|
Dissertações |
|
1
|
-
WILLIAN HABERMANN
-
ACESSO A VACINAS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: uma análise da tentativa de Suspensão temporária do Acordo TRIPS (TRIPS Waiver)
-
Orientador : JOSE PAULO GUEDES PINTO
-
Data: 29/01/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Resumo: A pandemia da COVID-19 se mostrou o maior desafio sanitário mundial de nossa história recente e colocou a discussão sobre a propriedade intelectual e o acesso a vacinas no centro do debate. Devido aos aprendizados com as pandemias anteriores, aos avanços tecnológicos das últimas décadas, ao interesse das grandes empresas farmacêuticas e à uma articulação em prol do combate ao vírus da COVID-19, foi possível produzir tratamentos e performar protocolos sanitários para reduzir os impactos da doença e da pandemia em tempo recorde. Neste contexto o desenvolvimento das vacinas foi crucial e o Acordo TRIPS, que estabelece, através da OMC, padrões mínimos de proteção para todos os campos tecnológicos, incluindo o setor farmacêutico teve um papel importante. O objetivo dessa dissertação é o de analisar o impacto dos direitos de propriedade intelectual no acesso às vacinas contra a COVID-19 e apresentar o debate sobre acesso às vacinas contra a COVID-19 através da tentativa de suspensão temporária do Acordo TRIPS, o chamado TRIPS Waiver. Além disso, esse trabalho também apresentou, através de textos históricos e científicos, assim como baseado no referencial teórico da Saúde Global, a relação entre epidemias, globalização e o caminho trilhado para o fortalecimento do regime internacional de propriedade intelectual, e procurou descrever a forma como os direitos de propriedade intelectual atuaram em emergências de saúde parecidas com as da COVID-19, como por exemplo o caso mais recente da pandemia de Gripe A(H1N1). Nesse sentido, esta dissertação apresenta como os direitos de propriedade intelectual impactaram no acesso e disponibilidade das vacinas contra a COVID-19 durante a pandemia do novo coronavírus. A hipótese deste trabalho se baseia na ideia de que o atual regime de propriedade intelectual, ainda que tenha sido importante para o rápido desenvolvimento das vacinas contra a COVID-19, serviu também como uma barreira aos países mais pobres e em desenvolvimento na garantia do acesso universal às vacinas e suas tecnologias. Dentre as conclusões se apresenta que como essas problemáticas ocorrem em um contexto de profundas desigualdades, toda e qualquer tentativa de ampliar o acesso a medicamentos e vacinas, como o TRIPS Waiver, serão insuficientes na medida em que não conseguem, por si só, alterar as assimetrias de poder entre os países, pois, para além dos direitos de propriedade intelectual é importante que se estabeleçam diretrizes para uma transferência de tecnologia e conhecimento como forma de garantir colaborações de longo prazo e com o intuito de desenvolver plantas de produção de produto farmacêuticos em países em desenvolvimento.
-
Mostrar Abstract
-
Resumo: A pandemia da COVID-19 se mostrou o maior desafio sanitário mundial de nossa história recente e colocou a discussão sobre a propriedade intelectual e o acesso a vacinas no centro do debate. Devido aos aprendizados com as pandemias anteriores, aos avanços tecnológicos das últimas décadas, ao interesse das grandes empresas farmacêuticas e à uma articulação em prol do combate ao vírus da COVID-19, foi possível produzir tratamentos e performar protocolos sanitários para reduzir os impactos da doença e da pandemia em tempo recorde. Neste contexto o desenvolvimento das vacinas foi crucial e o Acordo TRIPS, que estabelece, através da OMC, padrões mínimos de proteção para todos os campos tecnológicos, incluindo o setor farmacêutico teve um papel importante. O objetivo dessa dissertação é o de analisar o impacto dos direitos de propriedade intelectual no acesso às vacinas contra a COVID-19 e apresentar o debate sobre acesso às vacinas contra a COVID-19 através da tentativa de suspensão temporária do Acordo TRIPS, o chamado TRIPS Waiver. Além disso, esse trabalho também apresentou, através de textos históricos e científicos, assim como baseado no referencial teórico da Saúde Global, a relação entre epidemias, globalização e o caminho trilhado para o fortalecimento do regime internacional de propriedade intelectual, e procurou descrever a forma como os direitos de propriedade intelectual atuaram em emergências de saúde parecidas com as da COVID-19, como por exemplo o caso mais recente da pandemia de Gripe A(H1N1). Nesse sentido, esta dissertação apresenta como os direitos de propriedade intelectual impactaram no acesso e disponibilidade das vacinas contra a COVID-19 durante a pandemia do novo coronavírus. A hipótese deste trabalho se baseia na ideia de que o atual regime de propriedade intelectual, ainda que tenha sido importante para o rápido desenvolvimento das vacinas contra a COVID-19, serviu também como uma barreira aos países mais pobres e em desenvolvimento na garantia do acesso universal às vacinas e suas tecnologias. Dentre as conclusões se apresenta que como essas problemáticas ocorrem em um contexto de profundas desigualdades, toda e qualquer tentativa de ampliar o acesso a medicamentos e vacinas, como o TRIPS Waiver, serão insuficientes na medida em que não conseguem, por si só, alterar as assimetrias de poder entre os países, pois, para além dos direitos de propriedade intelectual é importante que se estabeleçam diretrizes para uma transferência de tecnologia e conhecimento como forma de garantir colaborações de longo prazo e com o intuito de desenvolver plantas de produção de produto farmacêuticos em países em desenvolvimento.
|
|
2
|
-
MELINA SOFIA KURIN
-
Os Feminismos ao sul da fronteira e a construção da “primavera das mulheres” latino-americanas
-
Orientador : REGIMEIRE OLIVEIRA MACIEL
-
Data: 08/02/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Este trabalho parte da emergência de movimentos de mulheres que se voltam contrariamente aos aspectos do avanço neoliberal, constituindo grandes manifestações feministas no contexto do sul global. Dada a amplitude do termo “Feminismo do Sul”, toma-se, aqui, em específico, o feminismo que se desenvolveu na América Latina e Caribe, com enfoque sobre Brasil, Argentina e Chile, países nos quais se produziram movimentos síncronos de contestação, muitos de caráter altermundialista, influenciando-se mutuamente no desdobrar da denominada “primavera das mulheres”, de 2015 a 2019. Busca-se, para tanto, saber como se estabelecem as conexões, as especificidades e as pautas de uma parte do feminismo latino-americano, que tem sido lida sob o rótulo de “feminismo popular”. A análise partiu de organizações influentes na região, como a Marcha Mundial das Mulheres e o Ni Una Menos. Do ponto de vista metodológico, foram feitas análises de publicações oficiais dos movimentos estudados, encontrados em periódicos, portais digitais, além de seus manifestos. Buscou-se a reconstrução de uma história feminista do Sul, suas conexões e perspectivas, somando-se à realização de entrevistas semi-estruturadas síncronas ou por meio de formulário com integrantes de organizações influentes na América Latina. A intenção foi pôr em diálogo demandas, posicionamentos e experiências, visando identificar traços em comum e especificidades que demarcam os feminismos latino-americanos.
