OS EFEITOS DO IMPERIALISMO NO ENSINO SUPERIOR DA PERIFERIA CAPITALISTA E O CASO BRASILEIRO:
Da Reforma de 1968 à Kroton como maior grupo privado do mundo em 2016
Este trabalho pretende investigar a relação entre o imperialismo e a estrutura de ensino superior brasileiro com sua predominância de instituições com finalidade de lucro e a consequentemente formação de oligopólio no setor. A evolução dessa configuração é abordada a partir da perspectiva de um cenário composto pela interação entre o Banco Mundial, representando um mecanismo imperialista e as políticas desenvolvidas para o setor no período. Objetivo principal é verificar como a consolidação dessa composição reflete uma perspectiva imperialista para a periferia do sistema capitalista, com uma estrutura baseada na rede privada e com limitadas possibilidades de desenvolvimento autônomo, seja epistêmico ou tecnológico. Como consequência, esse cenário notabiliza-se pela adequação do país a uma participação subordinada, também nos aspectos educacionais, no sistema mundial. O trabalho tem como referencial teórico o debate sobre imperialismo, em especial a formulação de Samir Amin, que destaca o papel das agências multilaterais na manutenção da relação centro-periferia. Como complemento a essa teoria, está a análise empírica de dados sobre o ensino superior, relatórios do Banco Mundial e da Kroton, principal grupo educacional privado do país no período.