PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO ENTRE OS GUARANI E KAIOWÁ NOS ANOS 1970 E 1980: Uma análise através da teoria da dependência
Nos anos 1970, a Fundação Nacional do Índio passou a utilizar o desenvolvimento comunitário como metodologia dos projetos econômicos que implementava entre populações indígenas desde a primeira metade do século XX. Os Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul foram beneficiados com alguns desses projetos, cujos escassos resultados parte da antropologia buscou investigar através da pergunta “por que fracassam os projetos de desenvolvimento entre os Guarani e Kaiowá?”. Partindo do pressuposto de que as respostas apresentadas trazem contribuições significativas para compreender aspectos centrais do fenômeno, mas não enfrentam questões fundamentais que ultrapassam o campo teórico da antropologia, reformulamos a pergunta, buscando responder: quais relações econômicas a aparência dos projetos de desenvolvimento entre os Guarani e Kaiowá oculta? Tem como hipótese que estes surgem para atender as necessidades de reprodução do capital local e nacional, se inscrevendo também em tendências que respondem às necessidades do sistema mundial capitalista em um contexto em que o território sul-mato-grossense e, portanto, guarani e kaiowá, se inseria cada vez mais na dinâmica global de produção. Por sua capacidade de sistematização dessas tendências, utilizamos como referencial teórico a teoria da dependência.