PPGFIL PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Telefone/Ramal: Não informado http://propg.ufabc.edu.br/pgfil
Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
1
  • LUCAS DE MOURA JUSTINO SOUZA
  • A CAMINHO DA SERENIDADE: sobre a transição da metafísica ao sentido criativo do outro início

  • Orientador : FERNANDO COSTA MATTOS
  • Data: 31/01/2024

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  • A CAMINHO DA SERENIDADE: sobre a transição da metafísica ao sentido criativo do outro início


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  • A CAMINHO DA SERENIDADE: sobre a transição da metafísica ao sentido criativo do outro início

2
  • RAFAEL GANDARA D'AMICO
  • Qual é o Marx de Foucault? Os usos de Marx por Foucault: neoliberalismo e contraconduta

     
     
     
     
  • Orientador : CARLOS EDUARDO RIBEIRO
  • Data: 26/02/2024

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    D`AMICO, R.G., Qual é o Marx de Foucault? Os usos de Marx por Foucault e o diagnóstico do presente neoliberal.

     

    O presente trabalho busca problematizar e desdobrar a afirmação de Michel Foucault em seu curso Nascimento da biopolítica, qual seja, que o neoliberalismo é algo diferente, que não é a sociedade retratada no Livro I do Capital, de Karl Marx. Recorrendo a essa passagem específica, o trabalho examina com mais exatidão qual é essa rejeição que Foucault faz de Marx no interior de seu curso Nascimento da biopolítica. Inicialmente, para tratar da questão, buscamos compreender se Foucault rejeita o marxismo, parcela dele, o Livro I do Capital ou parcela dele, Marx ou apenas parte de sua obra. Nesse primeiro momento, com apoio nos Ditos e escritos e nos cursos A sociedade punitiva e Em defesa da sociedade, avaliamos se, em alguma medida, Marx subsiste para Foucault. Em um segundo momento, a análise foca no lugar de Marx na análise foucaultiana do neoliberalismo. Em ambos os casos, o fio condutor da análise é a leitura que Foucault faz da noção de luta classes vindas de Marx e alguns marxistas, bem como quais são os limites dessa leitura. Ainda, nesse segundo momento, analisamos se a influência de Marx continua nos autores que se inspiram em Foucault para analisar o neoliberalismo. Por fim, com o ferramental acumulado no segundo momento do trabalho, tensionando com a chave de leitura vinda do próprio Foucault, assim como de alguns daqueles que chamamos de seus discípulos, pretendemos analisar de modo prospectivo como se desenrolam as contracondutas na sociedade neoliberal, como pode ocorrer essa luta contra os procedimentos estabelecidos para conduzir os outros.

     
     
     
     

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    D`AMICO, R.G., Qual é o Marx de Foucault? Os usos de Marx por Foucault e o diagnóstico do presente neoliberal.

     

    O presente trabalho busca problematizar e desdobrar a afirmação de Michel Foucault em seu curso Nascimento da biopolítica, qual seja, que o neoliberalismo é algo diferente, que não é a sociedade retratada no Livro I do Capital, de Karl Marx. Recorrendo a essa passagem específica, o trabalho examina com mais exatidão qual é essa rejeição que Foucault faz de Marx no interior de seu curso Nascimento da biopolítica. Inicialmente, para tratar da questão, buscamos compreender se Foucault rejeita o marxismo, parcela dele, o Livro I do Capital ou parcela dele, Marx ou apenas parte de sua obra. Nesse primeiro momento, com apoio nos Ditos e escritos e nos cursos A sociedade punitiva e Em defesa da sociedade, avaliamos se, em alguma medida, Marx subsiste para Foucault. Em um segundo momento, a análise foca no lugar de Marx na análise foucaultiana do neoliberalismo. Em ambos os casos, o fio condutor da análise é a leitura que Foucault faz da noção de luta classes vindas de Marx e alguns marxistas, bem como quais são os limites dessa leitura. Ainda, nesse segundo momento, analisamos se a influência de Marx continua nos autores que se inspiram em Foucault para analisar o neoliberalismo. Por fim, com o ferramental acumulado no segundo momento do trabalho, tensionando com a chave de leitura vinda do próprio Foucault, assim como de alguns daqueles que chamamos de seus discípulos, pretendemos analisar de modo prospectivo como se desenrolam as contracondutas na sociedade neoliberal, como pode ocorrer essa luta contra os procedimentos estabelecidos para conduzir os outros.

     
     
     
     
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  • PAULO RICARDO BARBOSA DE LIMA
  • VIDA NOS TRILHOS : corpo, vida nua e sobrevivência a partir de Giorgio Agamben

     
     
  • Orientador : CARLOS EDUARDO RIBEIRO
  • Data: 27/02/2024

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  • A presente dissertação investiga como a vida nua se reinsere na contemporaneidade e como contribui para a análise das relações de cálculo e sobrevivência dos corpos. Utilizando a travessia ferroviária de milhões de trabalhadores que se deslocam cotidianamente entre a periferia e o centro da cidade de São Paulo, a pesquisa revisa o conceito de vida nua em Giorgio Agamben, especialmente no interior de seu projeto filosófico Homo Sacer, relacionando-o ao que o autor designa como paradigma biopolítico contemporâneo, isto é, aos campos de concentração e ao estado de exceção permanente, que se alastra pelas sociedades complexas do início deste século XXI. A hipótese é de que, se o corpo-máquina é produzido no contexto anátomo-político disciplinar e o corpo-espécie no contexto biopolítico, logo um novo tipo de corpo é requerido no contexto em que ambas as tecnologias se entrecruzam. Com efeito, nessa zona de indiferenciação em que as técnicas de individualização e os procedimentos totalizantes se tocam, emerge o corpo sobrevivo, como categoria política mais adequada para apreender as formas com que as vidas nuas são desigualmente expostas à extração de vitalidade e, consequentemente, ligadas à estrutura de reprodução da própria exceção. Em outras palavras, o processo de centralização da vida nua nos cálculos do poder se incumbe de fazer sobreviver um corpo em prontidão, que se põe à serviço do paradigma que o governa, internalizando assim as disciplinas, autodisciplinas, as tecnologias biopolíticas e de controle.  Coagido por dentro e por fora, esse corpo é alocado por critérios racistas em verdadeiras zonas infernais de guerra que possibilitam uma maior extração de suas forças, fechando, assim, o horizonte da experiência.

     
     

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  • A presente dissertação investiga como a vida nua se reinsere na contemporaneidade e como contribui para a análise das relações de cálculo e sobrevivência dos corpos. Utilizando a travessia ferroviária de milhões de trabalhadores que se deslocam cotidianamente entre a periferia e o centro da cidade de São Paulo, a pesquisa revisa o conceito de vida nua em Giorgio Agamben, especialmente no interior de seu projeto filosófico Homo Sacer, relacionando-o ao que o autor designa como paradigma biopolítico contemporâneo, isto é, aos campos de concentração e ao estado de exceção permanente, que se alastra pelas sociedades complexas do início deste século XXI. A hipótese é de que, se o corpo-máquina é produzido no contexto anátomo-político disciplinar e o corpo-espécie no contexto biopolítico, logo um novo tipo de corpo é requerido no contexto em que ambas as tecnologias se entrecruzam. Com efeito, nessa zona de indiferenciação em que as técnicas de individualização e os procedimentos totalizantes se tocam, emerge o corpo sobrevivo, como categoria política mais adequada para apreender as formas com que as vidas nuas são desigualmente expostas à extração de vitalidade e, consequentemente, ligadas à estrutura de reprodução da própria exceção. Em outras palavras, o processo de centralização da vida nua nos cálculos do poder se incumbe de fazer sobreviver um corpo em prontidão, que se põe à serviço do paradigma que o governa, internalizando assim as disciplinas, autodisciplinas, as tecnologias biopolíticas e de controle.  Coagido por dentro e por fora, esse corpo é alocado por critérios racistas em verdadeiras zonas infernais de guerra que possibilitam uma maior extração de suas forças, fechando, assim, o horizonte da experiência.

     
     
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  • RENAN RODRIGUES GOMES
  • Diálogo entre Herbert Marcuse e Paulo Freire: Uma Proposta de Libertação da Ideologia da Técnica a partir da “Pedagogia do Oprimido”

  • Orientador : SILVIO RICARDO GOMES CARNEIRO
  • Data: 27/02/2024

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  • Paulo Freire, em sua crítica à educação bancária em Pedagogia do Oprimido faz uma análise da educação tecnicista. Para tanto, o filósofo educador vai até a crítica à ideologia da sociedade industrial de Herbert Marcuse. Marcuse mostra que a razão técnica desenvolvida na modernidade converte o caráter reflexivo do pensamento em sua instrumentalidade. Ao assumir um ponto de vista universal, a finalidade da razão passa a ser o controle total da natureza e, por conseguinte, do meio social. Esse modo instrumental de pensar é quantitativo; toma formas ontológicas; e, abstraindo a realidade concreta do sujeito histórico, torna-se o modo dominante de pensar a realidade, ou melhor, é a forma ideológica do pensamento da sociedade capitalista do bem-estar social. Essa ideologia é exportada do Ocidente para ser imposta à consciência do oprimido e, como consequência, nega a humanidade e a construção da realidade pelos esfarrapados do mundo. A fim de combater essa ideologia que gera a opressão nas sociedades emergentes do “terceiro mundo”, questionamos como os textos “Homem Unidimensional” e “Eros e Civilização” de Herbert Marcuse podem nos ajudar a compreender as contradições de uma sociedade em trânsito que necessita a construção de uma pedagogia para o oprimido?


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  • Paulo Freire, em sua crítica à educação bancária em Pedagogia do Oprimido faz uma análise da educação tecnicista. Para tanto, o filósofo educador vai até a crítica à ideologia da sociedade industrial de Herbert Marcuse. Marcuse mostra que a razão técnica desenvolvida na modernidade converte o caráter reflexivo do pensamento em sua instrumentalidade. Ao assumir um ponto de vista universal, a finalidade da razão passa a ser o controle total da natureza e, por conseguinte, do meio social. Esse modo instrumental de pensar é quantitativo; toma formas ontológicas; e, abstraindo a realidade concreta do sujeito histórico, torna-se o modo dominante de pensar a realidade, ou melhor, é a forma ideológica do pensamento da sociedade capitalista do bem-estar social. Essa ideologia é exportada do Ocidente para ser imposta à consciência do oprimido e, como consequência, nega a humanidade e a construção da realidade pelos esfarrapados do mundo. A fim de combater essa ideologia que gera a opressão nas sociedades emergentes do “terceiro mundo”, questionamos como os textos “Homem Unidimensional” e “Eros e Civilização” de Herbert Marcuse podem nos ajudar a compreender as contradições de uma sociedade em trânsito que necessita a construção de uma pedagogia para o oprimido?

5
  • ANA LUÍSA COUTINHO FIALHO
  • O CINEMA EM GILLES DELEUZE E SUA CONEXÃO COM A FILOSOFIA BERGSONIANA

  • Orientador : ANDRE LUIS LA SALVIA
  • Data: 28/02/2024

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  • Em Cinema 1 – A Imagem-Movimento e Cinema 2 - A Imagem Tempo, Deleuze constrói sua filosofia a respeito do cinema tendo como ponto de partida a análise da filosofia bergsoniana. O conceito de movimento, presente em A Evolução Criadora, e de imagem, em Matéria e Memória, são peças-chave nesse processo, principalmente em Cinema 1, obra voltada ao cinema pré-guerra. A partir daí, outros conceitos bergsonianos serão utilizados com viés cinematográfico. Em Cinema 2, obra na qual Deleuze trata do cinema de vanguarda do pós-guerra, surge o conceito de imagem-tempo que se conecta com outras camadas do pensamento bergsoniano. Bergson, que conviveu com o cinema em seus primórdios (final do séc. XIX e início do séc. XX), faz menção a ele com uma concepção muito avessa àquela que a filosofia deleuziana viria a ter posteriormente. Apesar disso, sua crítica à maneira pela qual construímos nossa noção de movimento enquanto humanos acaba conectando-se diretamente ao cinema pós-montagem, fertilizando um solo riquíssimo de análises filosóficas sobre a sétima arte. Ao longo de quatro comentários a Bergson, Deleuze funde sua Filosofia do Cinema à filosofia bergsoniana e nos mostra grandes interlocuções possíveis entre a arte e a filosofia, até mesmo materializando um campo comum: a duração, que Bergson define enquanto conceito filosófico e que Deleuze mostra que está, de fato, representada no cinema. A presente pesquisa teve sua metodologia voltada à análise do material bibliográfico primário de ambos os autores bem como o estabelecimento de diálogos com outros pesquisadores que transpassaram a temática abordada.


