Transformações do mundo do trabalho e seus efeitos: a subjetividade das mulheres jornalistas na cidade de São Paulo
Esta pesquisa analisa como as transformações globais da mídia chegaram ao Brasil e de que maneira elas afetam o mundo do trabalho dos jornalistas, especialmente das mulheres trabalhadoras desta área com mais de 40 anos. Pretende-se averiguar como as transformações do “negócio” jornalismo contribuem para um novo formato do mundo do trabalho do jornalista no Brasil. O crescimento da mídia digital - que por atrair receitas publicitárias mais tímidas é menos rentável que a tradicional - em detrimento da impressa e a concentração do setor de comunicação são pontos essenciais para tal investigação. Cinco famílias controlam metade dos 50 veículos com maior audiência no Brasil, numa estrutura patriarcal que se reflete no mercado de trabalho da área. Sabe-se que as mulheres são maioria nesta categoria profissional e, embora mais escolarizadas, são submetidas a posições mais precárias e a uma saída mais precoce do mercado. Porém, faltam estudos sobre quem são essas mulheres e quais as alternativas profissionais e de renda elas encontram a partir do momento em que deixam de exercer o jornalismo. Sobretudo, faltam pesquisas que investiguem a subjetividade das mulheres diante desses processos, pois se coloca relevante captar como elas, inseridas nas transformações estruturais e afetadas de maneira particular, compreendem tais mudanças. Também são objetivos desta pesquisa compreender quando e como se dá a informalidade e a saída do mercado de trabalho quando olhamos especificamente para mulheres jornalistas com mais de 40; identificar se essa saída do mercado de trabalho foi compulsória ou voluntária; investigar quais as alternativas que essas mulheres buscam para manter ou obter renda; e compreender como a expulsão precoce do mercado de trabalho atinge a identidade social dessas mulheres.