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Dissertações |
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ANDRÉ DE JESUS TORRES
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A perspectiva racial de desenvolvimento de Arthur Lewis em The Theory of Economic Growth (1955) e Racial Conflict and Economic Development (1985): reflexões sobre cultura, sociedade e geopolítica a partir das epistemologias do Sul.
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Orientador : FERNANDA GRAZIELLA CARDOSO
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Data: 25/04/2023
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William Arthur Lewis dedicou sua extensa carreira como Economista, Professor e Conselheiro econômico de países pobres, sobretudo caribenhos e africanos, à superação do subdesenvolvimento, consagrando-se como Pioneiro da Economia do Desenvolvimento e vencedor do Nobel de Economia, sendo o único negro a integrar qualquer um dos grupos. Revisitando seu pensamento econômico por uma ótica epistemológica crítica, capaz de desvelar e evidenciar sua perspectiva racial sobre o desenvolvimento econômico, esta dissertação de Mestrado comparou analiticamente sua obra mais conhecida, “The Theory of Economic Growth” (1955), e sua última, “Racial Conflict and Economic Development” (1985), com o objetivo de responder à pergunta: “houve uma mudança na concepção de raça e desenvolvimento de Arthur Lewis entre 1955 e 1985?”. Metodologicamente, utilizamos revisão bibliográfica e discussão teórica sobre as obras e autores mencionados; adotamos as Epistemologias do Sul, enquanto crítica epistemológica ao eurocentrismo (conforme a sistematização de Boaventura de Sousa Santos), como abordagem teórica; discutimos, como fundamentação teórica, Frantz Fanon, Aníbal Quijano e Walter Rodney, enquanto referências do pensamento anticolonial e antirracista sobre raça, racismo e desenvolvimento (conforme a sistematização de Silvio Almeida); e sistematizamos cultura, sociedade e geopolítica, enquanto elementos centrais da relação entre raça e desenvolvimento, como recortes analíticos. Esse processo resultou na compreensão de que Lewis passou a entender o racismo como uma estrutura desigual que perpetua o subdesenvolvimento a nível local e internacional, cujas raízes econômicas e culturais devem ser combatidas por indivíduos e estados; contudo,a forma civilizatória vislumbrada por ele para as ex-colônias e os ex-colonizados permaneceu a do colonizador, assim como a superação do subdesenvolvimento permaneceu condicionada ao mérito dos negros em fazerem jus (cultural, social e geopoliticamente) ao desenvolvimento que almejam, à despeito das raízes históricas de sua pobreza. Foi possível concluir que, embora socialmente tenha lutado pelo desenvolvimento dos subalternos, epistemologicamente, Arthur Lewis o fez munido da razão dominante, o eurocentrismo, o qual distorceu sua interpretação de aspectos decisivos da realidade; ainda assim, pensar racialmente o desenvolvimento o permitiu reconhecer que a teoria econômica dominante é incapaz de endereçar apropriadamente os conflitos raciais da modernidade, os quais exigiriam uma filosofia política alternativa, a ser construída.
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William Arthur Lewis dedicou sua extensa carreira como Economista, Professor e Conselheiro econômico de países pobres, sobretudo caribenhos e africanos, à superação do subdesenvolvimento, consagrando-se como Pioneiro da Economia do Desenvolvimento e vencedor do Nobel de Economia, sendo o único negro a integrar qualquer um dos grupos. Revisitando seu pensamento econômico por uma ótica epistemológica crítica, capaz de desvelar e evidenciar sua perspectiva racial sobre o desenvolvimento econômico, esta dissertação de Mestrado comparou analiticamente sua obra mais conhecida, “The Theory of Economic Growth” (1955), e sua última, “Racial Conflict and Economic Development” (1985), com o objetivo de responder à pergunta: “houve uma mudança na concepção de raça e desenvolvimento de Arthur Lewis entre 1955 e 1985?”. Metodologicamente, utilizamos revisão bibliográfica e discussão teórica sobre as obras e autores mencionados; adotamos as Epistemologias do Sul, enquanto crítica epistemológica ao eurocentrismo (conforme a sistematização de Boaventura de Sousa Santos), como abordagem teórica; discutimos, como fundamentação teórica, Frantz Fanon, Aníbal Quijano e Walter Rodney, enquanto referências do pensamento anticolonial e antirracista sobre raça, racismo e desenvolvimento (conforme a sistematização de Silvio Almeida); e sistematizamos cultura, sociedade e geopolítica, enquanto elementos centrais da relação entre raça e desenvolvimento, como recortes analíticos. Esse processo resultou na compreensão de que Lewis passou a entender o racismo como uma estrutura desigual que perpetua o subdesenvolvimento a nível local e internacional, cujas raízes econômicas e culturais devem ser combatidas por indivíduos e estados; contudo,a forma civilizatória vislumbrada por ele para as ex-colônias e os ex-colonizados permaneceu a do colonizador, assim como a superação do subdesenvolvimento permaneceu condicionada ao mérito dos negros em fazerem jus (cultural, social e geopoliticamente) ao desenvolvimento que almejam, à despeito das raízes históricas de sua pobreza. Foi possível concluir que, embora socialmente tenha lutado pelo desenvolvimento dos subalternos, epistemologicamente, Arthur Lewis o fez munido da razão dominante, o eurocentrismo, o qual distorceu sua interpretação de aspectos decisivos da realidade; ainda assim, pensar racialmente o desenvolvimento o permitiu reconhecer que a teoria econômica dominante é incapaz de endereçar apropriadamente os conflitos raciais da modernidade, os quais exigiriam uma filosofia política alternativa, a ser construída.