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  • Em Cinema 1 – A Imagem-Movimento e Cinema 2 - A Imagem Tempo, Deleuze constrói sua filosofia a respeito do cinema tendo como ponto de partida a análise da filosofia bergsoniana. O conceito de movimento, presente em A Evolução Criadora, e de imagem, em Matéria e Memória, são peças-chave nesse processo, principalmente em Cinema 1, obra voltada ao cinema pré-guerra. A partir daí, outros conceitos bergsonianos serão utilizados com viés cinematográfico. Em Cinema 2, obra na qual Deleuze trata do cinema de vanguarda do pós-guerra, surge o conceito de imagem-tempo que se conecta com outras camadas do pensamento bergsoniano. Bergson, que conviveu com o cinema em seus primórdios (final do séc. XIX e início do séc. XX), faz menção a ele com uma concepção muito avessa àquela que a filosofia deleuziana viria a ter posteriormente. Apesar disso, sua crítica à maneira pela qual construímos nossa noção de movimento enquanto humanos acaba conectando-se diretamente ao cinema pós-montagem, fertilizando um solo riquíssimo de análises filosóficas sobre a sétima arte. Ao longo de quatro comentários a Bergson, Deleuze funde sua Filosofia do Cinema à filosofia bergsoniana e nos mostra grandes interlocuções possíveis entre a arte e a filosofia, até mesmo materializando um campo comum: a duração, que Bergson define enquanto conceito filosófico e que Deleuze mostra que está, de fato, representada no cinema. A presente pesquisa teve sua metodologia voltada à análise do material bibliográfico primário de ambos os autores bem como o estabelecimento de diálogos com outros pesquisadores que transpassaram a temática abordada.

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  • LUIZ RENATO SEIXAS MAFFEI
  • Imaginação e passividade em Espinosa

  • Orientador : JOSE LUIZ BASTOS NEVES
  • Data: 10/04/2024

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  • Sobre o tratamento que Espinosa dá à imaginação, tem sido frequente apontar a possibilidade de reabilitá-la enquanto virtude humana, em vista de um uso ativo e livre, como diferencial da Ética perante outras obras. De outro modo, esta pesquisa pretende investigar como os aspectos limitados e limitantes da imaginação também receberam um aporte conceitual na Ética. Para tanto, inicialmente será preciso distinguir o sentido em que se pode afirmar uma passividade da imaginação, referente à conformação das ideias inadequadas das afecções do corpo, cujas causas suplantam a nossa potência. Daqui seguirá um exame de como diferentes modos de imaginar podem ser relacionados à força das paixões, problema suscitado na leitura da Parte 4 da Ética.


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  • Sobre o tratamento que Espinosa dá à imaginação, tem sido frequente apontar a possibilidade de reabilitá-la enquanto virtude humana, em vista de um uso ativo e livre, como diferencial da Ética perante outras obras. De outro modo, esta pesquisa pretende investigar como os aspectos limitados e limitantes da imaginação também receberam um aporte conceitual na Ética. Para tanto, inicialmente será preciso distinguir o sentido em que se pode afirmar uma passividade da imaginação, referente à conformação das ideias inadequadas das afecções do corpo, cujas causas suplantam a nossa potência. Daqui seguirá um exame de como diferentes modos de imaginar podem ser relacionados à força das paixões, problema suscitado na leitura da Parte 4 da Ética.

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  • ULISSES ALBERTO PEREIRA
  • O HOMEM BATAILLEANO

     
     
     
     
  • Orientador : CARLOS EDUARDO RIBEIRO
  • Data: 19/04/2024

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  • A presente pesquisa visa compreender o trabalho filosófico-literário de Georges Bataille. Para isso, partiremos da análise da antropogênese do autor para compreendermos a formação e os processos de humanização a partir da animalidade, incluindo a apreensão da técnica, a construção das ferramentas, a formação de uma comunidade e a criação dos interditos; também estudaremos as relações do homem com o interdito, a transgressão e as diferentes formas de erotismo. Em suma, trata-se de estudar os diversos conceitos propostos pelo autor e seus desdobramentos possíveis através da figura do homem batailleano. 

     
     
     
     

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  • A presente pesquisa visa compreender o trabalho filosófico-literário de Georges Bataille. Para isso, partiremos da análise da antropogênese do autor para compreendermos a formação e os processos de humanização a partir da animalidade, incluindo a apreensão da técnica, a construção das ferramentas, a formação de uma comunidade e a criação dos interditos; também estudaremos as relações do homem com o interdito, a transgressão e as diferentes formas de erotismo. Em suma, trata-se de estudar os diversos conceitos propostos pelo autor e seus desdobramentos possíveis através da figura do homem batailleano. 

     
     
     
     
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  • ALINE MICAELA DUQUE DA COSTA
  • Ontologia e Libertação em Paulo Freire: análise das obras iniciais (1959-1969)

  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 30/04/2024

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  • Esta dissertação de mestrado tem como objetivo discutir o ser ontológico de Paulo Freire segundo a dialética existente em suas obras produzidas no período de 1959 e 1969, além de refletir sobre a educação como instrumento catalisador deste ser. A libertação dos oprimidos torna-se uma reflexão que é veementemente recorrente neste texto, uma vez que libertar-se é princípio fundamente das transformações sociais necessárias à realidade dos oprimidos. O texto, portanto, perpassa pelas seguintes obras de Freire: Educação e Atualidade Brasileira (1959), Educação como Prática da Liberdade (1967) e Pedagogia do Oprimido (1969). Obras estas que aqui são consideradas como essenciais na reflexão do sujeito pensante, crítico e questionador frente ao seu antagônico ser cultural e histórico acomodado, conformado e condenado à involução que lhe é imposta. No campo da discussão, este texto está dividido em três capítulos que dissertam, no primeiro, sobre o que é a liberdade e a libertação para Freire, e nele discorreremos sobre diversas implicações inerentes ao processo de emancipação social e as consequências do seu usufruto, da sua conquista, do seu poder transformador; no segundo, sobre como a educação se coloca como instrumento da práxis, com a qual é possível discernir sobre o momento em que ela se coloca como ferramenta de transformação dos sujeitos e de como, em seguida, ela precisa tornar-se na ferramenta de manutenção desta transformação; trata-se da educação sendo discutida e compreendida no seu próprio ato, na concretude da sua relação com o educando; e, por fim,  o terceiro apresentando a ação e a reflexão como viabilidade real para a libertação, uma vez que esta não acontece permanecendo apenas no campo da teoria e as ações, na mesma proporção, não alcançam qualquer resultado sem, antes, ter havido devida organização, reflexão e aprofundamento sobre o que se pretende executar. Álvaro Vieira Pinto aparece neste fundamento por reconhecermos seu fundamento teórico como uma base a muito do que Freire debateu em seus textos, especialmente Educação e Atualidade Brasileira, mas outros autores aqui se inserem na caminhada em discutir o oprimido e as suas complicações nunca sociedade que tem como sua principal herança a colonização, atentando-se à relação do opressor com o oprimido como sintomas desta sociedade. Enrique Dussel, Edward Said, Moacir Gadotti, Ivo Dickmann, Herbert Marcuse e José Eustáquio Romão, dentre tantos outros mais, aparecem no decorrer do corpo deste texto como suporte à nossa dissertação nos esclarecendo e nos auxiliando na construção do nosso pensamento.


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  • Esta dissertação de mestrado tem como objetivo discutir o ser ontológico de Paulo Freire segundo a dialética existente em suas obras produzidas no período de 1959 e 1969, além de refletir sobre a educação como instrumento catalisador deste ser. A libertação dos oprimidos torna-se uma reflexão que é veementemente recorrente neste texto, uma vez que libertar-se é princípio fundamente das transformações sociais necessárias à realidade dos oprimidos. O texto, portanto, perpassa pelas seguintes obras de Freire: Educação e Atualidade Brasileira (1959), Educação como Prática da Liberdade (1967) e Pedagogia do Oprimido (1969). Obras estas que aqui são consideradas como essenciais na reflexão do sujeito pensante, crítico e questionador frente ao seu antagônico ser cultural e histórico acomodado, conformado e condenado à involução que lhe é imposta. No campo da discussão, este texto está dividido em três capítulos que dissertam, no primeiro, sobre o que é a liberdade e a libertação para Freire, e nele discorreremos sobre diversas implicações inerentes ao processo de emancipação social e as consequências do seu usufruto, da sua conquista, do seu poder transformador; no segundo, sobre como a educação se coloca como instrumento da práxis, com a qual é possível discernir sobre o momento em que ela se coloca como ferramenta de transformação dos sujeitos e de como, em seguida, ela precisa tornar-se na ferramenta de manutenção desta transformação; trata-se da educação sendo discutida e compreendida no seu próprio ato, na concretude da sua relação com o educando; e, por fim,  o terceiro apresentando a ação e a reflexão como viabilidade real para a libertação, uma vez que esta não acontece permanecendo apenas no campo da teoria e as ações, na mesma proporção, não alcançam qualquer resultado sem, antes, ter havido devida organização, reflexão e aprofundamento sobre o que se pretende executar. Álvaro Vieira Pinto aparece neste fundamento por reconhecermos seu fundamento teórico como uma base a muito do que Freire debateu em seus textos, especialmente Educação e Atualidade Brasileira, mas outros autores aqui se inserem na caminhada em discutir o oprimido e as suas complicações nunca sociedade que tem como sua principal herança a colonização, atentando-se à relação do opressor com o oprimido como sintomas desta sociedade. Enrique Dussel, Edward Said, Moacir Gadotti, Ivo Dickmann, Herbert Marcuse e José Eustáquio Romão, dentre tantos outros mais, aparecem no decorrer do corpo deste texto como suporte à nossa dissertação nos esclarecendo e nos auxiliando na construção do nosso pensamento.

9
  • PEDRO HENRIQUE PEREIRA
  • A GÊNESE HISTÓRICO-ONTOLÓGICA DO ESTRANHAMENTO PELA “MANIPULAÇÃO UNIVERSAL” SEGUNDO GYÖRGY LUKÁCS

  • Orientador : FERNANDO COSTA MATTOS
  • Data: 13/05/2024

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  • No segundo volume de ‘Para uma Ontologia do Ser social’, Lukács inicia o capítulo sobre o estranhamento caracterizando este como “um fenômeno exclusivamente histórico-social”, que assume “formas historicamente sempre diferentes”, a depender das especificidades do momento histórico, do modo de produção, da sociedade e da cultura em que ele ocorre. Entretanto, apesar das diferentes formas que o fenômeno do estranhamento assume, Lukács analisa que há uma essência substancial deste, que pode ser sintetizada na seguinte definição geral:

    “o desenvolvimento das forças produtivas é necessariamente ao mesmo tempo o desenvolvimento das capacidades humanas. Contudo – e nesse ponto o problema do estranhamento vem concretamente à luz do dia –, o desenvolvimento das capacidades humanas não acarreta necessariamente um desenvolvimento da personalidade humana. Pelo contrário: justamente por meio do incremento das capacidades singulares ele pode deformar, rebaixar etc. a personalidade humana.”

    Em outras palavras, o estranhamento pode ser definido como um fenômeno histórico-social que ocorre quando há um antagonismo entre o desenvolvimento das capacidades singulares dos indivíduos e o desenvolvimento de suas personalidades, de forma que o desenvolvimento das segundas é obstaculizado pelo desenvolvimento das primeiras.


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  • No segundo volume de ‘Para uma Ontologia do Ser social’, Lukács inicia o capítulo sobre o estranhamento caracterizando este como “um fenômeno exclusivamente histórico-social”, que assume “formas historicamente sempre diferentes”, a depender das especificidades do momento histórico, do modo de produção, da sociedade e da cultura em que ele ocorre. Entretanto, apesar das diferentes formas que o fenômeno do estranhamento assume, Lukács analisa que há uma essência substancial deste, que pode ser sintetizada na seguinte definição geral:

    “o desenvolvimento das forças produtivas é necessariamente ao mesmo tempo o desenvolvimento das capacidades humanas. Contudo – e nesse ponto o problema do estranhamento vem concretamente à luz do dia –, o desenvolvimento das capacidades humanas não acarreta necessariamente um desenvolvimento da personalidade humana. Pelo contrário: justamente por meio do incremento das capacidades singulares ele pode deformar, rebaixar etc. a personalidade humana.”

    Em outras palavras, o estranhamento pode ser definido como um fenômeno histórico-social que ocorre quando há um antagonismo entre o desenvolvimento das capacidades singulares dos indivíduos e o desenvolvimento de suas personalidades, de forma que o desenvolvimento das segundas é obstaculizado pelo desenvolvimento das primeiras.

