Trajetória e práxis do planejamento ambiental na Macrometrópole Paulista e mudanças climáticas: um estudo de caso sobre o instrumento de zoneamento ambiental
O planejamento de territórios em seus múltiplos níveis e escalas é resultante de fatores socioeconômicos e culturais, assim como afeta e é afetado pela dinâmica da dimensão natural. Ao se olhar para trajetória e práxis pretende-se explorar o processo de planejamento ambiental numa percepção diacrônica que considera tanto o caminho percorrido quanto as dinâmicas atuais. Essa análise é orientada pela abordagem que considera o sistema, prática e cultura do planejamento à luz da teoria dos campos sociais, evidenciando elementos chave para elucidar, enquadrar e caracterizar este processo, sistematizados em uma estrutura analítica do processo de planejamento. O recorte territorial da Macrometrópole Paulista, além de contexto à pesquisa, enriquece o trabalho com características latentes de uma região complexa e dinâmica. O elemento das mudanças climáticas aparece como uma pressão ao planejamento ambiental, tanto na dimensão natural, evidenciada pelo impacto social e no território de eventos extremos que afetam a relação sociedade e natureza, quanto na dimensão política, pela agenda internacional que influencia as políticas públicas. Para apreender estes elementos a pesquisa usa como estudo de caso, por método dedutivo-indutivo, o instrumento de zoneamento ambiental, um instrumento consolidado, multinível, setorial, característico do modelo hegemônico do planejamento ambiental e que enfatiza o elemento territorial e de uso do solo. Em um contexto de grandes transformações socioambientais, que acentuam desigualdades e intensificam a necessidade de modelos de planejamento e gestão que respondam aos problemas emergentes, tem-se uma situação chave, que pode ser entendida como uma oportunidade para inovação, descortinando modelos justos.