O USO DE JOGOS DIGITAIS NO PLANEJAMENTO TERRITORIAL
Possibilidades e Limitações no uso de Jogos Sérios e aplicações gamificadas em Processos Participativos
Neste estudo, foi realizada uma revisão sistemática para investigar o uso de jogos digitais sérios e aplicativos gamificados em processos participativos no planejamento territorial. A análise incluiu 94 trabalhos de um amplo espectro da literatura acadêmica, abrangendo artigos de revistas nacionais e internacionais coletados nas bases de dados Scopus, Web of Science e Periódicos CAPES, além de contribuições de conferências especializadas, como SBGames e DiGRA, num período de cinco anos. O objetivo principal foi identificar as possibilidades e limitações dessas abordagens nos processos participativos relacionados ao planejamento territorial. Durante a pesquisa, foram encontradas várias perspectivas promissoras. Foi observado que jogos digitais sérios e aplicativos gamificados podem desempenhar um papel crucial na promoção do envolvimento e empoderamento dos participantes. Os jogos tornam os complexos processos do planejamento territorial mais acessíveis e atraentes, permitindo uma maior diversidade de vozes na tomada de decisões. Além disso, eles facilitam a comunicação eficaz entre as diferentes partes interessadas, promovendo troca de informações e colaboração entre os participantes. Outro aspecto positivo é a capacidade dessas abordagens de fornecer simulações realistas e oportunidades para a tomada de decisões, permitindo que os envolvidos compreendam melhor as implicações das escolhas relacionadas ao planejamento territorial. No entanto, também foram identificadas algumas limitações. Em certos casos, os jogos digitais podem oferecer representações muito simplificadas ou restritas da realidade, levando a soluções inadequadas quando aplicadas ao contexto real do planejamento territorial. Além disso, a resistência de participantes mais velhos, menos familiarizados com essas tecnologias, também é um desafio a ser superado. Outras limitações incluem a possível incompatibilidade entre as experiências proporcionadas pelos jogos e a prática real, bem como o risco de viés na análise dos dados gerados por essas ferramentas. Em resumo, esta revisão sistemática destaca o potencial significativo dos jogos digitais sérios e aplicativos gamificados como ferramentas inovadoras para envolver o público em processos participativos relacionados ao planejamento territorial, enfatizando, ao mesmo tempo, a importância de abordá-los com cautela e considerar suas limitações para lidar adequadamente com os desafios do planejamento territorial.