UBERIZAÇÃO DO TRABALHO E RACISMO ESTRUTURAL:
uma leitura sobre as novas formas de trabalho a partir das questões raciais
Como se dão as relações entre a uberização do trabalho e o racismo estrutural no Brasil? Esse questionamento estrutura este trabalho que tem como objetivo entender quem são os entregadores por aplicativo e porquê eles são majoritariamente jovens negros. A pesquisa se inicia com uma revisão bibliográfica e documental, com a finalidade de compreender os principais conceitos nela articulados: uberização do trabalho e racismo estrutural. Além disso, são realizados diálogos com outros levantamentos que procuraram entender a realidade vivenciado por entregadores pro aplicativo. Do ponto de vista da organização, o primeiro capítulo desenvolve os conceitos de raça e racismo e o modo como foram inseridos na sociedade a partir de um projeto de exclusão social dos negros e da utilização de técnicas para a manutenção do poder da branquitude sobre o trabalho e a vida dos negros. Em continuidade, no segundo capítulo, tem-se uma discussão sobre trabalho e os entregadores por aplicativo. Ele destaca a precariedade sistêmica que compõe toda a trajetória do mundo do trabalho, e que ganha novos contornos com a presença das plataformas, intensificando as formas de precarização e uberização do trabalho. O terceiro capítulo entrelaça as questões de uberização do trabalho e racismo através dos territórios em que estão inseridos os entregadores por aplicativo, evidenciando a segregação espacial nos contextos de trabalho e moradia dos mesmos.