RUMO À FINANCEIRIZAÇÃO DO SOLO CRIADO? Crítica às adaptações da Operação Urbana Consorciada
Motivado pela identificação de semelhanças na modelagem adotada nas mais recentes propostas de grandes projetos urbanos que se utilizam do instrumento urbanístico Operação Urbana Consorciada, este trabalho apresenta os resultados da pesquisa que se inicia pela contextualização deste modelo no processo de evolução deste instrumento e, por meio dessa análise e de uma breve revisão da literatura nacional e internacional, explora a crescente penetração das métricas financeiras na atuação do Estado em geral (via a regulação e financiamento), e no planejamento territorial em particular. A recente proposição da Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí, no município de São Paulo, apresenta características que revelam a revisão do modelo até então adotado naquela cidade e sua análise enquanto estudo de caso contribui para a compreensão deste processo de adaptação que dialoga com o processo mais amplo denominado financeirização. Dessa forma a dissertação procura explorar o papel dos diversos agentes na concepção e modelagem destes grandes projetos urbanos, a implementação e adaptação deste instrumento urbanístico e sua imbricação com instrumentos financeiros e de gestão e contribuir para compreensão do processo constituinte de Financeirização em escala urbano-metropolitana no país.