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LEONA LOPES DOS SANTOS
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Para além do identitário: as lutas e demandas LGBTQIA+ entre as vulnerabilidades social e econômica
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Orientador : REGIMEIRE OLIVEIRA MACIEL
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Data: 04/05/2023
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O objetivo deste trabalho é abordar as demandas das lutas LGBTQIA+, campo demarcado como “identitário” e reduzido às lutas articuladas em torno das chamadas demandas por reconhecimento. Busca-se analisar o âmbito de opressões vividas, o contexto de privações econômicas e de exposição à violência na qual o reconhecimento da diversidade, como mecanismo de inclusão e combate à discriminação, aparece como parte da solução do problema, mas que não abarca todas as dimensões enfrentadas por essa população. Enquanto as discussões teóricas das últimas três décadas avançaram na crítica à redução simbólica-identitária em relação aos estudos sobre as mulheres e a população negra, há uma lacuna em relação à dimensão econômica das lutas LGBTQIA+. Nesse sentido, a intenção é responder quais aspectos em relação às opressões vividas pela população LGBTQIA+ apontam para uma relação entre discriminação cultural e exposição à vulnerabilidade econômica, considerando especificamente a sua inserção no mercado de trabalho. A pesquisa foi realizada por meio da discussão dos dados produzidos por entidades governamentais e não governamentais sobre pessoas LGBTQIA+, como os dados sócio-econômicos provenientes da Pesquisa Nacional do Perfil LGBTI+ 2018 e do projeto Sobreviver, realizado entre 2020 e 2021 em articulação com movimentos sociais do Grande ABC. Os aspectos tomados para análise são renda, escolaridade e inserção no mercado de trabalho, vistos de maneira interseccional, e tomados para analisar a relação entre exposição à violência e privação material.
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O objetivo deste trabalho é abordar as demandas das lutas LGBTQIA+, campo demarcado como “identitário” e reduzido às lutas articuladas em torno das chamadas demandas por reconhecimento. Busca-se analisar o âmbito de opressões vividas, o contexto de privações econômicas e de exposição à violência na qual o reconhecimento da diversidade, como mecanismo de inclusão e combate à discriminação, aparece como parte da solução do problema, mas que não abarca todas as dimensões enfrentadas por essa população. Enquanto as discussões teóricas das últimas três décadas avançaram na crítica à redução simbólica-identitária em relação aos estudos sobre as mulheres e a população negra, há uma lacuna em relação à dimensão econômica das lutas LGBTQIA+. Nesse sentido, a intenção é responder quais aspectos em relação às opressões vividas pela população LGBTQIA+ apontam para uma relação entre discriminação cultural e exposição à vulnerabilidade econômica, considerando especificamente a sua inserção no mercado de trabalho. A pesquisa foi realizada por meio da discussão dos dados produzidos por entidades governamentais e não governamentais sobre pessoas LGBTQIA+, como os dados sócio-econômicos provenientes da Pesquisa Nacional do Perfil LGBTI+ 2018 e do projeto Sobreviver, realizado entre 2020 e 2021 em articulação com movimentos sociais do Grande ABC. Os aspectos tomados para análise são renda, escolaridade e inserção no mercado de trabalho, vistos de maneira interseccional, e tomados para analisar a relação entre exposição à violência e privação material.
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MAICON MICHEL VASCONCELOS DA SILVA
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O MACROSSETOR DA INDÚSTRIA NO BRASIL: A contribuição da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para a criação de uma nova estrutura de representação.
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Orientador : VALTER VENTURA DA ROCHA POMAR
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Data: 30/05/2023
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Esta dissertação de mestrado propõe analisar o Macrossetor da Indústria da Central Única dos Trabalhadores (MSI-CUT), como uma resposta do movimento sindical aos efeitos da ofensiva neoliberal operada na década de 1990, que reestruturou os processos produtivos e as relações entre trabalho e capital. Desdobramento da crise sistêmica do capitalismo iniciada na década de 1970, que se manifestou novamente em 2008 e dura até os dias atuais, o sistema de produção flexível implementou uma série de mudanças na forma de produzir da indústria. Um número cada vez maior de pequenas empresas ocupavam o espaço das grandes, empregando poucos trabalhadores. A flexibilização das formas de contratação do trabalho e dispersão territorial também foram fenômenos do período. Essas mudanças impactaram fortemente a ação e organização sindical dando origem ao MSI-CUT. Para analisar esta hipótese, além de pesquisa em fontes primárias e revisão bibliográfica, realizamos entrevistas com algumas lideranças sindicais que estiveram à frente do processo de construção do MSI-CUT., para ter uma compreensão mais apurada das posições existentes dentro da CUT, além de investigar os posicionamentos entre os vários dirigentes sindicais acerca da política econômica e industrial nacional. Os resultados obtidos confirmam nossa hipótese inicial e revelam um movimento, ainda em curso, de integração das estruturas de representação do setor industrial da CUT, em várias esferas da ação sindical, na busca de uma nova estrutura de representação da classe trabalhadora capaz de enfrentar os desafios atuais do mundo do trabalho.