10
  • KLEBER SILVA BERNARDO
  • O X DE XAI: Uma análise do conceito de explicação para Inteligência Artificial Explicável

  • Orientador : RENATO RODRIGUES KINOUCHI
  • Data: 27/05/2024

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  • O desenvolvimento da inteligência artificial está na vanguarda das pesquisas científicas e econômicas. Um dos tipos de inteligência artificial mais investigados atualmente é o da inteligência artificial explicável. Esse modelo pretende ser transparente, ou seja, o usuário compreende o processo de tomada de decisão da inteligência artificial. Esta pesquisa analisa o conceito de explicação no contexto da inteligência artificial explicável, uma vez que o conceito é amplamente utilizado na literatura da inteligência artificial, contudo, não é desenvolvida e ignora que há uma literatura sobre o tema em filosofia da ciência. Em particular, a abordagem unificacionista desenvolvida por Schurz é avaliada e defendida. Após uma apresentação da história e da parte teórica da inteligência artificial, segue-se uma discussão do unificacionismo em filosofia da ciência, para, finalmente, analisar o conceito de explicação, tal como debatido em filosofia da ciência, na inteligência artificial. Outros conceitos utilizados na literatura da inteligência artificial explicável, que estão presentes na filosofia, também são investigados, como a compreensão e a interpretação.


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  • O desenvolvimento da inteligência artificial está na vanguarda das pesquisas científicas e econômicas. Um dos tipos de inteligência artificial mais investigados atualmente é o da inteligência artificial explicável. Esse modelo pretende ser transparente, ou seja, o usuário compreende o processo de tomada de decisão da inteligência artificial. Esta pesquisa analisa o conceito de explicação no contexto da inteligência artificial explicável, uma vez que o conceito é amplamente utilizado na literatura da inteligência artificial, contudo, não é desenvolvida e ignora que há uma literatura sobre o tema em filosofia da ciência. Em particular, a abordagem unificacionista desenvolvida por Schurz é avaliada e defendida. Após uma apresentação da história e da parte teórica da inteligência artificial, segue-se uma discussão do unificacionismo em filosofia da ciência, para, finalmente, analisar o conceito de explicação, tal como debatido em filosofia da ciência, na inteligência artificial. Outros conceitos utilizados na literatura da inteligência artificial explicável, que estão presentes na filosofia, também são investigados, como a compreensão e a interpretação.

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  • VINICIUS PAIOLA DE OLIVEIRA
  • Heidegger e o problema da animalidade: a tensão da fenomenologia hermenêutica com a circunscrição da vida

  • Orientador : FERNANDO COSTA MATTOS
  • Data: 27/06/2024

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  • Nesta dissertação discuto e mapeio o panorama compreensivo do animal como representante do modo de ser da vida no interior da filosofia de Martin Heidegger durante a década de 1920 do ponto de vista de seu método. Para fazer isso, recorro a uma perspectiva originada dos Estudos Animais como forma de situar a temática e suas questões mais pertinentes, particularmente no que tange a relacionalidade entre o humano e o animal. Embora usualmente o tema seja remetido ao curso de 1929/1930 – Os Conceitos Fundamentais da Metafísica – devido ao seu aprofundamento temático, provou-se oportuno seguir e radicalizar a indicação de Diana Aurenque de uma análise e enquadramento das questões prévias à preleção. Nesse sentido, o trabalho foi dividido em duas partes a fim de acompanhar o desenvolvimento metodológico do autor e, por meio dele, ganhar um fio condutor adequado para a análise da preleção. Nos primeiros dois capítulos, elaboro o procedimento utilizado pelo autor sob o nome da fenomenologia hermenêutica e sua aplicação para o caso do animal através de uma recuperação e comparação com os tratamentos análogos em duas de suas principais influências, Edmund Husserl e Wilhelm Dilthey. O resultado dessa primeira parte é a constatação de um pressuposto metodológico de transparência de si cuja transposição para o caso dos animais e do modo de ser da vida incorre em uma série de dificuldades que resultam da colisão com outros pressupostos da ontologia fundamental, em especial a noção de que o humano – indicado formalmente como Dasein – é o ente assinalado em relação a todos os outros. Isso permite a conquista de uma chave de leitura para a ameaça que o modo de ser do animal representa, em termos compreensivos, para a circunscrição do humano. A segunda parte se aproveita disso para ler a preleção de 1929/30 e meditar sobre o papel do animal no interior da comparação entre pedra, animal e humano e suas condições de acesso e descrição. Os capítulos que compõem esta parte apresentam análises mais detidas sobre as dificuldades e problemáticas propondo, por vezes, um estilo de escrita ensaístico. No terceiro capítulo procuro fazer um esboço e destacar o lugar central que o animal tem na argumentação do autor, enfatizando particularmente as dificuldades incorridas com a interpretação privativa e o fechamento do horizonte relacional entre humano e animal. No quarto capítulo avalio o giro etológico do autor para descrever os entes vivos através de um apoio das elaborações científicas e de que forma isso traz um paralelismo com o conceito de selvagem. No último capítulo trato a radicalização da leitura aristotélica do autor e de que forma isso conduz para uma elaboração da agência a partir de critérios "espirituais" e submete, assim, os animais à impossibilidade de agir. 


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  • Nesta dissertação discuto e mapeio o panorama compreensivo do animal como representante do modo de ser da vida no interior da filosofia de Martin Heidegger durante a década de 1920 do ponto de vista de seu método. Para fazer isso, recorro a uma perspectiva originada dos Estudos Animais como forma de situar a temática e suas questões mais pertinentes, particularmente no que tange a relacionalidade entre o humano e o animal. Embora usualmente o tema seja remetido ao curso de 1929/1930 – Os Conceitos Fundamentais da Metafísica – devido ao seu aprofundamento temático, provou-se oportuno seguir e radicalizar a indicação de Diana Aurenque de uma análise e enquadramento das questões prévias à preleção. Nesse sentido, o trabalho foi dividido em duas partes a fim de acompanhar o desenvolvimento metodológico do autor e, por meio dele, ganhar um fio condutor adequado para a análise da preleção. Nos primeiros dois capítulos, elaboro o procedimento utilizado pelo autor sob o nome da fenomenologia hermenêutica e sua aplicação para o caso do animal através de uma recuperação e comparação com os tratamentos análogos em duas de suas principais influências, Edmund Husserl e Wilhelm Dilthey. O resultado dessa primeira parte é a constatação de um pressuposto metodológico de transparência de si cuja transposição para o caso dos animais e do modo de ser da vida incorre em uma série de dificuldades que resultam da colisão com outros pressupostos da ontologia fundamental, em especial a noção de que o humano – indicado formalmente como Dasein – é o ente assinalado em relação a todos os outros. Isso permite a conquista de uma chave de leitura para a ameaça que o modo de ser do animal representa, em termos compreensivos, para a circunscrição do humano. A segunda parte se aproveita disso para ler a preleção de 1929/30 e meditar sobre o papel do animal no interior da comparação entre pedra, animal e humano e suas condições de acesso e descrição. Os capítulos que compõem esta parte apresentam análises mais detidas sobre as dificuldades e problemáticas propondo, por vezes, um estilo de escrita ensaístico. No terceiro capítulo procuro fazer um esboço e destacar o lugar central que o animal tem na argumentação do autor, enfatizando particularmente as dificuldades incorridas com a interpretação privativa e o fechamento do horizonte relacional entre humano e animal. No quarto capítulo avalio o giro etológico do autor para descrever os entes vivos através de um apoio das elaborações científicas e de que forma isso traz um paralelismo com o conceito de selvagem. No último capítulo trato a radicalização da leitura aristotélica do autor e de que forma isso conduz para uma elaboração da agência a partir de critérios "espirituais" e submete, assim, os animais à impossibilidade de agir. 

12
  • RAFAEL DE OLIVEIRA GONÇALVES
  • Paulo Freire e a diretividade: uma análise das obras de 1959 a 1968 

  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 21/08/2024

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  • Pretende-se, neste estudo, analisar o trajeto teórico de Paulo Freire em suas obras de 1959 a 1968, com ênfase nas discussões em torno da “diretividade” ou “não-diretividade” do processo educativo. O autor, nos anos de 1990, definiu que toda prática educativa, seja autoritária ou democrática, possui um elemento diretivo (de direção) por parte do educador. Quando, porém, essa diretividade passa a restringir a competência criativa, formuladora e questionadora do educando, ela se transforma em manipulação e autoritarismo. No entanto, o percurso que o levou a este entendimento apresenta reflexões que são fundamentadas não só em diferentes fontes teóricas, mas em uma práxis, que o induziu a formulações e reformulações constantes. Se em Educação e Atualidade Brasileira (1959), influenciado pelo nacionalismo-desenvolvimentista do Instituto Superior de Estudos Brasileiros, Freire apresenta uma tese irrefletidamente diretiva, em Educação Como Prática da Liberdade (1965), por sua vez, sob influência do personalismo, da filosofia existencialista e de grupos católicos influenciados por ideais não-diretivas, ele passa a problematizar essa mesma diretividade. Esta problematização se aprofunda em Pedagogia do Oprimido (1968), porém, com contornos originais dentro de um novo quadro teórico (marxista). A questão, então, se volta para o problema da “propaganda libertadora” promovida por lideranças revolucionárias que “depositam” a crença da liberdade nos oprimidos, isto é, lançam mão de técnicas domesticadoras visando à libertação.


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  • Pretende-se, neste estudo, analisar o trajeto teórico de Paulo Freire em suas obras de 1959 a 1968, com ênfase nas discussões em torno da “diretividade” ou “não-diretividade” do processo educativo. O autor, nos anos de 1990, definiu que toda prática educativa, seja autoritária ou democrática, possui um elemento diretivo (de direção) por parte do educador. Quando, porém, essa diretividade passa a restringir a competência criativa, formuladora e questionadora do educando, ela se transforma em manipulação e autoritarismo. No entanto, o percurso que o levou a este entendimento apresenta reflexões que são fundamentadas não só em diferentes fontes teóricas, mas em uma práxis, que o induziu a formulações e reformulações constantes. Se em Educação e Atualidade Brasileira (1959), influenciado pelo nacionalismo-desenvolvimentista do Instituto Superior de Estudos Brasileiros, Freire apresenta uma tese irrefletidamente diretiva, em Educação Como Prática da Liberdade (1965), por sua vez, sob influência do personalismo, da filosofia existencialista e de grupos católicos influenciados por ideais não-diretivas, ele passa a problematizar essa mesma diretividade. Esta problematização se aprofunda em Pedagogia do Oprimido (1968), porém, com contornos originais dentro de um novo quadro teórico (marxista). A questão, então, se volta para o problema da “propaganda libertadora” promovida por lideranças revolucionárias que “depositam” a crença da liberdade nos oprimidos, isto é, lançam mão de técnicas domesticadoras visando à libertação.

2023
Dissertações
1
  • EDER ALEIXO
  • O fim da distância: o poder da técnica digital nas subjetividades contemporâneas 

  • Orientador : PAULA PRISCILA BRAGA
  • Data: 09/03/2023

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  • O objetivo da pesquisa é investigar as subjetividades contemporâneas em suas relações com as imagens digitais. As analises de tais relações guia-se por articulações do conceito de distância de Byung-Chul Han, aqui, entendido como fundamental a construção da sociedade e dos sujeitos contemporâneos como o autor descreve. Han articula uma crítica às maneiras de uso e das práticas que se estabelecem na internet relacionando-as à desintegração dos vínculos coletivos e, portanto, identificando-as como empecilhos para a política; para o filósofo, os ambientes digitais operariam a dissolução do pathos da distância, como aparição da alteridade enfática, empobrecendo as possibilidades de narrar-se e os processos de subjetivação. Assim, pretende-se considerar as relações entre o conceito de distância e a técnica digital avaliando suas consequências na subjetividade dos usuários das redes. O recorte proposto enfatiza as condições técnicas que estruturam as imagens digitais, enquanto objetos (plataformas/interfaces) que condicionam e organizam as relações sensíveis cotidianas, apoiando-se nos autores Lev Manovich e Shoshana Zuboff. Ademais, como, em Han, distância tem genealogia na distância aurática benjaminiana, descrita como uma trama de espaço e tempo, aqui, busca-se reconhecer e explicitar as dimensões espaço-temporais inerentes à técnica digital. E, nesse processo, investigar como tais dimensões atuam na socialização e nas subjetivações contemporâneas.


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  • O objetivo da pesquisa é investigar as subjetividades contemporâneas em suas relações com as imagens digitais. As analises de tais relações guia-se por articulações do conceito de distância de Byung-Chul Han, aqui, entendido como fundamental a construção da sociedade e dos sujeitos contemporâneos como o autor descreve. Han articula uma crítica às maneiras de uso e das práticas que se estabelecem na internet relacionando-as à desintegração dos vínculos coletivos e, portanto, identificando-as como empecilhos para a política; para o filósofo, os ambientes digitais operariam a dissolução do pathos da distância, como aparição da alteridade enfática, empobrecendo as possibilidades de narrar-se e os processos de subjetivação. Assim, pretende-se considerar as relações entre o conceito de distância e a técnica digital avaliando suas consequências na subjetividade dos usuários das redes. O recorte proposto enfatiza as condições técnicas que estruturam as imagens digitais, enquanto objetos (plataformas/interfaces) que condicionam e organizam as relações sensíveis cotidianas, apoiando-se nos autores Lev Manovich e Shoshana Zuboff. Ademais, como, em Han, distância tem genealogia na distância aurática benjaminiana, descrita como uma trama de espaço e tempo, aqui, busca-se reconhecer e explicitar as dimensões espaço-temporais inerentes à técnica digital. E, nesse processo, investigar como tais dimensões atuam na socialização e nas subjetivações contemporâneas.