-
Mostrar Abstract
-
Este trabalho parte da emergência de movimentos de mulheres que se voltam contrariamente aos aspectos do avanço neoliberal, constituindo grandes manifestações feministas no contexto do sul global. Dada a amplitude do termo “Feminismo do Sul”, toma-se, aqui, em específico, o feminismo que se desenvolveu na América Latina e Caribe, com enfoque sobre Brasil, Argentina e Chile, países nos quais se produziram movimentos síncronos de contestação, muitos de caráter altermundialista, influenciando-se mutuamente no desdobrar da denominada “primavera das mulheres”, de 2015 a 2019. Busca-se, para tanto, saber como se estabelecem as conexões, as especificidades e as pautas de uma parte do feminismo latino-americano, que tem sido lida sob o rótulo de “feminismo popular”. A análise partiu de organizações influentes na região, como a Marcha Mundial das Mulheres e o Ni Una Menos. Do ponto de vista metodológico, foram feitas análises de publicações oficiais dos movimentos estudados, encontrados em periódicos, portais digitais, além de seus manifestos. Buscou-se a reconstrução de uma história feminista do Sul, suas conexões e perspectivas, somando-se à realização de entrevistas semi-estruturadas síncronas ou por meio de formulário com integrantes de organizações influentes na América Latina. A intenção foi pôr em diálogo demandas, posicionamentos e experiências, visando identificar traços em comum e especificidades que demarcam os feminismos latino-americanos.
|
|
3
|
-
GERSON SANCA
-
A GUINÉ-BISSAU E A ECONOMIA POLÍTICA DOS GRUPOS ÉTNICOS: UMA ANÁLISE DA INSTRUMENTALIZAÇÃO ÉTNICA (1991-2019)
-
Orientador : MURYATAN SANTANA BARBOSA
-
Data: 12/03/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
O presente trabalho visa compreender como opera a instrumentalização étnica na Guiné-Bissau. Para isto, procurou-se estudar o seu processo de formação, colonização e independência e, em seguida, os desafios emergentes na construção do novo estado após a independência. Deu-se atenção significativa a relação entre tribalismo político e multipartidarismo, com o intuito de compreender a proliferação da instrumentalização étnica, ou seja, do uso das identidades étnicas para fins políticos.
-
Mostrar Abstract
-
O presente trabalho visa compreender como opera a instrumentalização étnica na Guiné-Bissau. Para isto, procurou-se estudar o seu processo de formação, colonização e independência e, em seguida, os desafios emergentes na construção do novo estado após a independência. Deu-se atenção significativa a relação entre tribalismo político e multipartidarismo, com o intuito de compreender a proliferação da instrumentalização étnica, ou seja, do uso das identidades étnicas para fins políticos.
|
|
4
|
-
JOÃO DANIEL VILLA
-
O papel das empresas estatais e da SASAC na estratégia de desenvolvimento econômico da República Popular da China (2003-2022).
-
Orientador : VALTER VENTURA DA ROCHA POMAR
-
Data: 22/05/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Esta dissertação de mestrado propõe-se a examinar o papel desempenhado pelas empresas estatais da República Popular da China (RPC) a partir do processo de reformas institucionais que atravessaram o setor estatal deste país desde o início do século XXI. O recorte temporal é estabelecido a partir de 2003, ano de fundação da State-owned Assets Supervision and Administration Commission (SASAC), órgão destinado a administrar e supervisionar os ativos das empresas estatais com vistas a fortalecê-las e preservar seus ativos estratégicos. Investiga-se qual a relevância e a participação das empresas estatais na economia da RPC, bem como a influência que elas exercem na trajetória de desenvolvimento econômico chinês. As principais descobertas são de que, mesmo após mais de quatro décadas de reformas de mercado, as empresas estatais continuam sendo não apenas instrumentos de planejamento econômico por parte do Estado, como também atores decisivos para o controle macroeconômico, nos investimentos externos diretos e na transição da RPC para uma economia baseada em inovação tecnológica. Dessa forma, o argumento principal deste trabalho é de que as empresas estatais chinesas são ferramentas essenciais para o crescimento econômico da RPC, bem como para a sua inserção mundial em posição não-subordinada e, em última instância, para a consecução dos seus objetivos de desenvolvimento de longo prazo.
-
Mostrar Abstract
-
Esta dissertação de mestrado propõe-se a examinar o papel desempenhado pelas empresas estatais da República Popular da China (RPC) a partir do processo de reformas institucionais que atravessaram o setor estatal deste país desde o início do século XXI. O recorte temporal é estabelecido a partir de 2003, ano de fundação da State-owned Assets Supervision and Administration Commission (SASAC), órgão destinado a administrar e supervisionar os ativos das empresas estatais com vistas a fortalecê-las e preservar seus ativos estratégicos. Investiga-se qual a relevância e a participação das empresas estatais na economia da RPC, bem como a influência que elas exercem na trajetória de desenvolvimento econômico chinês. As principais descobertas são de que, mesmo após mais de quatro décadas de reformas de mercado, as empresas estatais continuam sendo não apenas instrumentos de planejamento econômico por parte do Estado, como também atores decisivos para o controle macroeconômico, nos investimentos externos diretos e na transição da RPC para uma economia baseada em inovação tecnológica. Dessa forma, o argumento principal deste trabalho é de que as empresas estatais chinesas são ferramentas essenciais para o crescimento econômico da RPC, bem como para a sua inserção mundial em posição não-subordinada e, em última instância, para a consecução dos seus objetivos de desenvolvimento de longo prazo.
|
|
5
|
-
JAYME PERIN GARCIA
-
Os limites do desenvolvimento econômico brasileiro de 2007 a 2014 à luz da Teoria Marxista da Dependência
-
Orientador : FERNANDA GRAZIELLA CARDOSO
-
Data: 18/06/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Esta dissertação visa compreender os limites do desenvolvimento econômico brasileiro de 2007 a 2014, enquanto país dependente e periférico, à luz da Teoria da Dependência. Partindo desta teoria, com ênfase na Teoria Marxista da Dependência (TMD), serão investigadas as características históricas e regionais desse processo, como a formação socioeconômica do país e sua inserção na Divisão Internacional do Trabalho, e a hipótese de que durante os governos Lula II e Dilma I, o Brasil passou por um ciclo neodesenvolvimentista. Com o intuito de avaliar este ciclo, também são analisados aspectos fundamentais do contexto atual, como a financeirização, a desindustrialização, a superexploração do trabalho, o neoextrativismo, os investimentos públicos, a transferência de valor como intercâmbio desigual e as propostas de integração regional, através do aporte teórico complementar de pensadores latino-americanos que avaliam a possibilidade da configuração de uma nova fase da dependência econômica brasileira.
-
Mostrar Abstract
-
Esta dissertação visa compreender os limites do desenvolvimento econômico brasileiro de 2007 a 2014, enquanto país dependente e periférico, à luz da Teoria da Dependência. Partindo desta teoria, com ênfase na Teoria Marxista da Dependência (TMD), serão investigadas as características históricas e regionais desse processo, como a formação socioeconômica do país e sua inserção na Divisão Internacional do Trabalho, e a hipótese de que durante os governos Lula II e Dilma I, o Brasil passou por um ciclo neodesenvolvimentista. Com o intuito de avaliar este ciclo, também são analisados aspectos fundamentais do contexto atual, como a financeirização, a desindustrialização, a superexploração do trabalho, o neoextrativismo, os investimentos públicos, a transferência de valor como intercâmbio desigual e as propostas de integração regional, através do aporte teórico complementar de pensadores latino-americanos que avaliam a possibilidade da configuração de uma nova fase da dependência econômica brasileira.
|
|
6
|
-
JOÃO VÍTOR ESTEVES BARBOSA
-
As políticas da Petrobras, 2012-2018: uma análise de seus marcos decisórios e impactos econômicos
-
Orientador : VITOR EDUARDO SCHINCARIOL
-
Data: 19/06/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A empresa estatal de capital misto Petróleo brasileiro S.A. é uma das maiores empresas do Brasil, detendo a maior parte de seu mercado de petróleo e derivados. Suas ações de investimento, política de preços, direcionamento ambiental, dentre outros, impactam diretamente no ambiente econômico, social e político. As transformações políticas no Brasil entre 2014 e 2018, particularmente com o impedimento de Dilma Rousseff e a administração de Michel Temer que a sucedeu, impactaram no perfil da gestão da empresa, mediante trocas em seu corpo diretivo. À luz desse quadro, as alterações de políticas adotadas no período de 2012 a 2018, compreendendo as gestões de Graça Foster, Aldemir Bendine (governo Dilma Rousseff), e Pedro Parente e Ivan Monteiro (governo Michel Temer) serão o objeto deste estudo de história econômica de empresas, de viés estruturalista. Nossas perguntas norteadoras serão (1): quais foram as alterações mais significativas no perfil de decisões da empresa nesse período, e (2) quais seus impactos nos resultados obtidos pela empresa? Pretende-se para tanto resumir e avaliar as ações e indicadores mais importantes da Petrobras no período, no que se refere ao desempenho econômico financeiro e produtivo da empresa, relatando também acontecimentos no nível nacional e internacional relacionados ao objeto de pesquisa. Os principais indicadores analisados referir-se-ão ao padrão setorial de investimentos da empresa, seu perfil de endividamento -particularmente face às variações do dólar, do preço do petróleo, e aos impactos da operação Lava-Jato-, o perfil de contratação de fornecedores e mão-de-obra, dentre outras variáveis similares relacionadas ao desempenho da empresa. Os indicadores de capital social serão abordados também, a fim de entender quem são os acionistas da empresa, qual sua variação ao longo do período, bem como seu nível de apropriação dos dividendos da empresa. A análise desses dados pode contribuir para uma compreensão do papel dos investimentos e decisões da empresa para o país em termos de seu desenvolvimento econômico, e, num sentido mais localizado, para estilizar as mudanças no perfil de decisões da empresa no período em tela.
