O CONCEITO DE "SER GENÉRICO" NO INTERIOR DA CRÍTICA À SOCIEDADE MODERNA NOS "MANUSCRITOS ECONÔMICOS-FILOSÓFICOS" DE KARL MARX
Trata-se de investigar os diferentes momentos da crítica de Karl Marx nos Manuscritos econômico-filosóficos, a partir, principalmente, do conceito de ser genérico (Gattungswesen). Com efeito, questionamos quais as consequências do papel que este conceito assume para a crítica. Para tanto, num primeiro momento, procura-se apresentar os Manuscritos econômico-filosóficos, algumas interpretações acerca do texto e os caminhos da crítica de Marx até os Manuscritos econômico-filosóficos. Num segundo momento, analisar-se-á alguns momentos da crítica de Marx centrada no conceito de ser genérico. Num terceiro momento, analisar-se-á a crítica de Marx centrada nas considerações das categorias da economia política. Neste sentido, tem-se a hipótese de dois momentos da crítica de Marx à sociedade moderna que parecem entrar em tensão: um momento positivo, caracterizado por considerações sobre a essência humana, compreendida como ser genérico; e um momento negativo, onde o eixo da crítica é deslocado para as análises das categorias da economia política. Tal problemática se desdobra em debates futuros em torno do próprio marxismo, como será verificado a partir das posições de alguns intérpretes.