2
  • YASMIN ALCANTARA GALVÃO PEREIRA
  • O gênero e a relação com o corpo: uma reflexão a partir de Oyèrónke Oyéwùmí

  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 06/04/2023

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  • A presente dissertação tem como objetivo principal realizar uma apresentação da obra A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero (1997) da pensadora iorubana Oyèrónkẹ Oyěwùmí. Demonstrando quais as raízes epistemológicas dos conceitos de cosmovisão e cosmopercepção, pois esta é a investigação que principia A invenção das mulheres, para então discutir os desdobramentos éticos destes conceitos. O primeiro capítulo, expõe como a autora pensou o lastro colonial e a forma como a cosmovisão está relacionada à esta práxis ocidentocêntrica, perpassando a exposição  de como a bio-lógica ocidentocêntrica que vê o corpo como base social. É exposto também como a sociedade Iorubá pré-colonial se organizava desde o princípio cosmoperceptivo, alinhada a comparação proposta por Oyěwùmí. No segundo capítulo é abordada a estrutura cosmoperceptiva, discutindo como a relacionalidade presente na senioridade estabelecesse uma relação não corporificada e por conseguinte não generificação dos corpos. Esta exposição conceitual, possibilita conclusoriamente, apontar caminhos para pensar o que é um corpo corporificado e um corpo não corporificado.


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  • A presente dissertação tem como objetivo principal realizar uma apresentação da obra A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero (1997) da pensadora iorubana Oyèrónkẹ Oyěwùmí. Demonstrando quais as raízes epistemológicas dos conceitos de cosmovisão e cosmopercepção, pois esta é a investigação que principia A invenção das mulheres, para então discutir os desdobramentos éticos destes conceitos. O primeiro capítulo, expõe como a autora pensou o lastro colonial e a forma como a cosmovisão está relacionada à esta práxis ocidentocêntrica, perpassando a exposição  de como a bio-lógica ocidentocêntrica que vê o corpo como base social. É exposto também como a sociedade Iorubá pré-colonial se organizava desde o princípio cosmoperceptivo, alinhada a comparação proposta por Oyěwùmí. No segundo capítulo é abordada a estrutura cosmoperceptiva, discutindo como a relacionalidade presente na senioridade estabelecesse uma relação não corporificada e por conseguinte não generificação dos corpos. Esta exposição conceitual, possibilita conclusoriamente, apontar caminhos para pensar o que é um corpo corporificado e um corpo não corporificado.

3
  • ROGER FILIPE SILVA
  • Positividade e religião popular na filosofia de Hegel em Berna: uma leitura a partir de Georg Lukács

  • Orientador : LUIZ FERNANDO BARRERE MARTIN
  • Data: 14/04/2023

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  • Este trabalho pretende elucidar a forma específica como Georg Lukács (1885-1971), em sua obra O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista compreende como se deu o desenvolvimento do pensamento do jovem Hegel nos períodos em que vivera em Tübingen e em Berna. Pretende-se compreender os basilares intuitos do autor húngaro ao escrever sua obra, assim como analisar se a leitura que realiza sobre o jovem Hegel, principalmente acerca dos conceitos de positividade, religião popular e eticidade grega, manteve sua validade ou já fora totalmente superada por novas pesquisas sobre o tema. Além de se buscar quais foram as principais contribuição que Lukács deu ao desenvolvimento da pesquisa sobre o pensamento do jovem Hegel quando este se encontrava nas localidades mencionadas.


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  • Este trabalho pretende elucidar a forma específica como Georg Lukács (1885-1971), em sua obra O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista compreende como se deu o desenvolvimento do pensamento do jovem Hegel nos períodos em que vivera em Tübingen e em Berna. Pretende-se compreender os basilares intuitos do autor húngaro ao escrever sua obra, assim como analisar se a leitura que realiza sobre o jovem Hegel, principalmente acerca dos conceitos de positividade, religião popular e eticidade grega, manteve sua validade ou já fora totalmente superada por novas pesquisas sobre o tema. Além de se buscar quais foram as principais contribuição que Lukács deu ao desenvolvimento da pesquisa sobre o pensamento do jovem Hegel quando este se encontrava nas localidades mencionadas.

4
  • DANIEL FERRARESI ARAUJO SILVA
  • A CONCEPÇÃO DE JUSTIÇA EM DE CIVITATE DEI DE AGOSTINHO

  • Orientador : CRISTIANE NEGREIROS ABBUD AYOUB
  • Data: 25/04/2023

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  • O objetivo deste trabalho é examinar a guerra justa na obra A Cidade de Deus. A guerra justa é um conceito polêmico na filosofia política agostiniana, sendo a guerra o recurso extremo para resoluções de conflitos entre os seres humanos. Entretanto, a guerra justa implica que um dos lados em conflito guerreia baseado na justiça, enquanto o outro lado não o faz. A justiça, possuída por um dos lados em litígio será um dos objetos de nossa análise para entendermos como uma guerra pode se fundamentar como justa. Trataremos em seguida da paz, pois que como toda a guerra enseja o desejo pela paz ao seu fim, veremos como ela é concebida pelos cidadãos da cidade terrena e aqueles da cidade celeste, e como em última análise tal distinção se faz de suma importância para a manutenção ou não da paz em sociedade. Partindo para a investigação da guerra justa, veremos como esse complexo conceito se fez presente na filosofia de Agostinho a partir de suas considerações sobre a justiça e a paz e como em última análise ele a pôde considerar como algo permissível e até desejável dentro de certas circunstâncias. Pesquisaremos em especial o Livro XIX da Cidade de Deus, bem como outros livros dessa obra, utilizando para fins complementares outros trabalhos de Agostinho em nosso estudo.


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  • O objetivo deste trabalho é examinar a guerra justa na obra A Cidade de Deus. A guerra justa é um conceito polêmico na filosofia política agostiniana, sendo a guerra o recurso extremo para resoluções de conflitos entre os seres humanos. Entretanto, a guerra justa implica que um dos lados em conflito guerreia baseado na justiça, enquanto o outro lado não o faz. A justiça, possuída por um dos lados em litígio será um dos objetos de nossa análise para entendermos como uma guerra pode se fundamentar como justa. Trataremos em seguida da paz, pois que como toda a guerra enseja o desejo pela paz ao seu fim, veremos como ela é concebida pelos cidadãos da cidade terrena e aqueles da cidade celeste, e como em última análise tal distinção se faz de suma importância para a manutenção ou não da paz em sociedade. Partindo para a investigação da guerra justa, veremos como esse complexo conceito se fez presente na filosofia de Agostinho a partir de suas considerações sobre a justiça e a paz e como em última análise ele a pôde considerar como algo permissível e até desejável dentro de certas circunstâncias. Pesquisaremos em especial o Livro XIX da Cidade de Deus, bem como outros livros dessa obra, utilizando para fins complementares outros trabalhos de Agostinho em nosso estudo.

5
  • SABRINA ACOSTA
  • O Conhecimento Científico como um Conhecimento Social: o Empirismo Contextual Crítico de Helen Longino 

  • Orientador : LUCIANA ZATERKA
  • Data: 01/06/2023

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  • A filósofa estadunidense Helen Longino, defendeu a tese da sociabilidade do conhecimento em que as interações sociais têm papel relevante na produção de conhecimento. Nesta pesquisa examinamos o Empirismo Contextual Crítico proposto por Longino, no intuito de aprofundar o debate teórico a respeito da concepção de conhecimento. Na perspectiva da autora, a sociabilidade do conhecimento se faz necessária para alcançar uma objetividade capaz de controlar, em alguma medida, as preferências subjetivas dos indivíduos. Ademais, defende uma concepção de conhecimento plural, provisório, parcial e local, que leve em consideração seu contexto material, intelectual e social específico. Para tanto, os conceitos de objetividade, raciocínio, observação e interação são discutidos e analisados para justificar a pertinência de um conhecimento social e complexo. Todas essas questões são aprofundadas nos debates da epistemologia social ocorridos na década de 1990, em que, os fatores sociais (políticos, econômicos, culturais) influenciam as concepções de conhecimento, e por extensão, o conhecimento científico. O principal tema de investigação da epistemologia social é compreender como fatores sociais influenciam as concepções de conhecimento. Isto porque, filósofos e outros teóricos consideram a ciência como o melhor modelo que temos de produção de conhecimento.


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  • A filósofa estadunidense Helen Longino, defendeu a tese da sociabilidade do conhecimento em que as interações sociais têm papel relevante na produção de conhecimento. Nesta pesquisa examinamos o Empirismo Contextual Crítico proposto por Longino, no intuito de aprofundar o debate teórico a respeito da concepção de conhecimento. Na perspectiva da autora, a sociabilidade do conhecimento se faz necessária para alcançar uma objetividade capaz de controlar, em alguma medida, as preferências subjetivas dos indivíduos. Ademais, defende uma concepção de conhecimento plural, provisório, parcial e local, que leve em consideração seu contexto material, intelectual e social específico. Para tanto, os conceitos de objetividade, raciocínio, observação e interação são discutidos e analisados para justificar a pertinência de um conhecimento social e complexo. Todas essas questões são aprofundadas nos debates da epistemologia social ocorridos na década de 1990, em que, os fatores sociais (políticos, econômicos, culturais) influenciam as concepções de conhecimento, e por extensão, o conhecimento científico. O principal tema de investigação da epistemologia social é compreender como fatores sociais influenciam as concepções de conhecimento. Isto porque, filósofos e outros teóricos consideram a ciência como o melhor modelo que temos de produção de conhecimento.

6
  • MARINA FOSSA DE CAMARGO
  • A filosofia do amor de André Comte-Sponville ou A vontade de amar melhor: uma ética para o século XXI

  • Orientador : PAULO JONAS DE LIMA PIVA
  • Data: 07/06/2023

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  • Esta dissertação de mestrado trata, no geral, do amor como objeto filosófico e, mais precisamente, da reflexão contemporânea sobre o amor desenvolvida pelo filósofo materialista francês André Comte-Sponville, para quem o amor seria o mais importante e vital dentre os assuntos filosóficos. Comte-Sponville apresenta o amor como um sentimento plural, expresso essencialmente por meio de três concepções discutidas ao longo da história da filosofia ocidental: o amor como eros, o amor como philia e o amor como agape. Com base nessas três concepções, Comte-Sponville desenvolve sua interpretação pessoal acerca do amor. Nosso intuito com esta dissertação é expor e analisar a filosofia do amor proposta pelo próprio Comte-Sponville e entender a sua articulação e o seu vínculo com a sua filosofia da moral. O amor para Comte-Sponville, além de um sentimento, é também um valor, uma virtude, uma normatividade, em suma, amar é a sabedoria capaz de responder definitivamente a questão substancial da ética: “Como viver?”.



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  • Esta dissertação de mestrado trata, no geral, do amor como objeto filosófico e, mais precisamente, da reflexão contemporânea sobre o amor desenvolvida pelo filósofo materialista francês André Comte-Sponville, para quem o amor seria o mais importante e vital dentre os assuntos filosóficos. Comte-Sponville apresenta o amor como um sentimento plural, expresso essencialmente por meio de três concepções discutidas ao longo da história da filosofia ocidental: o amor como eros, o amor como philia e o amor como agape. Com base nessas três concepções, Comte-Sponville desenvolve sua interpretação pessoal acerca do amor. Nosso intuito com esta dissertação é expor e analisar a filosofia do amor proposta pelo próprio Comte-Sponville e entender a sua articulação e o seu vínculo com a sua filosofia da moral. O amor para Comte-Sponville, além de um sentimento, é também um valor, uma virtude, uma normatividade, em suma, amar é a sabedoria capaz de responder definitivamente a questão substancial da ética: “Como viver?”.