-
Mostrar Abstract
-
A empresa estatal de capital misto Petróleo brasileiro S.A. é uma das maiores empresas do Brasil, detendo a maior parte de seu mercado de petróleo e derivados. Suas ações de investimento, política de preços, direcionamento ambiental, dentre outros, impactam diretamente no ambiente econômico, social e político. As transformações políticas no Brasil entre 2014 e 2018, particularmente com o impedimento de Dilma Rousseff e a administração de Michel Temer que a sucedeu, impactaram no perfil da gestão da empresa, mediante trocas em seu corpo diretivo. À luz desse quadro, as alterações de políticas adotadas no período de 2012 a 2018, compreendendo as gestões de Graça Foster, Aldemir Bendine (governo Dilma Rousseff), e Pedro Parente e Ivan Monteiro (governo Michel Temer) serão o objeto deste estudo de história econômica de empresas, de viés estruturalista. Nossas perguntas norteadoras serão (1): quais foram as alterações mais significativas no perfil de decisões da empresa nesse período, e (2) quais seus impactos nos resultados obtidos pela empresa? Pretende-se para tanto resumir e avaliar as ações e indicadores mais importantes da Petrobras no período, no que se refere ao desempenho econômico financeiro e produtivo da empresa, relatando também acontecimentos no nível nacional e internacional relacionados ao objeto de pesquisa. Os principais indicadores analisados referir-se-ão ao padrão setorial de investimentos da empresa, seu perfil de endividamento -particularmente face às variações do dólar, do preço do petróleo, e aos impactos da operação Lava-Jato-, o perfil de contratação de fornecedores e mão-de-obra, dentre outras variáveis similares relacionadas ao desempenho da empresa. Os indicadores de capital social serão abordados também, a fim de entender quem são os acionistas da empresa, qual sua variação ao longo do período, bem como seu nível de apropriação dos dividendos da empresa. A análise desses dados pode contribuir para uma compreensão do papel dos investimentos e decisões da empresa para o país em termos de seu desenvolvimento econômico, e, num sentido mais localizado, para estilizar as mudanças no perfil de decisões da empresa no período em tela.
|
|
7
|
-
GABRIELLA APARECIDA GOMES DOS SANTOS
-
A REPRODUÇÃO DO RACISMO NAS POLÍTICAS DE ESTADO: uma análise do perfil dos parlamentares e das indicações das emendas parlamentares da 19a Legislatura do estado de São Paulo com foco na educação e cultura da cidade de São Paulo
-
Orientador : SUZE DE OLIVEIRA PIZA
-
Data: 20/09/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
O estudo proposto objetiva investigar as indicações de emendas parlamentares estaduais nos anos de 2020 e 2021 para a educação e a cultura, tendo como foco a população negra do município de São Paulo, de maneira a buscar compreender se e como houve atuação parlamentar na alocação de recursos do legislativo que impactam no acesso à educação e no preparo desse segmento populacional, haja visto que, segundo dados x, as pessoas negras se encontraram em uma situação de maior vulnerabilidade e exclusão social. A pesquisa se justifica em função do atual cenário político e econômico do país – caracterizado pelo desemprego e pelos cortes na área de educação – e da permanência da exclusão racial em diversos setores da sociedade, dada a insuficiência das políticas públicas para uma efetiva redução das mazelas que tornam a população negra vulnerável quando não se considera a centralidade da questão racial na distribuição de recursos, sobretudo no que tange à educação. Para atingir o objetivo proposto e responder o problema apresentado, esta pesquisa se propõe a combinar diferentes metodologias de pesquisa, dentre elas a análise bibliográfica sobre o tema e a análise de dados das indicações de emendas nos anos de 2020 e 2021, com foco na cidade de São Paulo. Assim, pretende-se compreender os mecanismos de reprodução da desigualdade racial através das escolhas políticas na distribuição dos recursos financeiros para educação. Por fim, busca-se demonstrar a importância de se definir e aplicar políticas específicas para educação nas regiões mais periféricas do município de São Paulo, onde há maior presença da população negra, levando em consideração a responsabilidade direta dos parlamentares na garantia de direitos e de políticas que reduzam o racismo e a desigualdade social.
-
Mostrar Abstract
-
O estudo proposto objetiva investigar as indicações de emendas parlamentares estaduais nos anos de 2020 e 2021 para a educação e a cultura, tendo como foco a população negra do município de São Paulo, de maneira a buscar compreender se e como houve atuação parlamentar na alocação de recursos do legislativo que impactam no acesso à educação e no preparo desse segmento populacional, haja visto que, segundo dados x, as pessoas negras se encontraram em uma situação de maior vulnerabilidade e exclusão social. A pesquisa se justifica em função do atual cenário político e econômico do país – caracterizado pelo desemprego e pelos cortes na área de educação – e da permanência da exclusão racial em diversos setores da sociedade, dada a insuficiência das políticas públicas para uma efetiva redução das mazelas que tornam a população negra vulnerável quando não se considera a centralidade da questão racial na distribuição de recursos, sobretudo no que tange à educação. Para atingir o objetivo proposto e responder o problema apresentado, esta pesquisa se propõe a combinar diferentes metodologias de pesquisa, dentre elas a análise bibliográfica sobre o tema e a análise de dados das indicações de emendas nos anos de 2020 e 2021, com foco na cidade de São Paulo. Assim, pretende-se compreender os mecanismos de reprodução da desigualdade racial através das escolhas políticas na distribuição dos recursos financeiros para educação. Por fim, busca-se demonstrar a importância de se definir e aplicar políticas específicas para educação nas regiões mais periféricas do município de São Paulo, onde há maior presença da população negra, levando em consideração a responsabilidade direta dos parlamentares na garantia de direitos e de políticas que reduzam o racismo e a desigualdade social.
