DESENVOLVIMENTO DE UM ARCABOUÇO POLIMÉRICO FIBROSO DE PCL/GEL PARA ENGENHARIA DE TECIDO APLICADOS À PELE
A engenharia de tecidos contempla a área da interdisciplinaridade. Uma de suas vertentes envolve o desenvolvimento de biomateriais em forma de arcabouços e a associação destes às células. Tendo em vista a pele, este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de um tecido sintético polimérico, pela técnica de rotofiação, composto de poli (ε-caprolactona) [PCL] revestido com gelatina (Gel). Obteve-se a homogeneização satisfatória da solução de PCL para rotofiação. Após a formação das fibras, estas foram submersa na solução de Gel, então a reticulação da gelatina foi realizada. Posteriormente, foi feita caracterização físico-química e biológica do material. O FTIR confirmou o material utilizado nos arcabouços. Em luz polarizada, a Gel modificou a birrefringência do PCL. As fibras de PCL e PCL/Gel apresentaram espessura modal entre 3-4 μm e 7-8 μm respectivamente. O espaçamento entre as fibras, referenciado como poros pela literatura, conferiu aproximadamente 65% para o PCL e de 40% no PCL/Gel. O intumescimento máximo, em água destilada, ocorreu com 10 min para o PCL e 5 min para o PCL/Gel. A Gel reticulada pareceu aumentar a resistência mecânica à tração do PCL. No termograma PCL/Gel verificamos maior estabilidade térmica em comparação à Gel isolada. A degradação do PCL/Gel foi menor quando comparado ao PCL isolado. O material não mostrou citotoxicidade, seja por contato, seja por extrato. Os dados citoquímicos sugerem maior atividade das células no arcabouço de PCL/Gel. A MEV indicou que no PCL/Gel a superfície celular apresenta estruturas compatíveis com vesícula de secreção ou microvilosidades. Esses resultados indicam que arcabouços fibrosos de PCL/Gel são promissores para engenharia de tecidos aplicada à pele.