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Esta dissertação de mestrado propõe analisar o Macrossetor da Indústria da Central Única dos Trabalhadores (MSI-CUT), como uma resposta do movimento sindical aos efeitos da ofensiva neoliberal operada na década de 1990, que reestruturou os processos produtivos e as relações entre trabalho e capital. Desdobramento da crise sistêmica do capitalismo iniciada na década de 1970, que se manifestou novamente em 2008 e dura até os dias atuais, o sistema de produção flexível implementou uma série de mudanças na forma de produzir da indústria. Um número cada vez maior de pequenas empresas ocupavam o espaço das grandes, empregando poucos trabalhadores. A flexibilização das formas de contratação do trabalho e dispersão territorial também foram fenômenos do período. Essas mudanças impactaram fortemente a ação e organização sindical dando origem ao MSI-CUT. Para analisar esta hipótese, além de pesquisa em fontes primárias e revisão bibliográfica, realizamos entrevistas com algumas lideranças sindicais que estiveram à frente do processo de construção do MSI-CUT., para ter uma compreensão mais apurada das posições existentes dentro da CUT, além de investigar os posicionamentos entre os vários dirigentes sindicais acerca da política econômica e industrial nacional. Os resultados obtidos confirmam nossa hipótese inicial e revelam um movimento, ainda em curso, de integração das estruturas de representação do setor industrial da CUT, em várias esferas da ação sindical, na busca de uma nova estrutura de representação da classe trabalhadora capaz de enfrentar os desafios atuais do mundo do trabalho.
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LUCAS GUSTAVO DE SOUZA FERREIRA
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Empresas estatais multinacionais e o capitalismo contemporâneo
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Orientador : VALTER VENTURA DA ROCHA POMAR
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Data: 31/05/2023
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Resumo: Organizações intergovernamentais, como a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento – UNCTAD, ou instituições privadas que realizam pesquisas, como a revista Forbes, têm demonstrado a grande relevância das empresas estatais multinacionais na economia mundial. Elas estão não só entre as maiores empresas do mundo, mas atuam em uma grande quantidade de setores, empregam milhões de trabalhadores e várias delas, possuem alta capacidade para financiamentos. Ainda que a quantidade destas empresas varie de país para país, há sinais de que essa importância em termos mundiais cresceu no último período. Isso se deve não só pelo aumento do número de matrizes, resultado da alta injeção de recursos de seus Estados de origem, mas também ao significativo aumento de filiais presentes em todo o globo. Ainda que existam variados motivos para que este crescimento esteja acontecendo, há um aspecto que desperta especial interesse: as empresas estatais multinacionais cresceram num período de hegemonia neoliberal, inclusive nos países capitalistas mais importantes. Assim, o presente estudo debate a importância das empresas estatais multinacionais para o capitalismo contemporâneo. Com uma retrospectiva histórica, busca-se recuperar a evolução das empresas estatais nos Estados Unidos, Alemanha e China. Através da base de dados Orbis, da empresa Bureau Van Dijk, apresenta-se um panorama sobre as empresas estatais multinacionais no ano de 2020. E, por fim, apresenta-se um debate teórico sobre qual a importância das empresas estatais multinacionais para o capitalismo contemporâneo.
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Resumo: Organizações intergovernamentais, como a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento – UNCTAD, ou instituições privadas que realizam pesquisas, como a revista Forbes, têm demonstrado a grande relevância das empresas estatais multinacionais na economia mundial. Elas estão não só entre as maiores empresas do mundo, mas atuam em uma grande quantidade de setores, empregam milhões de trabalhadores e várias delas, possuem alta capacidade para financiamentos. Ainda que a quantidade destas empresas varie de país para país, há sinais de que essa importância em termos mundiais cresceu no último período. Isso se deve não só pelo aumento do número de matrizes, resultado da alta injeção de recursos de seus Estados de origem, mas também ao significativo aumento de filiais presentes em todo o globo. Ainda que existam variados motivos para que este crescimento esteja acontecendo, há um aspecto que desperta especial interesse: as empresas estatais multinacionais cresceram num período de hegemonia neoliberal, inclusive nos países capitalistas mais importantes. Assim, o presente estudo debate a importância das empresas estatais multinacionais para o capitalismo contemporâneo. Com uma retrospectiva histórica, busca-se recuperar a evolução das empresas estatais nos Estados Unidos, Alemanha e China. Através da base de dados Orbis, da empresa Bureau Van Dijk, apresenta-se um panorama sobre as empresas estatais multinacionais no ano de 2020. E, por fim, apresenta-se um debate teórico sobre qual a importância das empresas estatais multinacionais para o capitalismo contemporâneo.
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ALDO SANTOS LIMA
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“TEM MAIS IGREJA DO QUE SUPERMERCADO”: Brasil, uma potência religiosa
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Orientador : LEONARDO FREIRE DE MELLO
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Data: 01/06/2023
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A presente dissertação tem como objetivo analisar como o Brasil se tornou o berço de uma forte indústria religiosa. Para tanto, foi necessário entender a gênese desse processo através das principais concepções sobre o fenômeno religioso, compreendendo como o mesmo se relaciona com o modo de produção capitalista. A ideia de indústria religiosa é desenvolvida a partir da ideia de indústria cultural, que tem no sistema de produção capitalista o seu embasamento. Partimos da hipótese de que a ascensão dos movimentos pentecostais e neopentecostais, juntamente com o desenvolvimento de uma teologia da prosperidade, facilitaram o estabelecimento dessa indústria religiosa no Brasil. Desta forma, o presente trabalho buscou entender, nos capítulos que se seguem, os elementos centrais para definição de indústria religiosa, as estruturas econômicas, sociais e políticas que cercam este fenômeno no Brasil. Além de finalizar o trabalho com um estudo de caso de uma das mais bem sucedidas e reconhecidas "empresas religiosas” do mundo, que é a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
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A presente dissertação tem como objetivo analisar como o Brasil se tornou o berço de uma forte indústria religiosa. Para tanto, foi necessário entender a gênese desse processo através das principais concepções sobre o fenômeno religioso, compreendendo como o mesmo se relaciona com o modo de produção capitalista. A ideia de indústria religiosa é desenvolvida a partir da ideia de indústria cultural, que tem no sistema de produção capitalista o seu embasamento. Partimos da hipótese de que a ascensão dos movimentos pentecostais e neopentecostais, juntamente com o desenvolvimento de uma teologia da prosperidade, facilitaram o estabelecimento dessa indústria religiosa no Brasil. Desta forma, o presente trabalho buscou entender, nos capítulos que se seguem, os elementos centrais para definição de indústria religiosa, as estruturas econômicas, sociais e políticas que cercam este fenômeno no Brasil. Além de finalizar o trabalho com um estudo de caso de uma das mais bem sucedidas e reconhecidas "empresas religiosas” do mundo, que é a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
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MARCELLO PAGLIARI DE BRAUD
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ASCENSÃO E DERROCADA DAS GRANDES EMPRESAS DE ENGENHARIA PESADA (2007 - 2019)
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Orientador : TATIANA BERRINGER DE ASSUMPCAO
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Data: 18/08/2023
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O presente trabalho busca compreender qual foio impacto que a Operação Lava Jato teve para a derrocada das empresas de construção pesada brasileiras. Partimos da hipótese que essas empresas faziam parte da burguesia interna, fração de classe hegemônica nos governos do PT e de que houve uma ofensiva imperialista, através da Operação Lava Jato, que resultou na mudança do bloco no poder no Brasil. Para alcançar nosso objetivo, analisamos o histórico da relação deste setor da burguesia com o Estado brasileiro durante os governos do PT, mostramos elementos que vinculam a Operação Lava Jato com interesses externos, e apresentamos os impactos que a Operação causou no setor. Pretendeu-se, a partir de uma análise marxista, contribuir com o debate acadêmico e político sobre a natureza dos governos do PT e o papel que as diferentes frações de classe e o imperialismo possuem nos rumos políticos do país.
