Controle penal e as formas de subsunção do trabalho ao capital nas diferentes fases do capitalismo
Este trabalho versa sobre a relação entre crime, política de encarceramento em massa e a necessidade de controle dos mais pobres, em especial dos “maus pobres” em meio a um cenário de escassez de postos de emprego provocado, entre outros, pela introdução de sistemas de produção informatizados e políticas neoliberais. Para tanto, realiza uma revisão bibliográfica a luz das contribuições elaboradas pela teoria social marxista. A compreensão de como o crime e a prisão se entrelaçam a estrutura geral da sociedade burguesa nos exigiu o resgate histórico da gênese do cárcere como pena ordinária, bem como a demarcação de respostas e mudanças sofridas pela instituição em meio as transformações das forças produtivas do capital. Esse trabalho perpassa, portanto, pelo nascimento da penitenciária e do capital e pela relação entre desenvolvimento das forças produtivas e as mudanças na pena de prisão e no cárcere. Partimos também do pressuposto de que o encarceramento em massa é uma das respostas do capital ao problema da dilatação do exército industrial de reserva provocado pela expansão e lógica de desenvolvimento do próprio sistema.