|
|
8
|
-
WILTON PEDRO SERROTE
-
REGIONALISMO AFRICANO: UTOPIA OU REALIDADE? AVALIANDO PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO REGIONAL EM ÁFRICA
-
Orientador : MURYATAN SANTANA BARBOSA
-
Data: 07/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A prática da integração regional em África remonta a criação da Organização da Unidade Africana (OUA), em Addis Abeba (Etiópia), 1963. Depois desta formou-se a União Africana (UA), em 2002. São iniciativas de líderes africanos impulsionados pelos ideais panafricanistas, visando a integração continental e a superação do colonialismo e do neocolonialismo. Nesta pesquisa, pretende-se analisar em que medidas pode entender tais organizações como uma forma própria de regionalismo: o regionalismo africano
-
Mostrar Abstract
-
A prática da integração regional em África remonta a criação da Organização da Unidade Africana (OUA), em Addis Abeba (Etiópia), 1963. Depois desta formou-se a União Africana (UA), em 2002. São iniciativas de líderes africanos impulsionados pelos ideais panafricanistas, visando a integração continental e a superação do colonialismo e do neocolonialismo. Nesta pesquisa, pretende-se analisar em que medidas pode entender tais organizações como uma forma própria de regionalismo: o regionalismo africano
|
|
9
|
-
KENIA ANTONIO CARDOSO
-
Desenvolvimento econômico brasileiro e racismo: uma análise estrutural das reservas de trabalho entre 2012 e 2022
-
Orientador : PARIS YEROS
-
Data: 17/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Esta pesquisa objetiva compreender as propostas de desenvolvimento econômico brasileiro entre os anos de 2012 e 2022 a partir de suas reservas de trabalho. A escolha pelo período se justifica pela diversidade de programas econômicos implementados e por terem sido anos convulsionados por acirradas polarizações políticas. Pretende-se qualificar as características estruturais das reservas a partir da série histórica que se estende de 2012 a 2022. As análises serão orientadas pelas contribuições da Escola da Dependência, bem como pelos escritos de Clóvis Moura e Lélia Gonzalez sobre o tema. Utilizar-se-á, para tanto, levantamento bibliográfico acerca dos debates que orientam os entendimentos sobre racismo e desenvolvimento econômico no Brasil, bem como análises de dados sobre trabalho a partir da PNAD e da PNAD contínua.
-
Mostrar Abstract
-
Esta pesquisa objetiva compreender as propostas de desenvolvimento econômico brasileiro entre os anos de 2012 e 2022 a partir de suas reservas de trabalho. A escolha pelo período se justifica pela diversidade de programas econômicos implementados e por terem sido anos convulsionados por acirradas polarizações políticas. Pretende-se qualificar as características estruturais das reservas a partir da série histórica que se estende de 2012 a 2022. As análises serão orientadas pelas contribuições da Escola da Dependência, bem como pelos escritos de Clóvis Moura e Lélia Gonzalez sobre o tema. Utilizar-se-á, para tanto, levantamento bibliográfico acerca dos debates que orientam os entendimentos sobre racismo e desenvolvimento econômico no Brasil, bem como análises de dados sobre trabalho a partir da PNAD e da PNAD contínua.
|
|
10
|
-
MARCILIA BARROS BRITO
-
COMIDA E RESISTÊNCIA, A ECONOMIA POLÍTICA DA FOME: um estudo de caso sobre os Guarani Mbyá aldeados na TI Jaraguá em São Paulo
-
Orientador : ANDREA SANTOS BACA
-
Data: 17/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Nesta pesquisa, buscou-se verificar os índices de insegurança alimentar da comunidade de etnia Guarani Mbya que vivem na Terra Indígena Jaraguá por meio do uso da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Também se verificou, por meio de entrevistas quantitativas e qualitativas, como é a relação desta população com sua agricultura tradicional. Com o aumento dos índices de insegurança alimentar no Brasil e no mundo e as mudanças climáticas em curso, a busca por sistemas alimentares sustentáveis e resilientes aumentou; logo, os sistemas alimentares dos povos indígenas entraram na pauta dos órgãos internacionais e governos que buscam alternativas para o sistema alimentar atual baseado na agroindústria e na monocultura. Isso abre novas possibilidades para a valorização cultural dos sistemas alimentares dos povos indígenas de todo o mundo e indica uma possível mudança de paradigma no sentido de reconhecer seus saberes tradicionais como fundamentais para mudar a maneira como as sociedades contemporâneas se relacionam com a natureza e o meio ambiente. As populações indígenas estão dentre as mais vulneráveis no Brasil, pois com a degradação do meio ambiente e as disputas por territórios, elas ficam cada vez mais confinadas a pequenos espaços e sem acesso aos recursos naturais necessários para garantir sua sobrevivência. No caso dos Guarani Mbyá que vivem na Terra Indígena Jaraguá, a proximidade com a cidade dificulta ainda mais a manutenção de seu modo de vida nhanderekó, assim como o pequeno território dificulta as práticas de agricultura tradicional, de importância fundamental para sua cultura, e fonte de alimentos nutritivos e de qualidade. Dessa forma, sua segurança alimentar é comprometida, já que dependem da compra em supermercados e de doações para conseguirem se alimentar.
-
Mostrar Abstract
-
Nesta pesquisa, buscou-se verificar os índices de insegurança alimentar da comunidade de etnia Guarani Mbya que vivem na Terra Indígena Jaraguá por meio do uso da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Também se verificou, por meio de entrevistas quantitativas e qualitativas, como é a relação desta população com sua agricultura tradicional. Com o aumento dos índices de insegurança alimentar no Brasil e no mundo e as mudanças climáticas em curso, a busca por sistemas alimentares sustentáveis e resilientes aumentou; logo, os sistemas alimentares dos povos indígenas entraram na pauta dos órgãos internacionais e governos que buscam alternativas para o sistema alimentar atual baseado na agroindústria e na monocultura. Isso abre novas possibilidades para a valorização cultural dos sistemas alimentares dos povos indígenas de todo o mundo e indica uma possível mudança de paradigma no sentido de reconhecer seus saberes tradicionais como fundamentais para mudar a maneira como as sociedades contemporâneas se relacionam com a natureza e o meio ambiente. As populações indígenas estão dentre as mais vulneráveis no Brasil, pois com a degradação do meio ambiente e as disputas por territórios, elas ficam cada vez mais confinadas a pequenos espaços e sem acesso aos recursos naturais necessários para garantir sua sobrevivência. No caso dos Guarani Mbyá que vivem na Terra Indígena Jaraguá, a proximidade com a cidade dificulta ainda mais a manutenção de seu modo de vida nhanderekó, assim como o pequeno território dificulta as práticas de agricultura tradicional, de importância fundamental para sua cultura, e fonte de alimentos nutritivos e de qualidade. Dessa forma, sua segurança alimentar é comprometida, já que dependem da compra em supermercados e de doações para conseguirem se alimentar.
|
|
11
|
-
PITER INDAMI
-
POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA PARA OS PAÍSES AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA (PALOP): O CASO DA GUINÉ-BISSAU (2003-2022)
-
Orientador : IGOR FUSER
-
Data: 17/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
RESUMO: O presente trabalho discute a dinâmica da inserção da política externa brasileira nos PALOP e as causas do seu definhamento nesses países. Enquanto parceiros estratégicos de cooperação para o desenvolvimento no continente africano, em particular, o caso da Guiné-Bissau a partir de uma abordagem comparada dos seus seguidos governos. De certo modo, compreende-se, portanto, as características que evidenciam os interesses estratégicos do Brasil, tendo em vista as pretensões de assumir posição de destaque na conjuntura da geopolítica mundial. Com isso, o aporte teórico alicerçou-se nas discussões sobre a dinâmica da cooperação internacional para o desenvolvimento, como área da política externa, a qual abrolham as necessidades dos países desenvolvidos e os que estão em desenvolvimento, ao celebrarem a cooperação. O Brasil, sendo um país que, cada vez mais, tem procurado ampliar seu leque de influência em âmbito internacional, requestou reencontrar o continente africano, a qual teve uma ligação histórica. Em relação ao percurso metodológico, aplicamos a Revisão de Literatura, por meio de fontes variadas e qualificar as informações nela contidas, as quais nos permitiu robustecer o nosso arcabouço para a sua realização. Para tanto, atribuímos, à hipótese, do que o definhamento da política externa brasileira para países africanos da língua portuguesa, o caso da Guiné-Bissau, começou com a crise econômica mundial de 2008, e as conturbadas situações sociopolíticas iniciadas em 2014, o que levou o país a perder o espaço para outra potência, neste caso, a China.
Palavras-chave: Política externa. Brasil. Guiné-Bissau. PALOP. Definhamento.