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O presente trabalho busca compreender qual foio impacto que a Operação Lava Jato teve para a derrocada das empresas de construção pesada brasileiras. Partimos da hipótese que essas empresas faziam parte da burguesia interna, fração de classe hegemônica nos governos do PT e de que houve uma ofensiva imperialista, através da Operação Lava Jato, que resultou na mudança do bloco no poder no Brasil. Para alcançar nosso objetivo, analisamos o histórico da relação deste setor da burguesia com o Estado brasileiro durante os governos do PT, mostramos elementos que vinculam a Operação Lava Jato com interesses externos, e apresentamos os impactos que a Operação causou no setor. Pretendeu-se, a partir de uma análise marxista, contribuir com o debate acadêmico e político sobre a natureza dos governos do PT e o papel que as diferentes frações de classe e o imperialismo possuem nos rumos políticos do país.
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RODOLFO VAZ OLIVEIRA AGUIAR
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BIOECONOMIA, ESPECIALIZAÇÃO PRODUTIVA E INSERÇÃO INTERNACIONAL DA AMÉRICA LATINA: ESTUDO DE CASO DE URUGUAI, EQUADOR E BOLÍVIA
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Orientador : CRISTINA FROES DE BORJA REIS
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Data: 14/09/2023
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A presente pesquisa tem como objetivo evidenciar os perfis de estruturação da bioeconomia na América Latina, através de uma metodologia acessível, e entender se a bioeconomia reedita uma nova versão da teoria das vantagens comparativas na América Latina, o que poderia fazer dela uma ideia tipicamente neoclássica, e quais as consequências para o processo de desenvolvimento inclusivo e sustentável. A hipótese é que a bioeconomia, enquanto baseada nas vantagens comparativas, mantém a heterogeneidade estrutural e não fomenta a superação do subdesenvolvimento. Para tanto, busca-se no plano teórico apresentar e discutir as visões de bioeconomia e traçar relações com a problemática das vantagens comparativas e da especialização produtiva. No plano empírico, faz-se necessário o exame da existência de potencialidades concretas para a bioeconomia na América Latina, e para isso opta-se por um estudo de caso a partir de três países da região com especialização em recursos naturais e de porte similar: Uruguai, Equador e Bolívia. Realizar-se-á uma Análise Multicriterial, técnica que facilita a abordagem de problemas multidisciplinares envolvendo consequências para o meio ambiente. Finalmente, a investigação de estratégias e planos relacionados à temática nos países selecionados fornece a possibilidade de examinar as implicações das evidências obtidas em contraste com as propostas em vigor em cada caso.
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A presente pesquisa tem como objetivo evidenciar os perfis de estruturação da bioeconomia na América Latina, através de uma metodologia acessível, e entender se a bioeconomia reedita uma nova versão da teoria das vantagens comparativas na América Latina, o que poderia fazer dela uma ideia tipicamente neoclássica, e quais as consequências para o processo de desenvolvimento inclusivo e sustentável. A hipótese é que a bioeconomia, enquanto baseada nas vantagens comparativas, mantém a heterogeneidade estrutural e não fomenta a superação do subdesenvolvimento. Para tanto, busca-se no plano teórico apresentar e discutir as visões de bioeconomia e traçar relações com a problemática das vantagens comparativas e da especialização produtiva. No plano empírico, faz-se necessário o exame da existência de potencialidades concretas para a bioeconomia na América Latina, e para isso opta-se por um estudo de caso a partir de três países da região com especialização em recursos naturais e de porte similar: Uruguai, Equador e Bolívia. Realizar-se-á uma Análise Multicriterial, técnica que facilita a abordagem de problemas multidisciplinares envolvendo consequências para o meio ambiente. Finalmente, a investigação de estratégias e planos relacionados à temática nos países selecionados fornece a possibilidade de examinar as implicações das evidências obtidas em contraste com as propostas em vigor em cada caso.
