A FIESP e o golpe de 2016: a miséria neodesenvolvimentista no capitalismo mundializado
Esta tese tem como objeto compreender a ação política da Fiesp no golpe de Estado de 2016. Através da metodologia dos mecanismos causais apresentamos três hipóteses: a primeira é de que não se pode compreender as ações da Fiesp no golpe de 2016 se levarmos em conta apenas variáveis nacionais de política e economia. A nossa segunda hipótese consiste na crise política de 2013 como ativador de mecanismo causal da Fiesp com a burguesia do centro capitalista e desativador de mecanismos da Fiesp com o governo brasileiro. A terceira hipótese é de que existe um mecanismo relacional latente entre a Fiesp e as burguesias da tríade imperialista. Este trabalho estabelece uma retomada histórica da burguesia brasileira e do capitalismo através da lógica do capitalismo mundializado. Também é traçado um histórico da Fiesp e o seu posicionamento frente o Estado e ao capital estrangeiro. Posteriormente é feita a análise do posicionamento da Fiesp ao longo do governo Dilma Rousseff até o golpe de Estado de 2016 com base em publicações próprias da entidade e os jornais Valor Econômico e Folha de São Paulo. É debatido o limite do projeto de governo petista e o ponto de vista do Partido dos Trabalhadores no golpe de Estado. No último capítulo são trazidos elementos materiais que indicam a existência de mecanismo causal com as burguesias do Norte Global e o fim do mecanismo causal com o governo federal. Também são analisadas as consequências do golpe para compreendermos as demandas da Fiesp no governo Dilma. Por fim são feitas as considerações finais e a verificação das hipóteses, da literatura e da metodologia escolhida.