-
Mostrar Abstract
-
RESUMO: O presente trabalho discute a dinâmica da inserção da política externa brasileira nos PALOP e as causas do seu definhamento nesses países. Enquanto parceiros estratégicos de cooperação para o desenvolvimento no continente africano, em particular, o caso da Guiné-Bissau a partir de uma abordagem comparada dos seus seguidos governos. De certo modo, compreende-se, portanto, as características que evidenciam os interesses estratégicos do Brasil, tendo em vista as pretensões de assumir posição de destaque na conjuntura da geopolítica mundial. Com isso, o aporte teórico alicerçou-se nas discussões sobre a dinâmica da cooperação internacional para o desenvolvimento, como área da política externa, a qual abrolham as necessidades dos países desenvolvidos e os que estão em desenvolvimento, ao celebrarem a cooperação. O Brasil, sendo um país que, cada vez mais, tem procurado ampliar seu leque de influência em âmbito internacional, requestou reencontrar o continente africano, a qual teve uma ligação histórica. Em relação ao percurso metodológico, aplicamos a Revisão de Literatura, por meio de fontes variadas e qualificar as informações nela contidas, as quais nos permitiu robustecer o nosso arcabouço para a sua realização. Para tanto, atribuímos, à hipótese, do que o definhamento da política externa brasileira para países africanos da língua portuguesa, o caso da Guiné-Bissau, começou com a crise econômica mundial de 2008, e as conturbadas situações sociopolíticas iniciadas em 2014, o que levou o país a perder o espaço para outra potência, neste caso, a China.
Palavras-chave: Política externa. Brasil. Guiné-Bissau. PALOP. Definhamento.
|
|
12
|
-
ALVARO MARINHO MARQUES
-
DEPENDÊNCIA E TRANSFERÊNCIA DE POLÍTICAS EM CTI: Estudo de iniciativas financiadas por atores internacionais no CGEE, Brasil, 2001-2023
-
Orientador : DEMETRIO GASPARI CIRNE DE TOLEDO
-
Data: 06/11/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Este trabalho tem como objetivo compreender de que forma o Estado brasileiro, ao nível federal, incorporou as ideias de atores e organizações internacionais em suas estratégias de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), no período de 2001 a 2023. Para tal, parte-se de uma discussão teórica acerca da relação entre CTI e o papel do Estado na estruturação de políticas voltadas para a área, propondo um diálogo com duas vertentes teóricas: uma que analisa os mecanismos de transferência de políticas públicas e outra que busca entender os aspectos culturais da dependência. Na etapa empírica, utilizou-se a metodologia de estudo de caso único, com foco nos projetos financiados por atores internacionais no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), uma organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O estudo indica que esse tipo de financiamento está atrelado a mecanismos para a transferência de modelos e conceitos produzidos no exterior, o que reforça a dependência cultural do Brasil. Embora já existam estudos que buscam discutir o papel do Estado nas trajetórias de desenvolvimento científico e tecnológico, bem como a dimensão internacional na condução de iniciativas na área, a presente pesquisa pretende aprofundar o debate sobre as relações de poder entre países do Norte e do Sul Globais e as assimetrias na produção, distribuição e assimilação de conhecimento nesse contexto.
-
Mostrar Abstract
-
Este trabalho tem como objetivo compreender de que forma o Estado brasileiro, ao nível federal, incorporou as ideias de atores e organizações internacionais em suas estratégias de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), no período de 2001 a 2023. Para tal, parte-se de uma discussão teórica acerca da relação entre CTI e o papel do Estado na estruturação de políticas voltadas para a área, propondo um diálogo com duas vertentes teóricas: uma que analisa os mecanismos de transferência de políticas públicas e outra que busca entender os aspectos culturais da dependência. Na etapa empírica, utilizou-se a metodologia de estudo de caso único, com foco nos projetos financiados por atores internacionais no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), uma organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O estudo indica que esse tipo de financiamento está atrelado a mecanismos para a transferência de modelos e conceitos produzidos no exterior, o que reforça a dependência cultural do Brasil. Embora já existam estudos que buscam discutir o papel do Estado nas trajetórias de desenvolvimento científico e tecnológico, bem como a dimensão internacional na condução de iniciativas na área, a presente pesquisa pretende aprofundar o debate sobre as relações de poder entre países do Norte e do Sul Globais e as assimetrias na produção, distribuição e assimilação de conhecimento nesse contexto.
|
|
13
|
-
DIEGO NOVELI VALADARES
-
O PODER ESTRUTURAL RUSSO E A ÁSIA CENTRAL:
Do fim da União Soviética à guerra na Ucrânia
-
Orientador : GIORGIO ROMANO SCHUTTE
-
Data: 06/11/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A presente dissertação aborda as mudanças nas relações de poder na Ásia Central após a dissolução da União Soviética e as independências das repúblicas da região. O foco é compreender o papel do poder russo durante o governo de Putin, considerando suas interações com a China, os Estados Unidos, a União Europeia e os países centro-asiáticos. Para isso, utiliza-se o referencial teórico do poder estrutural proposto por Susan Strange, que oferece uma base analítica para entender as dinâmicas de poder. A pesquisa explora tanto as estruturas primárias quanto as secundárias do poder estrutural, analisando as estratégias e interesses dos atores envolvidos. São levados em consideração eventos históricos, a política externa russa e a dinâmica geopolítica internacional para avaliar a influência russa no local. A metodologia adotada inclui análises documentais e levantamentos bibliográficos, utilizando uma abordagem seletiva ao examinar as estruturas de poder mais relevantes em cada período e levando em consideração eventos significativos que afetaram a dinâmica da relação entre a Rússia e a Ásia Central. Essa relação, por sua vez, é marcada por um considerável aumento da influência russa durante o século XXI, porém, nota-se que a Rússia cada vez mais divide áreas de influência com o crescente poder da China, que avança gradativamente na região centro-asiática. Por fim, esse estudo contribui para o entendimento da Economia Política Mundial contemporânea ao lançar luz sobre uma região pouco explorada e fornecer uma análise abrangente e contextualizada de suas dinâmicas de poder.
-
Mostrar Abstract
-
A presente dissertação aborda as mudanças nas relações de poder na Ásia Central após a dissolução da União Soviética e as independências das repúblicas da região. O foco é compreender o papel do poder russo durante o governo de Putin, considerando suas interações com a China, os Estados Unidos, a União Europeia e os países centro-asiáticos. Para isso, utiliza-se o referencial teórico do poder estrutural proposto por Susan Strange, que oferece uma base analítica para entender as dinâmicas de poder. A pesquisa explora tanto as estruturas primárias quanto as secundárias do poder estrutural, analisando as estratégias e interesses dos atores envolvidos. São levados em consideração eventos históricos, a política externa russa e a dinâmica geopolítica internacional para avaliar a influência russa no local. A metodologia adotada inclui análises documentais e levantamentos bibliográficos, utilizando uma abordagem seletiva ao examinar as estruturas de poder mais relevantes em cada período e levando em consideração eventos significativos que afetaram a dinâmica da relação entre a Rússia e a Ásia Central. Essa relação, por sua vez, é marcada por um considerável aumento da influência russa durante o século XXI, porém, nota-se que a Rússia cada vez mais divide áreas de influência com o crescente poder da China, que avança gradativamente na região centro-asiática. Por fim, esse estudo contribui para o entendimento da Economia Política Mundial contemporânea ao lançar luz sobre uma região pouco explorada e fornecer uma análise abrangente e contextualizada de suas dinâmicas de poder.
|
|
14
|
-
LUANA MARIA DE LIMA OLIVEIRA
-
A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DE MULHERES NEGRAS: Atuação do Coletivo “Negra Sim – Movimento de Mulheres Negras de Santo André”
-
Orientador : REGIMEIRE OLIVEIRA MACIEL
-
Data: 03/12/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A singular condição de opressão enfrentada pelas mulheres negras, resultante da interseção entre discriminações de raça, gênero, classe e sexualidade, motivou a criação de espaços de fortalecimento, no qual pudessem ser discutidas questões inerentes a essas mulheres, que foram e permanecem, muitas vezes, invisibilizadas historicamente em espaços políticos. Assim, esta pesquisa tem como objetivo discutir os pressupostos da cooperação social do “Coletivo Negra Sim – Movimento de Mulheres Negras de Santo André”, considerando o enfrentamento ao racismo e à desigualdade de gênero, bem como a sua organização política e sua influência como espaço de fortalecimento coletivo. O Coletivo tem atuado colaborativamente desde os anos 1990, estabelecendo parcerias com outras instituições do município e integrando importantes órgãos, como o COMUN (Coordenação Municipal de Entidades Negras), o CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras) e o Fórum Estadual das Mulheres Negras. A pesquisa realizou levantamento bibliográfico sobre movimentos sociais e feminismo negro, além de entrevistas com as integrantes do Coletivo. Soma-se à análise específica sobre o movimento social investigado, um panorama sobre os antecedentes e marcos históricos das lutas das mulheres negras no Brasil, destacando suas contribuições para o desenvolvimento social, cultural e político do país. Destaca-se também a construção do ativismo contemporâneo das mulheres negras brasileiras, abordando suas lutas, conquistas e desafios ao longo da história, bem como as suas motivações para uma atuação política autônoma.