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BRUNO CÉSAR RIBEIRO BARBOSA
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COLONIALISMO À LUZ DO CAPITAL IMATERIAL: MERCADO DE DADOS PESSOAIS E SUA CONFORMAÇÃO NA DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO
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Orientador : MARIA CARAMEZ CARLOTTO
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Data: 28/09/2023
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Sob o alicerce teórico fornecido por Gorz (2005), Deleuze (1992) e Oliveira (2017), esta dissertação de mestrado analisou algumas das transformações da organização político-econômica da sociedade a partir de um processo crescente de protagonismo do capital imaterial para a realização dos lucros. Uma das muitas consequências observadas foi a complexificação da capacidade dos mecanismos capazes de influir em comportamentos de consumo e fornecer ao capital a possibilidade de estabelecimento de uma verdadeira “planta produtiva de consumidores” que, em seu estágio contemporâneo, constitui-se fundamentalmente por uma verdadeira microeconomia dos dados pessoais, recursos valiosos que alimentam os sofisticados mecanismos de previsão e modulação de comportamentos que servem ao marketing. Neste contexto, a reflexão realizada foi sobre a problemática aplicação desse mecanismo no contexto do rito mais importante das democracias liberais, as eleições, compreendidas com um funcionamento semelhante ao de um mercado político.
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Sob o alicerce teórico fornecido por Gorz (2005), Deleuze (1992) e Oliveira (2017), esta dissertação de mestrado analisou algumas das transformações da organização político-econômica da sociedade a partir de um processo crescente de protagonismo do capital imaterial para a realização dos lucros. Uma das muitas consequências observadas foi a complexificação da capacidade dos mecanismos capazes de influir em comportamentos de consumo e fornecer ao capital a possibilidade de estabelecimento de uma verdadeira “planta produtiva de consumidores” que, em seu estágio contemporâneo, constitui-se fundamentalmente por uma verdadeira microeconomia dos dados pessoais, recursos valiosos que alimentam os sofisticados mecanismos de previsão e modulação de comportamentos que servem ao marketing. Neste contexto, a reflexão realizada foi sobre a problemática aplicação desse mecanismo no contexto do rito mais importante das democracias liberais, as eleições, compreendidas com um funcionamento semelhante ao de um mercado político.
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MATHEUS DA CRUZ
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UBERIZAÇÃO DO TRABALHO E RACISMO ESTRUTURAL:
uma leitura sobre as novas formas de trabalho a partir das questões raciais
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Orientador : REGIMEIRE OLIVEIRA MACIEL
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Data: 29/09/2023
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Como se dão as relações entre a uberização do trabalho e o racismo estrutural no Brasil? Esse questionamento estrutura este trabalho que tem como objetivo entender quem são os entregadores por aplicativo e porquê eles são majoritariamente jovens negros. A pesquisa se inicia com uma revisão bibliográfica e documental, com a finalidade de compreender os principais conceitos nela articulados: uberização do trabalho e racismo estrutural. Além disso, são realizados diálogos com outros levantamentos que procuraram entender a realidade vivenciado por entregadores pro aplicativo. Do ponto de vista da organização, o primeiro capítulo desenvolve os conceitos de raça e racismo e o modo como foram inseridos na sociedade a partir de um projeto de exclusão social dos negros e da utilização de técnicas para a manutenção do poder da branquitude sobre o trabalho e a vida dos negros. Em continuidade, no segundo capítulo, tem-se uma discussão sobre trabalho e os entregadores por aplicativo. Ele destaca a precariedade sistêmica que compõe toda a trajetória do mundo do trabalho, e que ganha novos contornos com a presença das plataformas, intensificando as formas de precarização e uberização do trabalho. O terceiro capítulo entrelaça as questões de uberização do trabalho e racismo através dos territórios em que estão inseridos os entregadores por aplicativo, evidenciando a segregação espacial nos contextos de trabalho e moradia dos mesmos.
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Como se dão as relações entre a uberização do trabalho e o racismo estrutural no Brasil? Esse questionamento estrutura este trabalho que tem como objetivo entender quem são os entregadores por aplicativo e porquê eles são majoritariamente jovens negros. A pesquisa se inicia com uma revisão bibliográfica e documental, com a finalidade de compreender os principais conceitos nela articulados: uberização do trabalho e racismo estrutural. Além disso, são realizados diálogos com outros levantamentos que procuraram entender a realidade vivenciado por entregadores pro aplicativo. Do ponto de vista da organização, o primeiro capítulo desenvolve os conceitos de raça e racismo e o modo como foram inseridos na sociedade a partir de um projeto de exclusão social dos negros e da utilização de técnicas para a manutenção do poder da branquitude sobre o trabalho e a vida dos negros. Em continuidade, no segundo capítulo, tem-se uma discussão sobre trabalho e os entregadores por aplicativo. Ele destaca a precariedade sistêmica que compõe toda a trajetória do mundo do trabalho, e que ganha novos contornos com a presença das plataformas, intensificando as formas de precarização e uberização do trabalho. O terceiro capítulo entrelaça as questões de uberização do trabalho e racismo através dos territórios em que estão inseridos os entregadores por aplicativo, evidenciando a segregação espacial nos contextos de trabalho e moradia dos mesmos.
