O NEOLIBERALISMO AUTORITÁRIO E O SINDICALISMO NO BRASIL E NA ARGENTINA
Este trabalho pretende investigar a atuação do movimento sindical brasileiro e argentino ao avanço do neoliberalismo autoritário após 2015 e 2016, especialmente nos governos Mauricio Macri e Michael Temer. A hipótese que iremos testar nesta pesquisa é a que os sindicatos brasileiro e argentino foram, cada um em seu contexto e com seus matizes próprios, agentes políticos chave no processo de resistência tanto ao estabelecimento neoliberalismo nos anos 1980 e 1990, como na atual fase de autoritarismo que teve início com a crise de 2008 nos EUA. Brasil e Argentina retardaram a fase mais radical do modelo neoliberal também pela articulação e força dos seus sindicatos. Pretendemos demonstrar que mesmo com um histórico longo de três décadas de fortes ofensivas contra os trabalhadores, foram necessários novos ataques – como a reforma sindical e trabalhista de 2016 no Brasil e os diversos casos de repressão violenta ocorridas na Argentina a partir de 2017 – à estrutura sindical para que avançasse a agenda do neoliberalismo autoritário. Ao final, almeja-se contribuir com as análises das realidades concentradas da América Latina no neoliberalismo dialogando de maneira crítica com a bibliografia sobre neoliberalismo autoritário ou ultra reacionário e suas influências anglo-saxãs.