-
Mostrar Abstract
-
A singular condição de opressão enfrentada pelas mulheres negras, resultante da interseção entre discriminações de raça, gênero, classe e sexualidade, motivou a criação de espaços de fortalecimento, no qual pudessem ser discutidas questões inerentes a essas mulheres, que foram e permanecem, muitas vezes, invisibilizadas historicamente em espaços políticos. Assim, esta pesquisa tem como objetivo discutir os pressupostos da cooperação social do “Coletivo Negra Sim – Movimento de Mulheres Negras de Santo André”, considerando o enfrentamento ao racismo e à desigualdade de gênero, bem como a sua organização política e sua influência como espaço de fortalecimento coletivo. O Coletivo tem atuado colaborativamente desde os anos 1990, estabelecendo parcerias com outras instituições do município e integrando importantes órgãos, como o COMUN (Coordenação Municipal de Entidades Negras), o CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras) e o Fórum Estadual das Mulheres Negras. A pesquisa realizou levantamento bibliográfico sobre movimentos sociais e feminismo negro, além de entrevistas com as integrantes do Coletivo. Soma-se à análise específica sobre o movimento social investigado, um panorama sobre os antecedentes e marcos históricos das lutas das mulheres negras no Brasil, destacando suas contribuições para o desenvolvimento social, cultural e político do país. Destaca-se também a construção do ativismo contemporâneo das mulheres negras brasileiras, abordando suas lutas, conquistas e desafios ao longo da história, bem como as suas motivações para uma atuação política autônoma.
|
|
15
|
-
LUCAS MATHIAS RIBEIRO
-
ADESÃO E RESISTÊNCIA - Contradições e Consequências Subjetivas do Cenário do Trabalho Uberizado
-
Orientador : JOSE PAULO GUEDES PINTO
-
Data: 16/12/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Este trabalho trata da questão da uberização do trabalho e de seus impactos sobre a classe trabalhadora. A uberização é um fenômeno que se insere no âmbito da plataformização do trabalho, um processo de criação de relações trabalhistas mediadas por plataformas digitais como aplicativos, sites, etc. Este trabalho versa sobre a gênese do trabalho assalariado, bem como sobre a trajetória histórica da assim chamada gestão científica do trabalho até os dias atuais e procura dar ênfase nas consequências materiais do assalariamento na vida do povo trabalhador em especial no que se reflete nos impactos subjetivos na qualidade de vida e na saúde mental. Por fim, é tratado do tema central, a uberização, onde se analisa a forma como ela mobiliza discursos ideológicos que influenciam a subjetividade de trabalhadores, bem como lhes impõe condições de trabalho precárias que afetam a saúde mental dos trabalhadores.
-
Mostrar Abstract
-
Este trabalho trata da questão da uberização do trabalho e de seus impactos sobre a classe trabalhadora. A uberização é um fenômeno que se insere no âmbito da plataformização do trabalho, um processo de criação de relações trabalhistas mediadas por plataformas digitais como aplicativos, sites, etc. Este trabalho versa sobre a gênese do trabalho assalariado, bem como sobre a trajetória histórica da assim chamada gestão científica do trabalho até os dias atuais e procura dar ênfase nas consequências materiais do assalariamento na vida do povo trabalhador em especial no que se reflete nos impactos subjetivos na qualidade de vida e na saúde mental. Por fim, é tratado do tema central, a uberização, onde se analisa a forma como ela mobiliza discursos ideológicos que influenciam a subjetividade de trabalhadores, bem como lhes impõe condições de trabalho precárias que afetam a saúde mental dos trabalhadores.
|
|
|
Teses |
|
1
|
-
SAMMER DAHIR SIMAN MAGALHAES
-
RECURSOS NATURAIS E SOBERANIA: UMA ANÁLISE DO MINÉRIO DE FERRO E DOS RESULTADOS DA VALE S.A. PÓS PRIVATIZAÇÃO
-
Orientador : PARIS YEROS
-
Data: 03/09/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A presente pesquisa debate a relação entre recursos naturais e soberania a partir de uma análise da extração do minério de ferro no Brasil no período pós privatização da Vale S.A compreendido entre 1997 e 2022, a partir do estudo do sistema global de valor do minério de ferro, verificando para onde se direcionou o valor econômico gerado. Para tanto, estudaremos o minério de ferro em seu aspecto comercial e fiscal com vistas a compreender seu lugar no sistema global de valor, bem como verificaremos os resultados da Vale e seu destino no período pós privatização. Apontaremos também para a necessidade de outros marcos para exploração dos recursos naturais, a partir de contextos de formação de projetos de maior soberania e autonomia, que utilizem os recursos e os valores gerados a partir da exploração para a promoção do desenvolvimento e do bem estar social, por meio de uma via de reindustrialização.
-
Mostrar Abstract
-
A presente pesquisa debate a relação entre recursos naturais e soberania a partir de uma análise da extração do minério de ferro no Brasil no período pós privatização da Vale S.A compreendido entre 1997 e 2022, a partir do estudo do sistema global de valor do minério de ferro, verificando para onde se direcionou o valor econômico gerado. Para tanto, estudaremos o minério de ferro em seu aspecto comercial e fiscal com vistas a compreender seu lugar no sistema global de valor, bem como verificaremos os resultados da Vale e seu destino no período pós privatização. Apontaremos também para a necessidade de outros marcos para exploração dos recursos naturais, a partir de contextos de formação de projetos de maior soberania e autonomia, que utilizem os recursos e os valores gerados a partir da exploração para a promoção do desenvolvimento e do bem estar social, por meio de uma via de reindustrialização.
|
|
2
|
-
ROGÉRIO BATISTA DE SOUZA REIS
-
Acordo de Cooperação Sino-Brasileiro no setor espacial como estratégia para aquisição de Capacidades Tecnológicas
-
Orientador : JOSE PAULO GUEDES PINTO
-
Data: 12/09/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A cooperação tecnológica entre países do sul é uma prática que surge em contraponto ao modelo mais usual, representado pela cooperação norte-sul, na qual os países do norte se valem da assimetria existente para manter algum grau de dependência dos países do sul. Desta forma, a cooperação sul-sul é apresentada como uma alternativa que visa contribuir para que os países em desenvolvimento possam se desenvolver tecnologicamente com mais autonomia. Nesse sentido, esta pesquisa teve como objetivo analisar as possibilidades de aquisição de capacidades tecnológicas pelo Brasil a partir da parceria estabelecida com a China na área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI). O objeto imediato do estudo foi analisar a cooperação para a produção de Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres através do programa CBERS (China Brazil Earth Resources Satellite), celebrado entre os dois países desde 1988. Partimos da hipótese de que a parceria realizada entre Brasil e China contribuiu para que o Brasil adquirisse as capacidades tecnológicas necessárias para o desenvolvimento de projetos com conteúdos tecnológicos mais avançados no setor espacial do que ocorria anteriormente. Por meio do estudo de caso do programa CBERS, realizado através do levantamento de dados e de entrevistas com diversos especialistas do setor, foi possível confirmar parcialmente as hipóteses levantadas, com a ampliação da capacitação tecnológica do setor espacial brasileiro. Entretanto, para futuras cooperações, vale observar com maior atenção às críticas e recomendações apresentadas durante as entrevistas, visando possibilitar maior aproveitamento deste tipo de parceria em novas oportunidades.