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MARCIA MARIA DE QUEIROZ
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INDÚSTRIA 4.0: UMA ANÁLISE DE SUA NATUREZA E DE SEUS IMPACTOS ECONÔMICOS
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Orientador : VITOR EDUARDO SCHINCARIOL
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Data: 02/10/2023
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A Indústria 4.0, também denominada Quarta Revolução Industrial, Industrial Internet of Things, ou ainda Smart Manufacturing, tem sido abordada nos anos recentes como uma série de inovações nos campos de produção, consumo, distribuição e gerenciamento. As principais tecnologias que a compõem abrangem a manufatura aditiva, a “internet das coisas” (IoT [internet of things]), digitalização, sistemas ciber-físicos, inteligência artificial, big data, entre outras. Acompanhadas pela maior velocidade de difusão, conectividade e compartilhamento de informações, essas mudanças poderiam ser consideradas qualitativamente disruptivas. Estruturalmente, não há uma formalização amplamente aceita sobre as características e os impactos da Indústria 4.0. É ressaltado pela literatura, no entanto, que esta pode trazer consigo transformações no perfil de emprego, na difusão do progresso técnico, na dinâmica de distribuição e no crescimento econômico. Dessa maneira, este trabalho objetiva efetuar um estudo exploratório-descritivo sobre a Indústria 4.0, seguido de uma análise pós-keynesiana de sua natureza e de seus eventuais impactos econômicos, inferidos a partir da literatura examinada, na distribuição de renda, no progresso técnico e no próprio crescimento econômico, considerando a dinâmica existente na teoria pós-keynesiana entre as noções de demanda efetiva, nível de emprego e a intensidade de capital. Através de um levantamento bibliográfico e de uma interpretação de corte pós-keynesiano da literatura que envolve divulgadores, estudiosos e críticos da indústria 4.0, a pesquisa permite inferir que a Indústria 4.0 tem de fato o potencial de acrescer os níveis de produtividade e de crescimento. No entanto, em termos distributivos, seria acentuada uma tendência à polarização da renda, em vista de um mercado de trabalho com possíveis maiores disparidades de salários, em consequência de uma maior utilização de técnicas capital-intensivas. Tal tendência provavelmente deprimirá a demanda efetiva e inserirá dificuldades para um crescimento econômico equilibrado. Estas características seriam conjugadas com uma provável menor participação dos salários na renda nacional, e de maiores disparidades entre firmas, setores e países.
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A Indústria 4.0, também denominada Quarta Revolução Industrial, Industrial Internet of Things, ou ainda Smart Manufacturing, tem sido abordada nos anos recentes como uma série de inovações nos campos de produção, consumo, distribuição e gerenciamento. As principais tecnologias que a compõem abrangem a manufatura aditiva, a “internet das coisas” (IoT [internet of things]), digitalização, sistemas ciber-físicos, inteligência artificial, big data, entre outras. Acompanhadas pela maior velocidade de difusão, conectividade e compartilhamento de informações, essas mudanças poderiam ser consideradas qualitativamente disruptivas. Estruturalmente, não há uma formalização amplamente aceita sobre as características e os impactos da Indústria 4.0. É ressaltado pela literatura, no entanto, que esta pode trazer consigo transformações no perfil de emprego, na difusão do progresso técnico, na dinâmica de distribuição e no crescimento econômico. Dessa maneira, este trabalho objetiva efetuar um estudo exploratório-descritivo sobre a Indústria 4.0, seguido de uma análise pós-keynesiana de sua natureza e de seus eventuais impactos econômicos, inferidos a partir da literatura examinada, na distribuição de renda, no progresso técnico e no próprio crescimento econômico, considerando a dinâmica existente na teoria pós-keynesiana entre as noções de demanda efetiva, nível de emprego e a intensidade de capital. Através de um levantamento bibliográfico e de uma interpretação de corte pós-keynesiano da literatura que envolve divulgadores, estudiosos e críticos da indústria 4.0, a pesquisa permite inferir que a Indústria 4.0 tem de fato o potencial de acrescer os níveis de produtividade e de crescimento. No entanto, em termos distributivos, seria acentuada uma tendência à polarização da renda, em vista de um mercado de trabalho com possíveis maiores disparidades de salários, em consequência de uma maior utilização de técnicas capital-intensivas. Tal tendência provavelmente deprimirá a demanda efetiva e inserirá dificuldades para um crescimento econômico equilibrado. Estas características seriam conjugadas com uma provável menor participação dos salários na renda nacional, e de maiores disparidades entre firmas, setores e países.
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GABRIEL LUIZ DUCCINI PUIA
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O PROBLEMA DA TRANSIÇÃO: PLANIFICAÇÃO ECONÔMICA E TRANSIÇÃO SOCIALISTA NA CHINA DURANTE OS ANOS DA REVOLUÇÃO CULTURAL (1966-1976)
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Orientador : VALERIA LOPES RIBEIRO
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Data: 09/10/2023
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O objeto deste trabalho é a planificação econômica e transição socialista na China durante os anos da Revolução Cultural chinesa. Visamos inserir a análise da revolução cultural chinesa no debate teórico marxista em torno da concepção de socialismo e sobre a planificação econômica como base da economia política do socialismo. Deste modo iremos partir da leitura de Marx sobre o socialismo enquanto negação das categorias da produção capitalista para analisar criticamente o problema da transição socialista na revolução cultural chinesa. Portanto, iremos enfatizar a revolução cultural como uma experiência de tentativa de ruptura com o modelo soviético de socialismo, predominante no movimento comunista internacional naquele contexto, e a partir de seus fundamentos teóricos e sua experiência prática compreender seus limites e avanços do ponto de vista da construção do socialismo.
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O objeto deste trabalho é a planificação econômica e transição socialista na China durante os anos da Revolução Cultural chinesa. Visamos inserir a análise da revolução cultural chinesa no debate teórico marxista em torno da concepção de socialismo e sobre a planificação econômica como base da economia política do socialismo. Deste modo iremos partir da leitura de Marx sobre o socialismo enquanto negação das categorias da produção capitalista para analisar criticamente o problema da transição socialista na revolução cultural chinesa. Portanto, iremos enfatizar a revolução cultural como uma experiência de tentativa de ruptura com o modelo soviético de socialismo, predominante no movimento comunista internacional naquele contexto, e a partir de seus fundamentos teóricos e sua experiência prática compreender seus limites e avanços do ponto de vista da construção do socialismo.
