A transformação da Estética zapatista: Análise das figuras narrativas nos comunicados do EZLN.
O presente estudo pretende analisar a transformação simbólica e estética do movimento zapatista. Reconhecendo, junto a outros autores, dois períodos distintos no interior da história pública do movimento: uma fase em que o EZLN tenta consolidar sua autonomia e resolver problemas voltados à miséria da população indígena e camponesa de Chiapas (1994-2012). A outra onde já existe uma certa consolidação desse território autônomo, um avanço material e produtivo das milpas coletivas e familiares, que fica evidenciado a partir da construção de clínicas, escolas e bancos, possibilitando uma outra estratégia das comunidades e do EZLN (2012-2023). A partir de uma análise crítica e histórica do conceito de Aesthesis zapatista, apresentada pelo antropólogo mexicana Francisco de Parres Gómez, em 2022, buscaremos entender essa transformação no campo estético e simbólico, levando em conta sua relação com astransformações materiais vividas no território zapatista, que possibilitam o desenvolvimento artístico e científico dentro dessas comunidades e mesmo a expansão de novas estratégias do movimento. Para isso tomaremos como referência duas figuras narrativas, personagens dos comunicados do EZLN para pesquisar como elas representam ou são parte dessa transformação tendo com o objetivo de compreender como acontece essa transformação no nível narrativo e simbólico. Nossa hipótese consiste na ideia de que as transformações na Aesthesis zapatista se relacionam de forma dialética com as transformações materiais em território zapatista de forma que se constituem como conjunto, isto é, a Aesthesis zapatista é constituída materialmente