SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TERMOGEL A BASE DE QUITOSANA/ÁCIDO HIALURÔNICO PARA PRODUÇÃO DE BIOTINTA E BIOIMPRESSÃO 3D APLICADA À ENGENHARIA DE TECIDO CARTILAGINOSO
A bioimpressão é uma técnica que vem sendo aplicada nas áreas da medicina regenerativa e da engenharia de tecidos. Hidrogéis à base de polímeros naturais são conhecidos devido as suas propriedades favoráveis biocompatíveis, além de serem biomateriais atraentes para o encapsulamento celular, além de mimetizarem o ambiente natural da matriz extracelular (MEC). O tecido cartilaginoso é um tipo especializado de tecido conjuntivo. Por ser um avascular e possuir capacidade de proliferação limitada, as lesões na cartilagem são tipicamente seguidas de necrose. A quitosana (QUI) e o ácido hialurônico (AH) têm sido amplamente pesquisados para aplicações biomédicas. Nesse trabalho, nos propomos o desenvolvimento de uma biotinta a base de um hidrogel de quitosana, visando a engenharia do tecido cartilaginoso. O material desenvolvido foi caracterizado quanto à morfologia, citotoxicidade e viabilidade celular. O hidrogel obtido no Brasil passou por algumas adaptações no protocolo no instituto parceiro. O teste de citotoxicidade por extrato demonstrou ausência de citotoxicidade. O MEV mostrou diferenças na arquitetura entre os hidrogeis obtidos por liofilização e os bioimpressos. O processo de bioimpressão submete as células à muito estresse devido às condições de pressão pneumática, a espessura do nozzle, por as células estarem encapsuladas dentro do gel, o que limita as trocas gasosas e de líquidos, além do processo de cross-link. O teste de viabilidade celular identifica e quantifica a eficiência de processamento para as biotintas bioimpressas. Este teste mostrou que cerca de 50% das células se mantiveram viáveis após processo de bioimpressão. O hidrogel apresenta potencial tanto para as aplicações propostas quanto para outras aplicações que estão sendo estudadas. Gelifica em temperatura biológica ou com um agente de reticulação. Notou- se que não há diferença no intumescimento das diferentes formulações estudadas. Existem diferenças estruturais significantes entre os hidrogéis liofilizados e os hidrogéis bioimpressos. Na forma de biotinta, observamos a transição sol-gel de QUI e QUI-AH ocorre em temperaturas diferentes. Ambos apresentem comportamento viscoso semelhante, porém a presença de AH tende a aumentar as interações poliméricas em alta temperatura. Observamos que, na ausência de bioimpressoras, podemos utilizar o TPP como agente de reticulação. A mesma não demonstrou citotoxicidade significativa, porém as células ainda mostraram dificuldades de crescem no interior da biotinta. Após testar diferentes composições, verificamos que as formulações mais indicadas para uma biotinta é a QUI-HA, seguida da QUI.