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LAZARO UASSENA UNA
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A Agenda 2063 e o combate a pobreza na África
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Orientador : MURYATAN SANTANA BARBOSA
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Data: 17/10/2023
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A pobreza tem sido objeto de discussão na bibliografia internacional por ser um fenômeno que ainda assola diversos países no mundo. Essa preocupação não se limitou ao campo acadêmico, sendo também alvo da ação de diversas organizações nacionais e internacionais. Os países africanos decidiram, a partir da fundação da União Africana (UA), construir uma Agenda (2063) que espelhasse os reais problemas do continente, tendo esse problema como um dos focos. Com isso, este trabalho busca descrever e analisar criticamente as propostas da Agenda 2063 da UA para redução da pobreza no continente africano. E para o cumprimento do objetivo do trabalho, foi usado o método de revisão bibliográfica e documental.
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A pobreza tem sido objeto de discussão na bibliografia internacional por ser um fenômeno que ainda assola diversos países no mundo. Essa preocupação não se limitou ao campo acadêmico, sendo também alvo da ação de diversas organizações nacionais e internacionais. Os países africanos decidiram, a partir da fundação da União Africana (UA), construir uma Agenda (2063) que espelhasse os reais problemas do continente, tendo esse problema como um dos focos. Com isso, este trabalho busca descrever e analisar criticamente as propostas da Agenda 2063 da UA para redução da pobreza no continente africano. E para o cumprimento do objetivo do trabalho, foi usado o método de revisão bibliográfica e documental.
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Teses |
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BRUNO REIKDAL LIMA
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A PRODUÇÃO TEÓRICA DO DEPARTAMENTO ECUMÊNICO DE INVESTIGAÇÕES: Uma secularização do campo teológico para o econômico
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Orientador : VITOR EDUARDO SCHINCARIOL
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Data: 18/09/2023
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Durante a segunda metade do século XX, sob a conjuntura de Guerra Fria, crises e efervescência política em todo o globo, emergiu na América Latina um movimento religioso contestatório e crítico do capitalismo que mobilizou clérigos, leigos, militantes e acadêmicos. Tratou-se da chamada Teologia da Libertação que, em seu processo de organização e desenvolvimento, reuniu uma rede de intelectuais que atuavam em diferentes áreas para além do campo teológico (filosofia, sociologia, pedagogia, psicologia etc.), conformando o que se convencionou denominar como pensamento de libertação latino-americano. Desse processo, em 1977 foi fundado o Departamento Ecumênico de Investigações (DEI), em San José, Costa Rica, que reuniu um grupo de teólogos, economistas, filósofos e cientistas sociais que buscou desenvolver uma produção teórica no campo da economia política. Isto posto, nossa pesquisa apresenta o caráter particular da produção teórica realizada no âmbito do DEI, analisando e sistematizando o trabalho de seus expoentes, e propondo um balanço interpretativo que resulta na tese de que as contribuições relevantes do Departamento foram principalmente realizadas no escopo da filosofia econômica, cuja centralidade versou sobre a questão da racionalidade econômica que, sob o que se convencionou como eixo “teologia-economia”, configurou propriamente um processo de secularização da Teologia da Libertação. Para tal, optou-se pela exposição cronológica e diacrônica, partindo do processo de modernização da Igreja Católica e das raízes históricas da Teologia da Libertação, sua relação com a Teoria da Dependência e as conexões entre ambas que possibilitaram a constituição do eixo teologia-economia. Em seguida, a argumentação ruma para a apresentação de um autor-chave para a passagem do campo teológico para campo econômico: o economista Franz Hinkelammert, destacado por desenvolver a produção teórica que conferiu o marco geral para os trabalhos realizados sob o eixo “teologia-economia” –delineando, em especial, as bases para a discussão sobre a racionalidade econômica. Após a exposição dos principais conteúdos desenvolvidos no Departamento sob um recorte que remonta de sua fundação até o início dos anos 2000, é realizado o balanço interpretativo da produção teórica do DEI.
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Durante a segunda metade do século XX, sob a conjuntura de Guerra Fria, crises e efervescência política em todo o globo, emergiu na América Latina um movimento religioso contestatório e crítico do capitalismo que mobilizou clérigos, leigos, militantes e acadêmicos. Tratou-se da chamada Teologia da Libertação que, em seu processo de organização e desenvolvimento, reuniu uma rede de intelectuais que atuavam em diferentes áreas para além do campo teológico (filosofia, sociologia, pedagogia, psicologia etc.), conformando o que se convencionou denominar como pensamento de libertação latino-americano. Desse processo, em 1977 foi fundado o Departamento Ecumênico de Investigações (DEI), em San José, Costa Rica, que reuniu um grupo de teólogos, economistas, filósofos e cientistas sociais que buscou desenvolver uma produção teórica no campo da economia política. Isto posto, nossa pesquisa apresenta o caráter particular da produção teórica realizada no âmbito do DEI, analisando e sistematizando o trabalho de seus expoentes, e propondo um balanço interpretativo que resulta na tese de que as contribuições relevantes do Departamento foram principalmente realizadas no escopo da filosofia econômica, cuja centralidade versou sobre a questão da racionalidade econômica que, sob o que se convencionou como eixo “teologia-economia”, configurou propriamente um processo de secularização da Teologia da Libertação. Para tal, optou-se pela exposição cronológica e diacrônica, partindo do processo de modernização da Igreja Católica e das raízes históricas da Teologia da Libertação, sua relação com a Teoria da Dependência e as conexões entre ambas que possibilitaram a constituição do eixo teologia-economia. Em seguida, a argumentação ruma para a apresentação de um autor-chave para a passagem do campo teológico para campo econômico: o economista Franz Hinkelammert, destacado por desenvolver a produção teórica que conferiu o marco geral para os trabalhos realizados sob o eixo “teologia-economia” –delineando, em especial, as bases para a discussão sobre a racionalidade econômica. Após a exposição dos principais conteúdos desenvolvidos no Departamento sob um recorte que remonta de sua fundação até o início dos anos 2000, é realizado o balanço interpretativo da produção teórica do DEI.
