Estudo da ação de antioxidantes em cultura de hipocampo HippoE2 em condição neurodegenerativa induzida pelo oligômero Aβ 1-42
A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa associada a
demência tardia, chegando a ser cerca de 80% dos casos de demência em
idosos. Ela acomete principalmente pessoas acima de 65 anos e tem como
característica a perda de memória recente e outros agravantes conforme o
avanço nos estágios da doença. Para seu diagnóstico neurológico é necessário
que sejam encontradas duas características: as placas formadas pela proteína
β-amiloide (Aβ) e os emaranhados neurofibrilares contendo a proteína tau
fosforilada. A presença desses fatores desencadeia o aumento do estresse
oxidativo. Quanto maior a presença desses fatores, teoricamente maior o
estresse oxidativo, assim como o aumento do estresse oxidativo pode estar
envolvido na formação das placas de β-amiloide. O estresse oxidativo ocorre
quando a concentração das espécies reativas de oxigênio, nitrogênio ou outros
radicais livres é maior que a concentração dos agentes antioxidantes. As
espécies reativas de oxigênio e nitrogênio são capazes de reagir com
proteínas, lipídios e DNA, causando danos que podem levar à morte celular.
Para evitar esta ação danosa, o organismo dispõe de agentes antioxidantes
como a enzima superóxido dismutase 1 (Cu,Zn-SOD ou SOD1). Desta forma, o
estudo de como se desencadeia o estresse oxidativo e quais os fatores que
afetam a DA com o desbalanço oxidante/antioxidante é um ponto importante
para se entender a doença. Nesta dissertação, analisou-se como antioxidantes
exógenos podem atuar no estresse oxidativo em um modelo celular in vitro.
Para isso, foram usadas células de hipocampo (HippoE2) induzidas à condição
de excesso de proteínas beta-amiloide através da adição do oligômero β-
amiloide 1-42 . Como tratamento contra o estresse oxidativo foram escolhidos os
antioxidantes oleuropeína, hidroxitirosol e resveratrol, que são conhecidos em
literatura por seus potenciais antioxidantes e capacidade de diminuir as placas
de β-amiloide. Para tal avaliação até o momento verificou-se a viabilidade
celular e a localização da superóxido dismutase 1 por imunofluorescência. No
ensaio de viabilidade celular por MTT foi verificado que os antioxidantes
oleuropeína, hidroxitirosol e resveratrol na concentração de 50 µmol.L -1 ,
apresentaram aumento da viabilidade celular em comparação ao controle,
demonstrando serem capazes de estimular a proliferação celular da cultura
celular HippoE2. Também com o ensaio de viabilidade celular, foi verificado
que ao adicionar os antioxidantes oleuropeína na concentração de 15 µmol.L -1 ,
o hidroxitirosol e o resveratrol nas concentrações de 15 e 50 µmol.L -1 , nas
células em condição neurodegenerativa com a adição do oligômero Aβ 1-42, a
viabilidade celular aumentou em comparação com a células expostas apenas
ao oligômero Aβ 1-42 , mostrando uma ação protetora dos antioxidantes contra a
presença do oligômero. Com a análise de microscopia de fluorescência foi
possível observar que a superóxido dismutase 1 não alterou sua localização,
nem com as células em condição de adição de oligômero de Aβ e nem com os
tratamentos dos antioxidantes estudados, ao compararmos com as células
HippoE2 sem adição de tratamento.