUANDO EMPREGADA COMO AGENTE ESTERILIZANTE DE MATERIAIS UTIIZADOS EM HOSPITAIS
Em âmbito hospitalar, para tratamento de fraturas expostas, faz-se necessário o uso de medidas que reduzam o risco de infecções ósseas, que minimizem os gastos com o tratamento e que ofereçam qualidade à assistência. Por esta razão, propoe-se o uso de um protótipo que auxilie na antissepsia da fratura exposta de forma segura para paciente e profissional. Contudo, para que o mesmo seja implementado para utilização clínica, faz-se necessária a avaliação de formas de esterilização adequadas, que não gerem toxicidade aos tecidos biológicos, que não danifiquem o material e que sejam eficazes. Desta maneira, este estudo in vitro objetivou verificar a viabilidade de uso da terapia fotodinâmica (TFD) com azul de metileno para esterilizar os materiais propostos para confecção deste protótipo, como alternativa ao uso da autoclave. Para tal, este estudo foi dividido em três fases experimentais. Na primeira, foram avaliados os efeitos citotóxicos da TFD e autoclave sobre fibroblastos Vero; na segunda, os efeitos na microdureza e, na terceira, os efeitos na redução de biofilme de Staphylococcus aureus. Na primeira fase experimental, foram preparadas 27 amostras de cada material proposto (polipropileno, alumínio e aço Aisi 304) e aleatoriamente distribuídas em 27 grupos experimentais (n = 3), para realização da esterilização em autoclave (121° C por 30 min) ou por TFD (660nm, potência de 100 mW, energia total entregue de 60 J, densidade de potência de 111 mW/cm², densidade de energia 66,66 J/cm², durante 10 minutos) com diferentes repetições dos tratamentos, buscando-se simular o uso do protótipo por tempos prolongados. Após, foi realizado o teste de contato direto e indireto com fibroblastos Vero. Na segunda fase experimental, foram preparadas 90 amostras de cada material, as quais foram aleatoriamente distribuídas nos 27 grupos experimentais (n = 10). Após os tratamentos, as mesmas foram submetidas à análise de microdureza e avaliação morfológica superficial. Na terceira fase experimental, 9 amostras de cada material tiveram cultivo de biofilme de Staphylococcus aureus e, após, foram aleatoriamente distribuídas em 9 grupos experimentais (n = 3). Os dados foram analisados estatisticamente ao nível de significância de 5%. Na análise morfológica do teste de contato direto, as células Vero apresentaram semelhança ao grupo controle negativo com adesão, espalhamento e crescimento em
monocamada. A análise citoquímica com azul de toluidina em pH 4,0 demonstrou não haver alterações na atividade celular em quaisquer dos grupos experimentais, assim como a avaliação com corante Xylidine Ponceau em pH 2,5 evidenciou não haver mudanças nas proteínas totais em quaisquer dos grupos experimentais. A esterilização por autoclave alterou a microdureza do aço Aisi 304 e do polipropileno, assim como reduziu o do alumínio após 120 autoclavagens. A TFD reduziu significativamente o biofilme de Staphylococcus aureus formado sobre os materiais. A análise morfológica do biofilme mostrou que houve ruptura e descontinuidade do biofilme após TFD. Foi possível concluir que a TFD é uma técnica alternativa promissora para esterilização dos materiais propostos para confecção do protótipo.