7
  • VITOR MATEUS DOS REIS MARTINS DUARTE
  • A psicopatologia negra de Frantz Fanon e suas implicações éticas e políticas

  • Orientador : SILVIO RICARDO GOMES CARNEIRO
  • Data: 26/06/2023

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  • A presente pesquisa realiza uma reflexão sobre a psicopatologia preta de Frantz Fanon, psiquiatra e filósofo martinicano inserido no contexto de guerra e revoluções da primeira metade do século XX, que propôs uma maneira transformadora de se olhar para o sofrimento psicológico do negro. A partir dos principais textos de Fanon, este estudo busca compreender o significado, o surgimento e as consequências da doença psicológica exposta por ele. Realizar esse trabalho significa, entre outras coisas, investigar em tais textos a compreensão das influências filosóficas e psicanalíticas no pensamento de Frantz Fanon; em especial, o entendimento da visão ética baseada na dialética entre o Eu e Outro. No caso da psicopatologia preta, trata-se de uma releitura lacaniana da teoria da alienação de Hegel e Marx sob o ponto de vista do colonialismo. Nesta perspectiva, a dialética passa a compreender a ideia de sofrimento do negro sob diversos aspectos na relação do Eu e do Outro mediado pela relação racializada do colonialismo. Em especial, destacamos: a “negrofobia” (o lugar do corpo negro como o Outro a temer); a apreensão do significado de alienação no conceito de epidermização (o lugar da pele negra no jogo de máscaras da colonialidade); a compreensão da interferência da doença psicológica do negro no seu reconhecimento e na sua vida ética; a apreensão da maneira como a psicopatologia preta atua dentro de um contexto de colonialismo; e o entendimento das hipóteses fanonianas para a superação do adoecimento psicológico do preto: a construção de um ser universal e a autodeterminação. Sendo assim, a pesquisa analisa essencialmente textos do autor dedicados ao sofrimento psicológico do negro. Também são consultados pensadores que o influenciarame autores que se dedicaram à análise de sua obra. Compreendemos que, do conjunto de análises que herdamos da releitura de Fanon sobre a dialética materialista e a psicanálise, a psicopatologia preta torna-se um eixo fundamental para um debate ético-político contemporâneo, marcado pela seguinte questão: em que medida a invisibilidade do negro influencia na formação ética e política da sociedade na qual está inserido? 


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  • A presente pesquisa realiza uma reflexão sobre a psicopatologia preta de Frantz Fanon, psiquiatra e filósofo martinicano inserido no contexto de guerra e revoluções da primeira metade do século XX, que propôs uma maneira transformadora de se olhar para o sofrimento psicológico do negro. A partir dos principais textos de Fanon, este estudo busca compreender o significado, o surgimento e as consequências da doença psicológica exposta por ele. Realizar esse trabalho significa, entre outras coisas, investigar em tais textos a compreensão das influências filosóficas e psicanalíticas no pensamento de Frantz Fanon; em especial, o entendimento da visão ética baseada na dialética entre o Eu e Outro. No caso da psicopatologia preta, trata-se de uma releitura lacaniana da teoria da alienação de Hegel e Marx sob o ponto de vista do colonialismo. Nesta perspectiva, a dialética passa a compreender a ideia de sofrimento do negro sob diversos aspectos na relação do Eu e do Outro mediado pela relação racializada do colonialismo. Em especial, destacamos: a “negrofobia” (o lugar do corpo negro como o Outro a temer); a apreensão do significado de alienação no conceito de epidermização (o lugar da pele negra no jogo de máscaras da colonialidade); a compreensão da interferência da doença psicológica do negro no seu reconhecimento e na sua vida ética; a apreensão da maneira como a psicopatologia preta atua dentro de um contexto de colonialismo; e o entendimento das hipóteses fanonianas para a superação do adoecimento psicológico do preto: a construção de um ser universal e a autodeterminação. Sendo assim, a pesquisa analisa essencialmente textos do autor dedicados ao sofrimento psicológico do negro. Também são consultados pensadores que o influenciarame autores que se dedicaram à análise de sua obra. Compreendemos que, do conjunto de análises que herdamos da releitura de Fanon sobre a dialética materialista e a psicanálise, a psicopatologia preta torna-se um eixo fundamental para um debate ético-político contemporâneo, marcado pela seguinte questão: em que medida a invisibilidade do negro influencia na formação ética e política da sociedade na qual está inserido? 

8
  • GUILHERME SERAPICOS RODRIGUES ALVES
  • De Nietzsche ao agonismo nietzschiano democrático: apresentação e análise da metamorfose conceitual

  • Orientador : FERNANDO COSTA MATTOS
  • Data: 06/09/2023

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  • O objeto da pesquisa é a análise da relação entre Nietzsche e a democracia a partir de autores do pensamento democrático contemporâneo que, de uma forma ou de outra, articulam seus trabalhos em torno de um projeto de uma democracia agonística. A proposta é fazer um encontro entre essa apropriação instrumental do pensamento nietzschiano e o que seria uma intepretação especializada da forma como agon e agonismo aparecem na obra de Nietzsche. Examinando o que o filósofo efetivamente elaborou em torno desses temas, a ideia não é exatamente a de confrontar a intepretação articulada no debate político contemporâneo, mas verificar, a partir de alguns desencontros, o que o pensamento nietzschiano tem a contribuir nessa discussão.


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  • O objeto da pesquisa é a análise da relação entre Nietzsche e a democracia a partir de autores do pensamento democrático contemporâneo que, de uma forma ou de outra, articulam seus trabalhos em torno de um projeto de uma democracia agonística. A proposta é fazer um encontro entre essa apropriação instrumental do pensamento nietzschiano e o que seria uma intepretação especializada da forma como agon e agonismo aparecem na obra de Nietzsche. Examinando o que o filósofo efetivamente elaborou em torno desses temas, a ideia não é exatamente a de confrontar a intepretação articulada no debate político contemporâneo, mas verificar, a partir de alguns desencontros, o que o pensamento nietzschiano tem a contribuir nessa discussão.

9
  • LUIZ ANTONIO LOURENA MELO JUNIOR
  • HEGEL RACISTA? APRESENTAÇÃO DE UM DEBATE

  • Orientador : SUZE DE OLIVEIRA PIZA
  • Data: 13/12/2023

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  • O presente trabalho articula parte das interpretações sistematizadas por trabalhos anteriores sobre o tratamento dado por G.W.F Hegel à questão das diferenças entre as raças humanas, com o objetivo de dar a conhecer, a partir dos comentários baseados nas obras publicadas e nos manuscritos de aulas, evidências textuais e contextuais que subsidiem um engajamento crítico com o tratamento dispensado à categoria raça dentro do sistema hegeliano. A pesquisa explora, a partir de fontes secundárias, como se deu a interlocução de G.W.F Hegel com outros pensadores de sua época sobre a questão racial, como o filósofo manejou as informações disponíveis sobre os povos não-europeus, de que forma tratou a questão em diferentes textos e momentos de sua vida, se e em que medida suas principais teses estão comprometidas com o racismo se e quais as possibilidades e impossibilidades de apropriação positiva de sua obra. Em especial, a pesquisa destaca, por um lado,  a distinção entre natureza e espírito como ponto chave para compreensão da explicação de Hegel sobre as diferenças entre as raças humanas, os limites do universalismo hegeliano, o eurocentrismo de sua compreensão de história e a necessidade da exclusão da África para a construção da ideia da Europa moderna. Por outro lado, ressalta a importância da cautela na associação de Hegel como causa filosófica de todas as mazelas do racismo, a especificidade de seu etnocentrismo centrado na cultura germânica, a possível parcialidade das anotações de aula como fontes acesso a seu pensamento e a miséria da antropologia empírica de seu tempo. O diálogo em torno de intepretações antagônicas mostrou a complexidade do tema e levantou questionamentos sobre as promessas de uma sociedade pós-racial e a persistência do conceito de humanidade legado por Hegel, cuja influência na  modernidade ocidental é largamente documentada pela literatura.


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  • O presente trabalho articula parte das interpretações sistematizadas por trabalhos anteriores sobre o tratamento dado por G.W.F Hegel à questão das diferenças entre as raças humanas, com o objetivo de dar a conhecer, a partir dos comentários baseados nas obras publicadas e nos manuscritos de aulas, evidências textuais e contextuais que subsidiem um engajamento crítico com o tratamento dispensado à categoria raça dentro do sistema hegeliano. A pesquisa explora, a partir de fontes secundárias, como se deu a interlocução de G.W.F Hegel com outros pensadores de sua época sobre a questão racial, como o filósofo manejou as informações disponíveis sobre os povos não-europeus, de que forma tratou a questão em diferentes textos e momentos de sua vida, se e em que medida suas principais teses estão comprometidas com o racismo se e quais as possibilidades e impossibilidades de apropriação positiva de sua obra. Em especial, a pesquisa destaca, por um lado,  a distinção entre natureza e espírito como ponto chave para compreensão da explicação de Hegel sobre as diferenças entre as raças humanas, os limites do universalismo hegeliano, o eurocentrismo de sua compreensão de história e a necessidade da exclusão da África para a construção da ideia da Europa moderna. Por outro lado, ressalta a importância da cautela na associação de Hegel como causa filosófica de todas as mazelas do racismo, a especificidade de seu etnocentrismo centrado na cultura germânica, a possível parcialidade das anotações de aula como fontes acesso a seu pensamento e a miséria da antropologia empírica de seu tempo. O diálogo em torno de intepretações antagônicas mostrou a complexidade do tema e levantou questionamentos sobre as promessas de uma sociedade pós-racial e a persistência do conceito de humanidade legado por Hegel, cuja influência na  modernidade ocidental é largamente documentada pela literatura.

2022
Dissertações
1
  • IZABELA LONER SANTANA
  • Negatividade para além da dialética — sobre o objeto a

  • Orientador : SUZE DE OLIVEIRA PIZA
  • Data: 17/01/2022

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  • Esta pesquisa teve como tarefa avaliar a negatividade dialética — em seus pressupostos, compromissos, potências e limites — a partir da negatividade apresentada por Jacques Lacan em seu ensino, principalmente quando tematiza o objeto a e o real no início dos anos 1960. Esta tarefa se coloca para averiguar uma dúvida instalada pelo filósofo Ernesto Laclau acerca da potência revolucionária da dialética em Marx, o que faz ao afirmar que a ela não permite nenhuma negatividade constituinte ou radical, apenas negatividades normatizadas em um espaço de representação mais amplo e alienadas ao conceito. Esta avaliação a partir da teoria lacaniana se justifica aqui tanto pelas críticas que o psicanalista fez e possibilita fazermos a Hegel e a qualquer lógica e compreensão de negatividade fiada na razão (enquanto racionalidade e proporção), quanto na aposta teórica de Laclau que vê no lacanismo e em seus efeitos filosóficos novas possibilidades para concebermos a negatividade filosófica e politicamente. Para realizar tal programa, esta pesquisa dividiu-se em duas partes: uma primeira, na qual foi reconstruída a invenção lacaniana do objeto a partindo da montagem e da desmontagem do “desejo puro”, de maneira a acompanharmos como Lacan diagnosticou e lidou com os impasses da lógica fálica-significante que oferecia apenas negatividades investidas simbolicamente e como respondeu a isso com a invenção de um objeto e de uma negatividade fora do pensamento, da representação e do conceito, o a. Em um segundo momento, analisou-se tanto os pressupostos dialéticos quanto suas operações ou, em termos althusserianos, suas “estruturas básicas de determinação”. Mostrando como tal lógica, embora seja tomada como transformativa e negativa, apenas mantém o mesmo em sua total inteligibilidade. Ao fim desta segunda parte, passamos, mais especificamente, ao caso marxista, indicando, além de suas balizas para a aplicação da dialética em um campo materialista não especulativo, como o marxismo sustenta-se em uma posição ambígua: ao mesmo tempo inaugura nas ciências modernas um campo tenso e conflituoso postulando as lutas de classes, enquanto normatiza este empreendimento em uma disciplina que reduz a negatividade possível e revolucionária na contradição categorial. Um tratamento foi dado a isso com a noção de antagonismo em Laclau, que permite sustentar as lutas de classes a partir de outros referenciais teóricos e bases epistemológicas muito próximos às conquistas lacanianas do objeto a e do real, mostrando uma potência até então minada pelos pressupostos dialéticos hegemônicos no marxismo.


