INTERESSES CHINESES E ESTADUNIDENSES NO SETOR ENERGÉTICO BRASILEIRO:
DO PETRÓLEO À TRANSIÇÃO ENERGÉTICA (2007-2021)
O que motiva as empresas de energia da China e dos Estados Unidos a entrarem no setor energético brasileiro? Como os recursos energéticos do Brasil se inserem na estratégia desses dois países e de suas empresas? Quais desafios precisam ser superados para que o Brasil se beneficie deste movimento? Esta pesquisa questiona como o Brasil se insere na economia política mundial de energia em meio ao seu processo de transformação em relevante produtor de petróleo, à necessidade de transição energética imposta pela crise ambiental e ao acirramento da disputa entre China e Estados Unidos no cenário internacional. Argumenta-se, tendo a economia política internacional como principal referencial, que a lógica por trás dos interesses de empresas estadunidenses é movida essencialmente por interesses corporativos, enquanto os investimentos de empresas chinesas são guiados por interesses estratégicos de Estado. As empresas estadunidenses enfrentam limitações para acessar recursos petrolíferos em outras regiões do mundo e necessitam ampliar suas reservas frente ao declínio dos poços em exploração e para satisfazer os interesses de seus acionistas. Para as empresas chinesas, observa-se que para além dos interesses comerciais, sua entrada no mercado brasileiro é motivada por interesses estatais, colocando os recursos brasileiros como estratégicos para contribuir para a sua segurança energética.