O INTERNACIONALISMO CUBANO NA ÁFRICA AUSTRAL: RAÇA, NAÇÃO E PAN-AFRICANISMO (1975-1991).
Em novembro de 1975 iniciava-se a Operação Carlota, com o envio de milhares de soldados cubanos em solidariedade ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). O objetivo do internacionalismo cubano em Angola foi assegurar a Independência do país e evitar que forças apoiadas pela África do Sul e os Estados Unidos, mais especificamente a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para a Independência de Angola (UNITA), assumissem o poder. Ao longo de 16 anos, aproximadamente 380 mil internacionalistas cubanos, entre soldados e cooperantes civis estiveram em Angola defendendo o território angolano, mas também atuando na reconstrução de um país devastado pela guerra, em áreas como a saúde, educação e construção civil. Além disso, ao derrotar o exército sul-africano, as forças cubanas contribuíram para a Independência da Namíbia e para o enfraquecimento do regime do apartheid na África do Sul. Tamanho esforço de mobilização cubana em Angola só foi possível devido a forte justificativa ideológica ressaltando a relação histórica entre os dois países. Neste sentido, o objeto de estudo desta pesquisa é o internacionalismo cubano na África Austral entre os anos de 1975 e 1991, período que coincide com o início e o fim da Operação Carlota. O objetivo é analisar a dimensão racial do referido internacionalismo cubano e sua relação com os conceitos de nação e pan-africanismo. A metodologia utilizada na pesquisa consiste na análise documental, mais especificamente em uma revisão bibliográfica sobre o tema, utilizando-se de teses, dissertações e artigos científicos sobre a questão racial em Cuba e o internacionalismo cubano no continente africano.