-
Mostrar Abstract
-
A cooperação tecnológica entre países do sul é uma prática que surge em contraponto ao modelo mais usual, representado pela cooperação norte-sul, na qual os países do norte se valem da assimetria existente para manter algum grau de dependência dos países do sul. Desta forma, a cooperação sul-sul é apresentada como uma alternativa que visa contribuir para que os países em desenvolvimento possam se desenvolver tecnologicamente com mais autonomia. Nesse sentido, esta pesquisa teve como objetivo analisar as possibilidades de aquisição de capacidades tecnológicas pelo Brasil a partir da parceria estabelecida com a China na área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI). O objeto imediato do estudo foi analisar a cooperação para a produção de Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres através do programa CBERS (China Brazil Earth Resources Satellite), celebrado entre os dois países desde 1988. Partimos da hipótese de que a parceria realizada entre Brasil e China contribuiu para que o Brasil adquirisse as capacidades tecnológicas necessárias para o desenvolvimento de projetos com conteúdos tecnológicos mais avançados no setor espacial do que ocorria anteriormente. Por meio do estudo de caso do programa CBERS, realizado através do levantamento de dados e de entrevistas com diversos especialistas do setor, foi possível confirmar parcialmente as hipóteses levantadas, com a ampliação da capacitação tecnológica do setor espacial brasileiro. Entretanto, para futuras cooperações, vale observar com maior atenção às críticas e recomendações apresentadas durante as entrevistas, visando possibilitar maior aproveitamento deste tipo de parceria em novas oportunidades.
|
|
3
|
-
BERNARDO SCHIRMER MURATT
-
A FIESP e o golpe de 2016: a miséria neodesenvolvimentista no capitalismo mundializado
-
Orientador : IGOR FUSER
-
Data: 02/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Esta tese tem como objeto compreender a ação política da Fiesp no golpe de Estado de 2016. Através da metodologia dos mecanismos causais apresentamos três hipóteses: a primeira é de que não se pode compreender as ações da Fiesp no golpe de 2016 se levarmos em conta apenas variáveis nacionais de política e economia. A nossa segunda hipótese consiste na crise política de 2013 como ativador de mecanismo causal da Fiesp com a burguesia do centro capitalista e desativador de mecanismos da Fiesp com o governo brasileiro. A terceira hipótese é de que existe um mecanismo relacional latente entre a Fiesp e as burguesias da tríade imperialista. Este trabalho estabelece uma retomada histórica da burguesia brasileira e do capitalismo através da lógica do capitalismo mundializado. Também é traçado um histórico da Fiesp e o seu posicionamento frente o Estado e ao capital estrangeiro. Posteriormente é feita a análise do posicionamento da Fiesp ao longo do governo Dilma Rousseff até o golpe de Estado de 2016 com base em publicações próprias da entidade e os jornais Valor Econômico e Folha de São Paulo. É debatido o limite do projeto de governo petista e o ponto de vista do Partido dos Trabalhadores no golpe de Estado. No último capítulo são trazidos elementos materiais que indicam a existência de mecanismo causal com as burguesias do Norte Global e o fim do mecanismo causal com o governo federal. Também são analisadas as consequências do golpe para compreendermos as demandas da Fiesp no governo Dilma. Por fim são feitas as considerações finais e a verificação das hipóteses, da literatura e da metodologia escolhida.
-
Mostrar Abstract
-
Esta tese tem como objeto compreender a ação política da Fiesp no golpe de Estado de 2016. Através da metodologia dos mecanismos causais apresentamos três hipóteses: a primeira é de que não se pode compreender as ações da Fiesp no golpe de 2016 se levarmos em conta apenas variáveis nacionais de política e economia. A nossa segunda hipótese consiste na crise política de 2013 como ativador de mecanismo causal da Fiesp com a burguesia do centro capitalista e desativador de mecanismos da Fiesp com o governo brasileiro. A terceira hipótese é de que existe um mecanismo relacional latente entre a Fiesp e as burguesias da tríade imperialista. Este trabalho estabelece uma retomada histórica da burguesia brasileira e do capitalismo através da lógica do capitalismo mundializado. Também é traçado um histórico da Fiesp e o seu posicionamento frente o Estado e ao capital estrangeiro. Posteriormente é feita a análise do posicionamento da Fiesp ao longo do governo Dilma Rousseff até o golpe de Estado de 2016 com base em publicações próprias da entidade e os jornais Valor Econômico e Folha de São Paulo. É debatido o limite do projeto de governo petista e o ponto de vista do Partido dos Trabalhadores no golpe de Estado. No último capítulo são trazidos elementos materiais que indicam a existência de mecanismo causal com as burguesias do Norte Global e o fim do mecanismo causal com o governo federal. Também são analisadas as consequências do golpe para compreendermos as demandas da Fiesp no governo Dilma. Por fim são feitas as considerações finais e a verificação das hipóteses, da literatura e da metodologia escolhida.
|
|
4
|
-
SARA APARECIDA DE PAULA
-
Migrações Ambientais no Século XXI: Sul Global e as Fronteiras Planetárias e Sociais do Antropoceno
-
Orientador : LEONARDO FREIRE DE MELLO
-
Data: 15/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A Grande Aceleração do Antropoceno, como o nome sugere, sintetiza o processo de transformação ambiental diretamente ou indiretamente impulsionadas pelas atividades humanas, como: a exploração massiva do solo, o uso de combustíveis fósseis, consumismo, entre outras. Tudo isso está ligado ao modo de vida humano permeado por esferas de decisão político-econômica que têm estruturado a sociedade, sobretudo nos últimos séculos e com profundo impacto nas décadas mais recentes. Os efeitos da Grande Aceleração podem ser visualizados tanto através da intensidade como da frequência de desastres, por exemplo. No entanto, elas ocorrem de maneira heterogênea no planeta, principalmente, quando são associadas às condições sociais, como a pobreza e desigualdades de classe, raça e gênero. Esta é a base de discussão realizada no primeiro capítulo, com o objetivo de compreender as mudanças de forma construída e não de modo naturalizado. Isso foi feito com o intuito de organizar o entendimento sobre estrutura para então construir o conceito de “Migrações Ambientais”, com a ideia de que toda migração é ambiental antes de ser política ou econômica, e que na verdade, esses elementos estão dentro desta categoria mais ampla. A migração foi um processo inerente às populações humanas e a formação de sociedades complexas, no entanto, deixou de ser algo natural e biológico (no sentido da busca por abrigo, segurança e alimentos, bem como a situação do território de origem) para ser considerada apenas como processo político-econômico (a fuga por conflitos e a maximização financeira, por exemplo). Para auxiliar nesta construção, o segundo capítulo foi organizado a partir de dados sobre desastres da base do EM-DATA, seguindo a premissa de Valêncio, sobre a correlação de aspectos físicos com estruturas sociais, entendendo a incidência e localização dos desastres, onde as pessoas são mais afetadas e o grau de vulnerabilidade delas. Dentro das dinâmicas populacionais, as migrações são as mais complexas, tanto pela falta de consenso em termos conceituais - o que serve de justificativa para este trabalho -, quanto a respeito da disponibilidade de dados, por se tratar de um processo dinâmico, que pode ser temporário, permanente, de curtas e/ou longas distâncias. Por este motivo, o terceiro capítulo constituiu-se na tentativa de compreender as características dos migrantes. Para tal, foram utilizadas informações presentes nas Organização Internacional para as Migrações (OIM), Alto Comissariado da ONU para Refugiados (UNHCR-ACNUR) e Internal Displacement Monitoring Centre (IDMC). Neste capítulo são apresentados estudos de caso sobre os principais países em situação de emergência no mundo e suas particularidades: Myanmar, Afeganistão, Sudão e Sudão do Sul, Palestina, Paquistão, Etiópia, República Democrática do Congo, Ucrânia e o estado do Rio Grande do Sul no Brasil. Diante dos elementos apresentados, o último capítulo visa responder a questão “As migrações na Grande Aceleração são formas de adaptação ou sobrevivência?” a partir de uma perspectiva interdisciplinar em que são utilizados dados sobre a eficácia das políticas associadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