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  • Esta pesquisa teve como tarefa avaliar a negatividade dialética — em seus pressupostos, compromissos, potências e limites — a partir da negatividade apresentada por Jacques Lacan em seu ensino, principalmente quando tematiza o objeto a e o real no início dos anos 1960. Esta tarefa se coloca para averiguar uma dúvida instalada pelo filósofo Ernesto Laclau acerca da potência revolucionária da dialética em Marx, o que faz ao afirmar que a ela não permite nenhuma negatividade constituinte ou radical, apenas negatividades normatizadas em um espaço de representação mais amplo e alienadas ao conceito. Esta avaliação a partir da teoria lacaniana se justifica aqui tanto pelas críticas que o psicanalista fez e possibilita fazermos a Hegel e a qualquer lógica e compreensão de negatividade fiada na razão (enquanto racionalidade e proporção), quanto na aposta teórica de Laclau que vê no lacanismo e em seus efeitos filosóficos novas possibilidades para concebermos a negatividade filosófica e politicamente. Para realizar tal programa, esta pesquisa dividiu-se em duas partes: uma primeira, na qual foi reconstruída a invenção lacaniana do objeto a partindo da montagem e da desmontagem do “desejo puro”, de maneira a acompanharmos como Lacan diagnosticou e lidou com os impasses da lógica fálica-significante que oferecia apenas negatividades investidas simbolicamente e como respondeu a isso com a invenção de um objeto e de uma negatividade fora do pensamento, da representação e do conceito, o a. Em um segundo momento, analisou-se tanto os pressupostos dialéticos quanto suas operações ou, em termos althusserianos, suas “estruturas básicas de determinação”. Mostrando como tal lógica, embora seja tomada como transformativa e negativa, apenas mantém o mesmo em sua total inteligibilidade. Ao fim desta segunda parte, passamos, mais especificamente, ao caso marxista, indicando, além de suas balizas para a aplicação da dialética em um campo materialista não especulativo, como o marxismo sustenta-se em uma posição ambígua: ao mesmo tempo inaugura nas ciências modernas um campo tenso e conflituoso postulando as lutas de classes, enquanto normatiza este empreendimento em uma disciplina que reduz a negatividade possível e revolucionária na contradição categorial. Um tratamento foi dado a isso com a noção de antagonismo em Laclau, que permite sustentar as lutas de classes a partir de outros referenciais teóricos e bases epistemológicas muito próximos às conquistas lacanianas do objeto a e do real, mostrando uma potência até então minada pelos pressupostos dialéticos hegemônicos no marxismo.

2
  • FELIPE COUTO
  • COMO VENTO NA RELVA SECA: DISSOCIAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E ONTOLOGIA EM PASCAL E WITTGENSTEIN

  • Data: 20/06/2022

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  • O presente trabalho tem como objetivo principal aproximar as concepções de linguagem presentes nas Investigações Filosóficas de Ludwig Wittgenstein e em escritos diversos da obra de Blaise Pascal. Para isso, estabelecemos um vínculo inicial partir da constatação de ambos os autores de que não é possível abandonar a ambiguidade de determinadas palavras na busca de uma definição ostensiva. A aproximação inicial nos permitiu avançar na compreensão de vários outros pontos de contato e interconexões de ambas as reflexões, ainda que com argumentações construídas sobre horizontes e temas tão distintos.  


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  • O presente trabalho tem como objetivo principal aproximar as concepções de linguagem presentes nas Investigações Filosóficas de Ludwig Wittgenstein e em escritos diversos da obra de Blaise Pascal. Para isso, estabelecemos um vínculo inicial partir da constatação de ambos os autores de que não é possível abandonar a ambiguidade de determinadas palavras na busca de uma definição ostensiva. A aproximação inicial nos permitiu avançar na compreensão de vários outros pontos de contato e interconexões de ambas as reflexões, ainda que com argumentações construídas sobre horizontes e temas tão distintos.  

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  • GRÉGORY AUGUSTO CARVALHO COSTA
  • CETICISMO E SIGNIFICADO

    Ensaio de uma reavaliação carnapiana do paradoxo semântico exposto por Kripke

  • Orientador : LORENZO BARAVALLE
  • Data: 20/09/2022

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  • Na leitura que Saul Kripke faz das Investigações filosóficas de Ludwig Wittgenstein encontra-se um intrigante problema filosófico. Por meio dessa leitura, que é exposta em Wittgenstein on rules and private language, Kripke apresenta um tipo muito particular de ceticismo, conhecido como ceticismo semântico. Não obstante a estranheza causada por Kripke ter lido Wittgenstein como um cético, a sua interpretação ganhou vida própria e se tornou um incômodo problema, pois, se o ceticismo semântico for verdadeiro, não é possível construir teorias do significado factualistas. Isso porque o pressuposto básico dessas teorias – que significados são dados pelas suas condições de verdade e referência a fatos – resulta em paradoxo: segundo o ceticismo semântico, simplesmente não existem fatos pelos quais significados são determinados. Contudo, se esses fatos não existem, somos forçados a concluir que a linguagem não é significativa porque não haveria como saber que tal e tal expressão possui tal e tal significado. Caso se procure oferecer um fato que refute o paradoxo, solucionando-o diretamente, mostra-se o insucesso de se responder a argumentação cética em termos factualistas, restando apenas o recurso a uma solução cética que acate os termos do paradoxo e procure oferecer uma nova maneira de compreender significados que não faça referência a fatos. Dadas essas coordenadas teóricas, o problema desta pesquisa é reavaliar o ceticismo semântico e mostrar que certo tipo de factualismo ainda é possível mesmo diante do desafio cético. Para tanto, será oferecido um argumento que procura deflacionar os termos colocados pelo ceticismo semântico. Tais esforços serão ancorados sobre dois argumentos principais: reinterpretar o paradoxo como um questionamento ao mesmo tempo semântico e ontológico, e deflacionar o problema a fim de demonstrar certa incorreção metaontológica da questão colocada pelo paradoxo. A base teórica sobre a qual essa reavaliação será construída se encontra na teoria metaontológica que Carnap desenvolve em Empiricism, semantics, and ontology. Com essa teoria, Carnap propõe delimitar uma fronteira entre questões ontológicas que são legítimas e pseudoquestões sem conteúdo cognitivo que não comportam soluções satisfatórias.


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  • Na leitura que Saul Kripke faz das Investigações filosóficas de Ludwig Wittgenstein encontra-se um intrigante problema filosófico. Por meio dessa leitura, que é exposta em Wittgenstein on rules and private language, Kripke apresenta um tipo muito particular de ceticismo, conhecido como ceticismo semântico. Não obstante a estranheza causada por Kripke ter lido Wittgenstein como um cético, a sua interpretação ganhou vida própria e se tornou um incômodo problema, pois, se o ceticismo semântico for verdadeiro, não é possível construir teorias do significado factualistas. Isso porque o pressuposto básico dessas teorias – que significados são dados pelas suas condições de verdade e referência a fatos – resulta em paradoxo: segundo o ceticismo semântico, simplesmente não existem fatos pelos quais significados são determinados. Contudo, se esses fatos não existem, somos forçados a concluir que a linguagem não é significativa porque não haveria como saber que tal e tal expressão possui tal e tal significado. Caso se procure oferecer um fato que refute o paradoxo, solucionando-o diretamente, mostra-se o insucesso de se responder a argumentação cética em termos factualistas, restando apenas o recurso a uma solução cética que acate os termos do paradoxo e procure oferecer uma nova maneira de compreender significados que não faça referência a fatos. Dadas essas coordenadas teóricas, o problema desta pesquisa é reavaliar o ceticismo semântico e mostrar que certo tipo de factualismo ainda é possível mesmo diante do desafio cético. Para tanto, será oferecido um argumento que procura deflacionar os termos colocados pelo ceticismo semântico. Tais esforços serão ancorados sobre dois argumentos principais: reinterpretar o paradoxo como um questionamento ao mesmo tempo semântico e ontológico, e deflacionar o problema a fim de demonstrar certa incorreção metaontológica da questão colocada pelo paradoxo. A base teórica sobre a qual essa reavaliação será construída se encontra na teoria metaontológica que Carnap desenvolve em Empiricism, semantics, and ontology. Com essa teoria, Carnap propõe delimitar uma fronteira entre questões ontológicas que são legítimas e pseudoquestões sem conteúdo cognitivo que não comportam soluções satisfatórias.

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  • GUSTAVO MARCIAL PRADO ROMERO
  • Ensaio introdutório e tradução do texto Existe uma filosofia de nossa América?, de Augusto Salazar Bondy

  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 26/10/2022

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  • Trata-se de um ensaio introdutório para a tradução ao português do livro: Existe uma Filosofia de nossa América?, do peruano Augusto Salazar Bondy (1925-1974). A modo de apresentação, se realizou uma revisão bibliográfica na obra de três autores fundamentais para o pensamento peruano, delineando assim um pequeno panorama dessa tradição. A partir dessa base conceitual se possibilitaria, nesse sentido, o desafio para o pensamento filosófico da América Latina. São três autores que reconhecidamente influenciaram na obra do filósofo peruano e que podem ajudar na abordagem à tese central do livro: que não existe Filosofia da nossa América, nem nunca havia existido, mas que era de fundamental importância que comece a existir. Do caráter da pergunta que formula o título do livro, pode-se inferir que é uma provocação; entretanto, foi assim que motivou as respostas de alguns filósofos académicos. Assim, a partir das bases do pensamento peruano, neste caso, teria surgido uma pergunta para o pensamento filosófico da região.


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  • Trata-se de um ensaio introdutório para a tradução ao português do livro: Existe uma Filosofia de nossa América?, do peruano Augusto Salazar Bondy (1925-1974). A modo de apresentação, se realizou uma revisão bibliográfica na obra de três autores fundamentais para o pensamento peruano, delineando assim um pequeno panorama dessa tradição. A partir dessa base conceitual se possibilitaria, nesse sentido, o desafio para o pensamento filosófico da América Latina. São três autores que reconhecidamente influenciaram na obra do filósofo peruano e que podem ajudar na abordagem à tese central do livro: que não existe Filosofia da nossa América, nem nunca havia existido, mas que era de fundamental importância que comece a existir. Do caráter da pergunta que formula o título do livro, pode-se inferir que é uma provocação; entretanto, foi assim que motivou as respostas de alguns filósofos académicos. Assim, a partir das bases do pensamento peruano, neste caso, teria surgido uma pergunta para o pensamento filosófico da região.

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  • RAFAEL DA SILVA OLIVEIRA
  • Entre o liberalismo e o socialismo: Norberto Bobbio, pensador da democracia

  • Orientador : PAULO JONAS DE LIMA PIVA
  • Data: 03/11/2022

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  • Esta dissertação de mestrado discorre sobre o pensamento político do filósofo e jurista italiano Norberto Bobbio (1909-2004), tendo como recorte e núcleo temático a democracia e a sua conexão com os princípios do liberalismo e os objetivos da tradição socialista. Com base numa interpretação em que a democracia moderna teria sido o desdobramento da evolução do liberalismo político, e o socialismo um projeto resultante de uma radicalização dessa concepção de democracia liberal, Bobbio elaborou um “sincretismo” ideológico e político, como ele mesmo afirma, em que a sua concepção de democracia se expressa na combinação de princípios do liberalismo com os propósitos do socialismo.


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  • Esta dissertação de mestrado discorre sobre o pensamento político do filósofo e jurista italiano Norberto Bobbio (1909-2004), tendo como recorte e núcleo temático a democracia e a sua conexão com os princípios do liberalismo e os objetivos da tradição socialista. Com base numa interpretação em que a democracia moderna teria sido o desdobramento da evolução do liberalismo político, e o socialismo um projeto resultante de uma radicalização dessa concepção de democracia liberal, Bobbio elaborou um “sincretismo” ideológico e político, como ele mesmo afirma, em que a sua concepção de democracia se expressa na combinação de princípios do liberalismo com os propósitos do socialismo.

6
  • EDGARD SOUZA RAMOS PALACIOS DE ABREU OLIVEIRA
  • Beantwortung der Frage: Was ist Verdunkelung? [Respondendo à pergunta: Que é Obscurecimento?]

  • Orientador : SUZE DE OLIVEIRA PIZA
  • Data: 13/12/2022

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  • Esse trabalho visa apresentar um espelhamento contemporâneo da pergunta moderna: “Was ist Aufklärung?” com “Was ist Verdunkelung?”. Numa análise crítica do conceito de cosmopolitismo kantiano nos propomos com base na filosofia decolonial e pós-colonial realizar um questionamento ontoepistemologico desse constructo que é o cosmopolitismo, visando com esse exercício produtor uma radicalidade performativa e filosófica.



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  • Esse trabalho visa apresentar um espelhamento contemporâneo da pergunta moderna: “Was ist Aufklärung?” com “Was ist Verdunkelung?”. Numa análise crítica do conceito de cosmopolitismo kantiano nos propomos com base na filosofia decolonial e pós-colonial realizar um questionamento ontoepistemologico desse constructo que é o cosmopolitismo, visando com esse exercício produtor uma radicalidade performativa e filosófica.


