A CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES E A POLÍTICA EXTERNA NOS GOVERNOS DO PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT): A POSIÇÃO FRENTE À INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
Este trabalho analisou o papel do sindicalismo face ao processo de internacionalização
das empresas brasileiras durante os governos Lula (2003-2010). Ao considerar o
movimento sindical como ator nas relações internacionais, buscaremos entender o
posicionamento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), reconhecidamente a central
sindical mais expressiva nacionalmente, em relação a este cenário. Neste período
verificou-se uma expansão do investimento externo direto brasileiro no exterior (IEDB),
consequência de uma plataforma política neodesenvolvimentista adotada pelos governos
Lula. Dado que a política de internacionalização de empresas foi em grande parte
pautada por demandas da fração hegemônica dentro do bloco no poder, pela grande
burguesia interna, nos perguntamos como o movimento sindical brasileiro, representado
neste espaço pela CUT, se posicionou em relação a isso. Teria apoiado esta política em
nome do crescimento do PIB e do fortalecimento da integração ou a via como uma
ameaça aos empregos nacionais? O entendimento foi de que houve apoio por parte da
CUT ao considerar essa política positiva à criação de empregos também no interior da
própria formação social brasileira. Ademais, foram notadas preocupações sobre as
condições de trabalho geradas em territórios vizinhos, as quais indicam o elemento de
solidariedade de classe do sindicalismo diante da internacionalização produtiva de uma
formação social periférica.