-
Mostrar Abstract
-
A Grande Aceleração do Antropoceno, como o nome sugere, sintetiza o processo de transformação ambiental diretamente ou indiretamente impulsionadas pelas atividades humanas, como: a exploração massiva do solo, o uso de combustíveis fósseis, consumismo, entre outras. Tudo isso está ligado ao modo de vida humano permeado por esferas de decisão político-econômica que têm estruturado a sociedade, sobretudo nos últimos séculos e com profundo impacto nas décadas mais recentes. Os efeitos da Grande Aceleração podem ser visualizados tanto através da intensidade como da frequência de desastres, por exemplo. No entanto, elas ocorrem de maneira heterogênea no planeta, principalmente, quando são associadas às condições sociais, como a pobreza e desigualdades de classe, raça e gênero. Esta é a base de discussão realizada no primeiro capítulo, com o objetivo de compreender as mudanças de forma construída e não de modo naturalizado. Isso foi feito com o intuito de organizar o entendimento sobre estrutura para então construir o conceito de “Migrações Ambientais”, com a ideia de que toda migração é ambiental antes de ser política ou econômica, e que na verdade, esses elementos estão dentro desta categoria mais ampla. A migração foi um processo inerente às populações humanas e a formação de sociedades complexas, no entanto, deixou de ser algo natural e biológico (no sentido da busca por abrigo, segurança e alimentos, bem como a situação do território de origem) para ser considerada apenas como processo político-econômico (a fuga por conflitos e a maximização financeira, por exemplo). Para auxiliar nesta construção, o segundo capítulo foi organizado a partir de dados sobre desastres da base do EM-DATA, seguindo a premissa de Valêncio, sobre a correlação de aspectos físicos com estruturas sociais, entendendo a incidência e localização dos desastres, onde as pessoas são mais afetadas e o grau de vulnerabilidade delas. Dentro das dinâmicas populacionais, as migrações são as mais complexas, tanto pela falta de consenso em termos conceituais - o que serve de justificativa para este trabalho -, quanto a respeito da disponibilidade de dados, por se tratar de um processo dinâmico, que pode ser temporário, permanente, de curtas e/ou longas distâncias. Por este motivo, o terceiro capítulo constituiu-se na tentativa de compreender as características dos migrantes. Para tal, foram utilizadas informações presentes nas Organização Internacional para as Migrações (OIM), Alto Comissariado da ONU para Refugiados (UNHCR-ACNUR) e Internal Displacement Monitoring Centre (IDMC). Neste capítulo são apresentados estudos de caso sobre os principais países em situação de emergência no mundo e suas particularidades: Myanmar, Afeganistão, Sudão e Sudão do Sul, Palestina, Paquistão, Etiópia, República Democrática do Congo, Ucrânia e o estado do Rio Grande do Sul no Brasil. Diante dos elementos apresentados, o último capítulo visa responder a questão “As migrações na Grande Aceleração são formas de adaptação ou sobrevivência?” a partir de uma perspectiva interdisciplinar em que são utilizados dados sobre a eficácia das políticas associadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
|
|
5
|
-
REINALDO CAMPOS
-
A RELAÇÃO BRASIL E CHINA NA ERA DO NEOLIBERALISMO: O CASO DA SOJA
-
Orientador : GIORGIO ROMANO SCHUTTE
-
Data: 29/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A tese teve como objetivo analisar a relação entre Brasil e China sob a perspectiva da terceira fase da dependência, concentrando-se no caso da soja. O período estudado abrangeu desde a entrada da China na Organização Mundial do Comércio, em 2001, até 2023. A análise visou entender a dinâmica e os impactos das estratégias chinesas para a expansão da produção de soja no Brasil durante as safras de 2001 e 2023, utilizando a teoria da dependência em sua fase neoliberal, caracterizada por novíssima dependência e pela adoção de políticas econômicas neoliberais. Nesse período, a oferta de soja no Brasil cresceu e acompanhou a demanda chinesa, impulsionada pelo aumento da renda, pela urbanização e pelas estratégias de segurança alimentar da China, que enfrentava limitações em áreas agricultáveis, além de dispor de um grande contingente de mão de obra agrícola inadequado para a produção de soja. Paralelamente, o Brasil, sob políticas neoliberais e mudanças no marco regulatório (Lei Kandir), buscava facilitar a exportação de produtos primários e aumentar as divisas cambiais em dólares. A pesquisa também identificou fontes de capital investido ao longo de toda a cadeia produtiva da soja no Brasil, incluindo agricultores, terra, sementes, fertilizantes, máquinas agrícolas, agroquímicos, logística, comercialização e partes da infraestrutura. Por fim, foi feita uma analogia entre a novíssima dependência brasileira, iniciada no final da crise da dívida dos anos 1980, e as questões de segurança alimentar chinesa, as quais contribuíram para o aumento da produção de soja no Brasil. Conclui-se que, além das relações comerciais entre Brasil e China envolvendo a soja, existe uma estratégia chinesa de importar soja e produzir internamente produtos intensivos em mão de obra e com alta produtividade por metro quadrado. Contudo, o aprofundamento da dependência no Brasil não foi causado apenas por essa estratégia, mas também pelo fato de que o Brasil já estava inserido em um contexto neoliberal, buscando reativar seu superávit comercial em um ambiente econômico aberto, sem controles ou direcionamento de investimentos, diferentemente do Estado chinês.
-
Mostrar Abstract
-
A tese teve como objetivo analisar a relação entre Brasil e China sob a perspectiva da terceira fase da dependência, concentrando-se no caso da soja. O período estudado abrangeu desde a entrada da China na Organização Mundial do Comércio, em 2001, até 2023. A análise visou entender a dinâmica e os impactos das estratégias chinesas para a expansão da produção de soja no Brasil durante as safras de 2001 e 2023, utilizando a teoria da dependência em sua fase neoliberal, caracterizada por novíssima dependência e pela adoção de políticas econômicas neoliberais. Nesse período, a oferta de soja no Brasil cresceu e acompanhou a demanda chinesa, impulsionada pelo aumento da renda, pela urbanização e pelas estratégias de segurança alimentar da China, que enfrentava limitações em áreas agricultáveis, além de dispor de um grande contingente de mão de obra agrícola inadequado para a produção de soja. Paralelamente, o Brasil, sob políticas neoliberais e mudanças no marco regulatório (Lei Kandir), buscava facilitar a exportação de produtos primários e aumentar as divisas cambiais em dólares. A pesquisa também identificou fontes de capital investido ao longo de toda a cadeia produtiva da soja no Brasil, incluindo agricultores, terra, sementes, fertilizantes, máquinas agrícolas, agroquímicos, logística, comercialização e partes da infraestrutura. Por fim, foi feita uma analogia entre a novíssima dependência brasileira, iniciada no final da crise da dívida dos anos 1980, e as questões de segurança alimentar chinesa, as quais contribuíram para o aumento da produção de soja no Brasil. Conclui-se que, além das relações comerciais entre Brasil e China envolvendo a soja, existe uma estratégia chinesa de importar soja e produzir internamente produtos intensivos em mão de obra e com alta produtividade por metro quadrado. Contudo, o aprofundamento da dependência no Brasil não foi causado apenas por essa estratégia, mas também pelo fato de que o Brasil já estava inserido em um contexto neoliberal, buscando reativar seu superávit comercial em um ambiente econômico aberto, sem controles ou direcionamento de investimentos, diferentemente do Estado chinês.
|
|