7
  • ROBERTO CARLOS CONCEIÇÃO PORTO
  • "A casa do desespero": religião, modernidade e capitalismo em Walter Benjamin

  • Orientador : ALEXIA CRUZ BRETAS
  • Data: 14/12/2022

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  • Esta pesquisa analisa o fragmento Kapitalismus als Religion [Capitalismo como religião], do filósofo e crítico literário alemão Walter Benjamin. Redigido em 1921, mas descoberto apenas em 1985 por Rolf Tiedemann e Hermann Schweppenhäuser, editores da obra e espólio benjaminianos após a morte de Theodor W. Adorno, o fragmento assemelha-se mais a um comentário pessoal do que a um ensaio. Nesta pesquisa, tenta-se, primeiramente, uma rigorosa análise filológica deste texto enigmático. Para tanto, investiga-se, no primeiro capítulo, as possíveis fontes de diálogo de Benjamin: Max Weber, Nietzsche, Simmel, Bloch. No segundo capítulo, analisam-se conceitos importantes do fragmento, como culpa e mito, ao longo da obra de Benjamin (até 1925), para situar o Kapitalismus als Religion dentro da problemática discutida pelo filósofo. No terceiro e último capítulo pretende-se observar como as discussões em torno do capitalismo como religião são apresentadas como “aspecto e teologia infernal da modernidade” no trabalho sobre as passagens parisienses, especialmente no Exposé de 1939 e no Konvolut D, intitulado “Tédio e eterno retorno”.


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  • Esta pesquisa analisa o fragmento Kapitalismus als Religion [Capitalismo como religião], do filósofo e crítico literário alemão Walter Benjamin. Redigido em 1921, mas descoberto apenas em 1985 por Rolf Tiedemann e Hermann Schweppenhäuser, editores da obra e espólio benjaminianos após a morte de Theodor W. Adorno, o fragmento assemelha-se mais a um comentário pessoal do que a um ensaio. Nesta pesquisa, tenta-se, primeiramente, uma rigorosa análise filológica deste texto enigmático. Para tanto, investiga-se, no primeiro capítulo, as possíveis fontes de diálogo de Benjamin: Max Weber, Nietzsche, Simmel, Bloch. No segundo capítulo, analisam-se conceitos importantes do fragmento, como culpa e mito, ao longo da obra de Benjamin (até 1925), para situar o Kapitalismus als Religion dentro da problemática discutida pelo filósofo. No terceiro e último capítulo pretende-se observar como as discussões em torno do capitalismo como religião são apresentadas como “aspecto e teologia infernal da modernidade” no trabalho sobre as passagens parisienses, especialmente no Exposé de 1939 e no Konvolut D, intitulado “Tédio e eterno retorno”.

8
  • ROY SOLLON SANTOS COSTA BRANCATTI BORGES
  • Por uma história dos "ninguéns": atravessando limiares e fronteiras com Walter Benjamin e Achille Mbembe

  • Orientador : ALEXIA CRUZ BRETAS
  • Data: 16/12/2022

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  • O presente estudo, que abarca os entrelaçamentos e consonâncias conceituais entre Mbembe e Benjamin, objetiva refletir sobre a concepção temporal subjacente à modernidade e ao colonialismo, tendo em vista o método de trabalho e as filosofias da história de ambos os autores, as quais implicam uma ruptura e uma abertura da história. O primeiro capítulo é dedicado a Walter Benjamin e à interpretação de noções extraídas de textos que trazem importantes contribuições a sua configuração de história como as de limiar, destino, culpa, fantasmagoria e violência revolucionária. O segundo capítulo é dedicado a Achille Mbembe e às suas reflexões antirracistas e descoloniais articuladas com base nos conceitos de razão negra, fronteira, tempo negro, arquivo e necropolítica. Partindo de uma leitura entrecruzada de Crítica da Razão Negra (Mbembe) e “Sobre o conceito de história” (Benjamin), o terceiro e último capítulo pretende realizar uma espécie de síntese entre os dois primeiros, buscando ler a presença e os vestígios da violência colonial no capitalismo atual, indicando ainda como esta violência multilateral implica o abuso e a exploração física, o apagamento histórico, o silenciamento e a negação dos vencidos, relegando-os à condição de “ninguém”.


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  • O presente estudo, que abarca os entrelaçamentos e consonâncias conceituais entre Mbembe e Benjamin, objetiva refletir sobre a concepção temporal subjacente à modernidade e ao colonialismo, tendo em vista o método de trabalho e as filosofias da história de ambos os autores, as quais implicam uma ruptura e uma abertura da história. O primeiro capítulo é dedicado a Walter Benjamin e à interpretação de noções extraídas de textos que trazem importantes contribuições a sua configuração de história como as de limiar, destino, culpa, fantasmagoria e violência revolucionária. O segundo capítulo é dedicado a Achille Mbembe e às suas reflexões antirracistas e descoloniais articuladas com base nos conceitos de razão negra, fronteira, tempo negro, arquivo e necropolítica. Partindo de uma leitura entrecruzada de Crítica da Razão Negra (Mbembe) e “Sobre o conceito de história” (Benjamin), o terceiro e último capítulo pretende realizar uma espécie de síntese entre os dois primeiros, buscando ler a presença e os vestígios da violência colonial no capitalismo atual, indicando ainda como esta violência multilateral implica o abuso e a exploração física, o apagamento histórico, o silenciamento e a negação dos vencidos, relegando-os à condição de “ninguém”.

9
  • IURI FARIA CODAS
  • Ontologia, epistemologia e emancipação: a crítica de Marx à metafísica de Hegel

  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 20/12/2022

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  • Esse trabalho analisa a crítica de Marx à metafísica de Hegel, a partir dos seus textos de juventude (1841-46). Para isso, apresentamos um resumo do sistema filosófico de Hegel e, em seguida, acompanhamos o percurso intelectual e político de Marx desde seu período como estudante na universidade, até a conclusão de sua concepção materialista dialética em conjunto com Engels presente no livro A Ideologia Alemã. Com isso, buscamos também expor os princípios filosóficos que norteiam o marxismo no campo da ontologia e epistemologia, assim como sua perspectiva acerca da emancipação humana.


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  • Esse trabalho analisa a crítica de Marx à metafísica de Hegel, a partir dos seus textos de juventude (1841-46). Para isso, apresentamos um resumo do sistema filosófico de Hegel e, em seguida, acompanhamos o percurso intelectual e político de Marx desde seu período como estudante na universidade, até a conclusão de sua concepção materialista dialética em conjunto com Engels presente no livro A Ideologia Alemã. Com isso, buscamos também expor os princípios filosóficos que norteiam o marxismo no campo da ontologia e epistemologia, assim como sua perspectiva acerca da emancipação humana.

2021
Dissertações
1
  • JUAN ALEXANDER SALAZAR SILVA
  • Esquizografias Anedípicas

  • Orientador : ANDRE LUIS LA SALVIA
  • Data: 09/03/2021

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  • Esta pesquisa-texto traça um movimento duplo que se ocupa tanto da sua forma de escrita como de seu conteúdo, sendo que trata daquilo que ressoa da leitura de O anti-Édipo de Deleuze e Guattari, em fricção com a metapsicologia freudiana, especialmente ao que tange os conceitos de inconsciente e pulsão (sexual). Nessa tensão, se costura um plano de imanência para os conceitos aqui recortados e forjados, amalgamados por uma certa autoteoria que reconduz uma multiplicidade de situações para essa enxurrada singularizante dita esquizográfica e anedípica. Se reconhece nisso um método no anti-Édipo, que possui como característica o esgotamento do estilo e a produção de uma agramaticalidade esquizofrênica que busca se presentificar aqui. Formula-se assim uma clínica dos desvios e das conjunturas, que permite constatar que a esquizo-análise não é uma anti-psicanálise: esquizofrenizar a psicanálise é verificar as mobilizações que o processo esquizofrênico causa na centralidade representativa de Édipo, promovendo assim o esquizo como personagem conceitual e potência instauradora do real, que fazem cair a condição da perda da realidade: transpassagem. Posteriormente, os impasses entre um inconsciente maquínico e o inconsciente representativo freudiano são tratados de maneira a se legitimar um inconsciente que existe para fora de uma interioridade do sujeito (derramamento social), configurando uma autopoiesis da produção desejante que operacionaliza as máquinas desejantes e a subjetividade. Chega-se então ao corpo, onde se estabelecem pontos de ligação entre o corpo pulsional caracterizado principalmente pelos processos de investimento da pulsão sexual que constitui um corpo perverso polimorfo, fragmentado e indiferenciado entre seu dentro e o fora. Estes processos nos aproximam do corpo sem órgãos, tanto de seu aspecto imanente, de uma superfície deslizante e improdutiva que permite o investimento e produção das próprias pulsões e das máquinas desejantes; como de seu aspecto experimental, da possibilidade de se recortar a potência de um corpo esquizo tornando-o vivo e existente. E numa vastidão incompleta essa pesquisa-texto se encerra, vinculando a pulsão e o inconsciente à existência e ao real. A pulsão diz tanto da possibilidade de ser investida livremente em distintos campos de força que não condizem com uma premeditação ou uma origem de seus fluxos inconscientes, como diz desta condição de que um corpo não é um organismo a espera de ser emulado, mas sim um corpo com a necessidade de ser injetado de libido para se criar uma condição de acoplamento entre suas distintas partes e o mundo, para se criar uma condição ímpar de existência: um corpo sem órgãos. E o inconsciente não é uma força apartada disso tudo, ele é também o óleo destas máquinas desejantes e os fluidos destes corpos, ele é como uma força de povoamento de exílios e desertos, sendo que ele não é o atingimento destas ações, mas uma carga-múltipla que se coloca neste processo de povoamento - uma força.


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  • Esta pesquisa-texto traça um movimento duplo que se ocupa tanto da sua forma de escrita como de seu conteúdo, sendo que trata daquilo que ressoa da leitura de O anti-Édipo de Deleuze e Guattari, em fricção com a metapsicologia freudiana, especialmente ao que tange os conceitos de inconsciente e pulsão (sexual). Nessa tensão, se costura um plano de imanência para os conceitos aqui recortados e forjados, amalgamados por uma certa autoteoria que reconduz uma multiplicidade de situações para essa enxurrada singularizante dita esquizográfica e anedípica. Se reconhece nisso um método no anti-Édipo, que possui como característica o esgotamento do estilo e a produção de uma agramaticalidade esquizofrênica que busca se presentificar aqui. Formula-se assim uma clínica dos desvios e das conjunturas, que permite constatar que a esquizo-análise não é uma anti-psicanálise: esquizofrenizar a psicanálise é verificar as mobilizações que o processo esquizofrênico causa na centralidade representativa de Édipo, promovendo assim o esquizo como personagem conceitual e potência instauradora do real, que fazem cair a condição da perda da realidade: transpassagem. Posteriormente, os impasses entre um inconsciente maquínico e o inconsciente representativo freudiano são tratados de maneira a se legitimar um inconsciente que existe para fora de uma interioridade do sujeito (derramamento social), configurando uma autopoiesis da produção desejante que operacionaliza as máquinas desejantes e a subjetividade. Chega-se então ao corpo, onde se estabelecem pontos de ligação entre o corpo pulsional caracterizado principalmente pelos processos de investimento da pulsão sexual que constitui um corpo perverso polimorfo, fragmentado e indiferenciado entre seu dentro e o fora. Estes processos nos aproximam do corpo sem órgãos, tanto de seu aspecto imanente, de uma superfície deslizante e improdutiva que permite o investimento e produção das próprias pulsões e das máquinas desejantes; como de seu aspecto experimental, da possibilidade de se recortar a potência de um corpo esquizo tornando-o vivo e existente. E numa vastidão incompleta essa pesquisa-texto se encerra, vinculando a pulsão e o inconsciente à existência e ao real. A pulsão diz tanto da possibilidade de ser investida livremente em distintos campos de força que não condizem com uma premeditação ou uma origem de seus fluxos inconscientes, como diz desta condição de que um corpo não é um organismo a espera de ser emulado, mas sim um corpo com a necessidade de ser injetado de libido para se criar uma condição de acoplamento entre suas distintas partes e o mundo, para se criar uma condição ímpar de existência: um corpo sem órgãos. E o inconsciente não é uma força apartada disso tudo, ele é também o óleo destas máquinas desejantes e os fluidos destes corpos, ele é como uma força de povoamento de exílios e desertos, sendo que ele não é o atingimento destas ações, mas uma carga-múltipla que se coloca neste processo de povoamento - uma força.

2
  • AMANDA SOARES DE MELO
  • A INSTABILIDADE DAS CATEGORIAS NA ANÁLISE FEMINISTA:

    reformulando gênero e identidade a partir de Judith Butler e Iris Young

  • Orientador : NATHALIE DE ALMEIDA BRESSIANI
  • Data: 11/03/2021

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  • Em Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade, Judith Butler critica a forma como o feminismo tradicionalmente manteve um injustificado binarismo entre feminino e masculino, a partir da conhecida dicotomia entre gênero e sexo. Ao realizar uma desconstrução dessas categorias, mostrando como o conteúdo do gênero e do sexo são construídos e contingentes, Butler também esvazia o sujeito político feminista conhecido como “mulher”. Dada a heterogeneidade do conteúdo que constitui a categoria “mulher”, Butler retoma as denúncias de exclusão e silenciamentos de mulheres dentro do feminismo, para mostrar que, categorias que expressam identidades não podem ser explicadas como resultado de uma essência compartilhada entre membros de determinado grupo ou características comuns a todos eles. Alguns críticos, como Iris Young, consideraram essa negação do sujeito político do feminismo como um risco que poderia minar o seu potencial político. Oferecendo uma resposta diferente ao dilema da exclusão, Young incorpora a crítica de Butler às identidades, sem com isso aderir sua proposta política. Entendendo que a categoria de “gênero” não é dispensável para o feminismo ao teorizar as estruturas sociais e não a subjetividade, Young visa combinar um quadro teórico desconstrutivo com um modelo de representação de grupos sociais, trabalhando a noção de “serialidade” originalmente cunhada por Sartre. Seu objetivo é dar conta de uma descrição coletiva das mulheres, sem naturalizar e reificar a categoria. Nessa dissertação, nosso objetivo é reconstruir esse debate, analisando  as propostas avançadas pelas duas autoras.


