Síntese verde e caracterização de nanopartículas de cloreto de prata assistidas por lectinas vegetais e suas propriedades hemaglutinantes
Lectinas são proteínas que possuem sítios específicos para reconhecimento de carboidratos e estão presentes em plantas, animais e microrganismos. Dois exemplos de lectinas vegetais são a Concanavalina A (ConA), extraída do “jack bean” ou feijão de porco (Canavalia ensiformis) e a DVL, obtida a partir de sementes de Dioclea violacea. Nesta dissertação de Mestrado, relatou-se a síntese e caracterização de nanopartículas (NPs) de cloreto de prata (AgCl) (denominadas aqui como AgCl-NPs) assistidas pelas lectinas ConA e DVL. As AgCl-NPs foram fotossintetizadas utilizando-se um processo simples, rápido e compatível com a Química verde. A morfologia das AgCl-NPs, observadas nas análises de microscopia eletrônica, foi heterogênea, com predominância de estruturas esféricas com diâmetros variando de 50 a 100 nm, resultado compatível com o valor médio estimado pela técnica de espalhamento dinâmico de luz (ConA 76 nm e DVL 74 nm). Os resultados de potencial zeta indicaram que as AgCl-NPs formaram soluções coloidais estáveis, e análises de difração de raios X mostram elevada cristalinidade e a presença de pequeno conteúdo de prata metálica. Além disso, as AgCl-NPs assistidas pelas lectinas ConA e DVL apresentaram notável atividade antifúngica contra o fungo Cryptococcus neoformans (MIC80 ≥ 1,18 μg.mL-1 para a ConA e MIC80 ≥ 0,69 μg.mL-1 para a DVL). Os resultados também mostraram que ambas as lectinas mantêm a atividade hemaglutinante quando associadas às nanopartículas. As AgCl-NPs assistidas por lectinas vegetais demonstradas neste estudo apresentam síntese fácil, rápida e com grande potencial para aplicações biotecnológicas.