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RAFAEL ALMEIDA FERREIRA ABRÃO
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A Dinâmica do Capital Chinês no Setor de Petróleo e Gás Brasileiro no Contexto da Transição Energética (2007-2022)
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Orientador : GIORGIO ROMANO SCHUTTE
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Data: 04/12/2023
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Esta tese tem como objetivo analisar o processo de fortalecimento das relações Brasil-China no setor energético, com ênfase no período compreendido entre 2007 e 2022. Busca-se compreender os interesses chineses no setor e como a ampliação da presença das empresas chinesas impactou a inserção internacional brasileira no cenário energético global. Tem-se como ponto de partida que a nova dinâmica entre Brasil e China no setor energético se dá em meio ao processo de transformação do Brasil em relevante produtor e exportador de petróleo e, simultaneamente, à necessidade global de transição energética imposta pela crise ambiental. A partir desta problemática, levantam-se os seguintes questionamentos: quais as razões para a atração de investimentos de empresas chinesas no setor energético brasileiro? Como o Brasil se inseriu nas necessidades comerciais e estratégicas das empresas chinesas? A entrada das empresas chinesas no setor energético brasileiro fortaleceu a inserção internacional do Brasil no cenário energético global? Argumenta-se que a expansão das empresas chinesas no setor de energia faz parte de uma lógica mais abrangente de transnacionalização do capital chinês diante da necessidade de se reproduzir em novos territórios. Ademais, essa lógica atende aos interesses comerciais, de expansão das empresas chinesas para novos mercados, e interesses estratégicos, oriundos de objetivos de Estado para assegurar a segurança energética do país. Para além da lógica de reprodução do capital, as empresas chinesas encontram um cenário propício para a sua internacionalização a partir da aquisição de ativos e da participação em projetos em expansão, o que foi facilitado pelas dificuldades enfrentadas pelo Brasil no período.
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Esta tese tem como objetivo analisar o processo de fortalecimento das relações Brasil-China no setor energético, com ênfase no período compreendido entre 2007 e 2022. Busca-se compreender os interesses chineses no setor e como a ampliação da presença das empresas chinesas impactou a inserção internacional brasileira no cenário energético global. Tem-se como ponto de partida que a nova dinâmica entre Brasil e China no setor energético se dá em meio ao processo de transformação do Brasil em relevante produtor e exportador de petróleo e, simultaneamente, à necessidade global de transição energética imposta pela crise ambiental. A partir desta problemática, levantam-se os seguintes questionamentos: quais as razões para a atração de investimentos de empresas chinesas no setor energético brasileiro? Como o Brasil se inseriu nas necessidades comerciais e estratégicas das empresas chinesas? A entrada das empresas chinesas no setor energético brasileiro fortaleceu a inserção internacional do Brasil no cenário energético global? Argumenta-se que a expansão das empresas chinesas no setor de energia faz parte de uma lógica mais abrangente de transnacionalização do capital chinês diante da necessidade de se reproduzir em novos territórios. Ademais, essa lógica atende aos interesses comerciais, de expansão das empresas chinesas para novos mercados, e interesses estratégicos, oriundos de objetivos de Estado para assegurar a segurança energética do país. Para além da lógica de reprodução do capital, as empresas chinesas encontram um cenário propício para a sua internacionalização a partir da aquisição de ativos e da participação em projetos em expansão, o que foi facilitado pelas dificuldades enfrentadas pelo Brasil no período.
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TOMÁS COSTA DE AZEVEDO MARQUES
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REGULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE INVESTIMENTO EXTERNO DIRETO: O CASO DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA
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Orientador : GIORGIO ROMANO SCHUTTE
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Data: 06/12/2023
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No final da década de 1970, a República Popular da China (RPC) promoveu um conjunto de reformas modernizadoras como uma nova tentativa de promover o desenvolvimento de suas forças produtivas. Entre as reformas adotadas, foram implementadas políticas que permitiram ao país ingressar na economia mundial por meio da abertura controlada de sua economia aos investimentos do mundo capitalista. As políticas de regulação do investimento estrangeiro (IDE) fazem parte do projeto nacional de desenvolvimento que levou o país a se tornar uma das três maiores economias do mundo. Neste trabalho, nosso objetivo é realizar uma análise do papel do IDE e da política de regulação desses investimentos no desenvolvimento da China sob a ótica da economia política internacional sob a relação entre o Estado e as Corporações Transnacionais.
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No final da década de 1970, a República Popular da China (RPC) promoveu um conjunto de reformas modernizadoras como uma nova tentativa de promover o desenvolvimento de suas forças produtivas. Entre as reformas adotadas, foram implementadas políticas que permitiram ao país ingressar na economia mundial por meio da abertura controlada de sua economia aos investimentos do mundo capitalista. As políticas de regulação do investimento estrangeiro (IDE) fazem parte do projeto nacional de desenvolvimento que levou o país a se tornar uma das três maiores economias do mundo. Neste trabalho, nosso objetivo é realizar uma análise do papel do IDE e da política de regulação desses investimentos no desenvolvimento da China sob a ótica da economia política internacional sob a relação entre o Estado e as Corporações Transnacionais.
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