BIOSSENSOR ELETROQUÍMICO DE DERIVADOS DE GRAFENO PARA DETEÇÃO DE SARS COV-2
O grafeno, devido às suas excepcionais propriedades elétricas, mecânicas e ópticas, tem sido amplamente estudado para o desenvolvimento de biossensores. Dentre seus derivados, o óxido de grafeno reduzido (rGO) destaca-se pela elevada área superficial, boa condutividade elétrica e capacidade de funcionalização, o que favorece a imobilização de biomoléculas e, consequentemente, a sensibilidade do sensor. No entanto, a obtenção de rGO estável em meio aquoso, sem comprometer sua condutividade, ainda representa um desafio técnico relevante. Neste trabalho, foi investigada a síntese de rGO por redução química do óxido de grafeno (GO), utilizando concentrações de hidrato de hidrazina (1.5, 2.5, 4.0 e 4.9) como agente redutor e lisozima como agente estabilizante e funcionalizante. A estratégia visou otimizar a dispersão coloidal do material em solução e preservar suas propriedades eletroativas. Os resultados preliminares indicaram que a concentração de 2.5 de hidrato de hidrazina por suspensão de GO proporcionou o melhor compromisso entre condutividade elétrica e estabilidade em meio aquoso, com formação de um rGO bem disperso, de coloração escura e condutividade aprimorada. Na próxima etapa, será realizada uma análise comparativa sistemática das amostras obtidas com diferentes concentrações de hidrazina, utilizando técnicas eletroquímicas, como voltametria cíclica (VC), para caracterizar o comportamento redox e a capacitância eletroquímica dos materiais. Os primeiros testes com VC mostraram que o biossensor de concentraçõe 4.9 hidrato de hidrazina rGO funcionalizado com lisozima apresenta maior área de corrente e menor separação entre os picos anódico e catódico, sugerindo uma cinética de transferência de carga mais eficiente. Esses resultados reforçam o potencial do material para aplicação em biossensores. O objetivo final é desenvolver um biossensor eletroquímico, baseado em rGO funcionalizado, capaz de detectar amostras clínicas de SARS-CoV-2. O dispositivo será validado com amostras positivas e negativas, visando sua aplicação futura em ambientes de triagem rápida, como aeroportos, clínicas e centros de saúde de campo.