Agronegócio, neoliberalismo e dependência no Brasil: um estudo a partir do cadeia da soja
A conformação do neoliberalismo a partir dos efeitos da crise da década de 1970 contribuiu para a ascensão e consolidação do agronegócio no Brasil. Este processo é impulsionado pela conformação de um padrão de acumulação com base na financeirização e a consolidação do controle multinacional das principais cadeias produtivas em nível global. Neste sentido, o agronegócio se apresenta no Brasil como uma articulação contraditória entre a burguesia agrária clássica na forma do latifúndio e as empresas transnacionais dos setores de insumos e das corporações que controlam do processamento e comercialização das commodities agrícolas. O complexo da soja (grão, farelos e óleo) corresponde a principal cadeia produtiva do agronegócio no país, tendo as corporações multinacionais no controle das principais fases do processo produtivo, como o controle dos insumos, processamento e acesso a demanda global. Esta pesquisa busca analisar a partir da cadeia produtiva da soja, sua ascensão e consolidação como a principal commoditie agrícola do agronegócio brasileiro, impulsionada pelos mecanismos de financeirização, sua estruturação no país nos possibilitará discutir se há uma reconfiguração da dependência a partir da atual ofensiva neoliberal no Brasil.