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  • Em Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade, Judith Butler critica a forma como o feminismo tradicionalmente manteve um injustificado binarismo entre feminino e masculino, a partir da conhecida dicotomia entre gênero e sexo. Ao realizar uma desconstrução dessas categorias, mostrando como o conteúdo do gênero e do sexo são construídos e contingentes, Butler também esvazia o sujeito político feminista conhecido como “mulher”. Dada a heterogeneidade do conteúdo que constitui a categoria “mulher”, Butler retoma as denúncias de exclusão e silenciamentos de mulheres dentro do feminismo, para mostrar que, categorias que expressam identidades não podem ser explicadas como resultado de uma essência compartilhada entre membros de determinado grupo ou características comuns a todos eles. Alguns críticos, como Iris Young, consideraram essa negação do sujeito político do feminismo como um risco que poderia minar o seu potencial político. Oferecendo uma resposta diferente ao dilema da exclusão, Young incorpora a crítica de Butler às identidades, sem com isso aderir sua proposta política. Entendendo que a categoria de “gênero” não é dispensável para o feminismo ao teorizar as estruturas sociais e não a subjetividade, Young visa combinar um quadro teórico desconstrutivo com um modelo de representação de grupos sociais, trabalhando a noção de “serialidade” originalmente cunhada por Sartre. Seu objetivo é dar conta de uma descrição coletiva das mulheres, sem naturalizar e reificar a categoria. Nessa dissertação, nosso objetivo é reconstruir esse debate, analisando  as propostas avançadas pelas duas autoras.

3
  • MICHELE TEIXEIRA BONOTE
  • Da performatividade à melancolia: narrativas de resistência e ação em Judith Butler

  • Orientador : NATHALIE DE ALMEIDA BRESSIANI
  • Data: 05/04/2021

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  • Em Problemas de Gênero, Judith Butler parte de uma análise do poder de matriz foucaultiana para problematizar a centralidade concedida à categoria “mulheres” dentro da política representativa feminista. Para sustentar essa posição, ela realiza uma genealogia dessa categoria, retomando os discursos de poder que estruturaram a concepção de identidade como pré-requisito metodológico e normativo da política. Ao fazer isso, a autora rejeita a distinção sexo/gênero, mostrando como o “sexo” é também uma categoria culturalmente construída, e reformula a concepção de gênero como performativa, em defesa de uma política subversiva imanente de ressignificação das normas hegemônicas de gênero. Esta posição rendeu inúmeras críticas e interpretações diversas sobre as (im)possibilidades de resistência e ação em sua teoria. Após três anos da publicação de seu livro, Butler lança Corpos que importam, no qual resgata a teoria do ato de fala de Derrida para reavaliar a performatividade como citacionalidade/iterabilidade, esclarecendo o caráter nem determinista, nem voluntarista de sua obra, que repensa o conceito de agência independente da ficção de um sujeito pré-existente. No entanto, é somente em 1997, com o livro A Vida Psíquica do Poder, que Butler retoma a discussão sobre o paradoxo da agência. Neste livro, a filósofa aprofunda sua explicação através da psicanálise e, principalmente, do processo da melancolia, para mostrar como as normas sociais são incorporadas e ressignificadas psiquicamente. Em um movimento que vai da performatividade à melancólica, passando pela citacionalidade, esta dissertação empreende uma reconstrução que retoma e analisa os caminhos e conflitos teóricos pelos quais a teoria da performatividade de Butler passou ao longo dos anos de 1990, buscando esclarecer e aprofundar sua compreensão sobre as narrativas de resistência e ação de uma política performativa subversiva.


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  • Em Problemas de Gênero, Judith Butler parte de uma análise do poder de matriz foucaultiana para problematizar a centralidade concedida à categoria “mulheres” dentro da política representativa feminista. Para sustentar essa posição, ela realiza uma genealogia dessa categoria, retomando os discursos de poder que estruturaram a concepção de identidade como pré-requisito metodológico e normativo da política. Ao fazer isso, a autora rejeita a distinção sexo/gênero, mostrando como o “sexo” é também uma categoria culturalmente construída, e reformula a concepção de gênero como performativa, em defesa de uma política subversiva imanente de ressignificação das normas hegemônicas de gênero. Esta posição rendeu inúmeras críticas e interpretações diversas sobre as (im)possibilidades de resistência e ação em sua teoria. Após três anos da publicação de seu livro, Butler lança Corpos que importam, no qual resgata a teoria do ato de fala de Derrida para reavaliar a performatividade como citacionalidade/iterabilidade, esclarecendo o caráter nem determinista, nem voluntarista de sua obra, que repensa o conceito de agência independente da ficção de um sujeito pré-existente. No entanto, é somente em 1997, com o livro A Vida Psíquica do Poder, que Butler retoma a discussão sobre o paradoxo da agência. Neste livro, a filósofa aprofunda sua explicação através da psicanálise e, principalmente, do processo da melancolia, para mostrar como as normas sociais são incorporadas e ressignificadas psiquicamente. Em um movimento que vai da performatividade à melancólica, passando pela citacionalidade, esta dissertação empreende uma reconstrução que retoma e analisa os caminhos e conflitos teóricos pelos quais a teoria da performatividade de Butler passou ao longo dos anos de 1990, buscando esclarecer e aprofundar sua compreensão sobre as narrativas de resistência e ação de uma política performativa subversiva.

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  • MARIA FERNANDA GONSALVES DE OLIVEIRA
  • DOS SENTIDOS GEOGRÁFICOS DA PRODUÇÃO DO PENSAMENTO FEMINISTA NEGRO: Língua, Quilombo e Ginga

  • Orientador : SUZE DE OLIVEIRA PIZA
  • Data: 23/04/2021

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  • O presente trabalho pretende estabelecer um diálogo entre as reivindicações de validação de conhecimento da epistemologia do pensamento feminista negro propostas por Patrícia Hill Collins em seu livro Pensamento Feminista Negro (2019), além dos contornos e características do pensamento feminista negro através do olhar desta pensadora, que se verificam na produção analisada das obras de autoras feministas estadunidenses como bell hooks e Angela Davis,  em ginga com a categoria político cultural da Amefricanidade proposta por Lélia Gonzáles na década de 1980, que dialoga com outras pensadoras brasileiras como Beatriz Nascimento, Angela Figueiredo e Sueli Carneiro. A proposta é pensar em uma determinação cartográfica da produção do pensamento que contemple uma ponte para a amefricanidade através da linguagem, ao mesmo tempo em que recria a categoria do quilombo enquanto criação e manutenção de um corpo-território ligado à terra, aos afetos e à cultura.


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  • O presente trabalho pretende estabelecer um diálogo entre as reivindicações de validação de conhecimento da epistemologia do pensamento feminista negro propostas por Patrícia Hill Collins em seu livro Pensamento Feminista Negro (2019), além dos contornos e características do pensamento feminista negro através do olhar desta pensadora, que se verificam na produção analisada das obras de autoras feministas estadunidenses como bell hooks e Angela Davis,  em ginga com a categoria político cultural da Amefricanidade proposta por Lélia Gonzáles na década de 1980, que dialoga com outras pensadoras brasileiras como Beatriz Nascimento, Angela Figueiredo e Sueli Carneiro. A proposta é pensar em uma determinação cartográfica da produção do pensamento que contemple uma ponte para a amefricanidade através da linguagem, ao mesmo tempo em que recria a categoria do quilombo enquanto criação e manutenção de um corpo-território ligado à terra, aos afetos e à cultura.

5
  • WELLINGTON TEIXEIRA GONÇALVES
  • A OBSCURA NOÇÃO DE SUBSTÂNCIA EM JOHN LOCKE

  • Orientador : LUCIANA ZATERKA
  • Data: 09/08/2021

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  • A importância das contribuições de John Locke (1632-1704) para a epistemologia, embora amplamente reconhecidas, podem ser frequentemente mal compreendidas, de modo particular a sua noção de substância, a partir da interlocução com uma teoria dos corpos materiais fundada sobre a égide da filosofia experimental seiscentista. A inversão lógica da investigação do conhecimento, dos efeitos para as causas, bastante alinhada ao método científico que Locke perseguia, coloca as propriedades dos corpos em evidência, em detrimento de sua natureza substancial, que não pode ser conhecida pelas nossas faculdades limitadas. Estabelece-se, assim, a importante e fundamental distinção epistemológica entre o Ser e a Ideia de substância, que nos coloca diante da tensão disruptiva da modernidade, cuja herança viria ser a eliminação, ou preterição, cada vez mais acelerada do conceito tradicional de substância. O objetivo desta pesquisa é investigar como se constituiu esse caminho, dentro do projeto lockeano, que levou à inversão lógica do conhecimento da realidade das coisas, das qualidades para a sua constituição interna, como uma resposta mais adequada do que a problemática substância da tradição.


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  • A importância das contribuições de John Locke (1632-1704) para a epistemologia, embora amplamente reconhecidas, podem ser frequentemente mal compreendidas, de modo particular a sua noção de substância, a partir da interlocução com uma teoria dos corpos materiais fundada sobre a égide da filosofia experimental seiscentista. A inversão lógica da investigação do conhecimento, dos efeitos para as causas, bastante alinhada ao método científico que Locke perseguia, coloca as propriedades dos corpos em evidência, em detrimento de sua natureza substancial, que não pode ser conhecida pelas nossas faculdades limitadas. Estabelece-se, assim, a importante e fundamental distinção epistemológica entre o Ser e a Ideia de substância, que nos coloca diante da tensão disruptiva da modernidade, cuja herança viria ser a eliminação, ou preterição, cada vez mais acelerada do conceito tradicional de substância. O objetivo desta pesquisa é investigar como se constituiu esse caminho, dentro do projeto lockeano, que levou à inversão lógica do conhecimento da realidade das coisas, das qualidades para a sua constituição interna, como uma resposta mais adequada do que a problemática substância da tradição.

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  • RAPHAEL BUENO BERNARDO DA SILVA
  • A BNCC E AS NOVAS REFORMAS CURRICULARES NO ENSINO BÁSICO: tensões entre a forma-empresa e a forma-escola

  • Orientador : SILVIO RICARDO GOMES CARNEIRO
  • Data: 30/11/2021

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  • Em meio às reformas curriculares decorrentes de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC), questiona-se, qual estudante pretende-se formar? Qual sujeito pretende-se formar? Do protagonismo estudantil das ocupações de escolas ao protagonismo imposto na BNCC, a educação brasileira atravessou os últimos anos entre reformas, contestações e conflitos. A partir de Michael Apple, o currículo está longe de ser um documento neutro, refletindo relações de poder, de classe e hegemonia, porém, revelando também o currículo como conflito. No contexto brasileiro, a reforma empresarial da educação avança sobre estudantes e trabalhadores, buscando formar o seu sujeito. Nos termos de Pierre Dardot e Christian Laval, a partir de Michel Foucault, nos deparamos aqui com o sujeito neoliberal, assumindo sua forma-empresa, projetado na escola a internalizar uma conduta empreendedora e competitiva, ainda que de forma precária, inserido em perspectivas de trabalho também precárias. As recentes reformas curriculares nos permitem então, debater a forma-empresa e a forma-escola. Contudo, o projeto de um estudante protagonista e disciplinado a formar uma subjetividade adequada ao neoliberalismo, não está dado sem contestações. A BNCC nasce e se aplica entre a subjetividade neoliberal e as resistências ao projeto, nas quais permitem vislumbrar alternativas para a escola. Ainda é possível pensarmos a escola, como defendem Jacques Rancière, aproximando-se de Jan Masschelein e Maarten Simons, como tempo e espaço produtor da igualdade, para além da ordem produtiva?


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  • Em meio às reformas curriculares decorrentes de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC), questiona-se, qual estudante pretende-se formar? Qual sujeito pretende-se formar? Do protagonismo estudantil das ocupações de escolas ao protagonismo imposto na BNCC, a educação brasileira atravessou os últimos anos entre reformas, contestações e conflitos. A partir de Michael Apple, o currículo está longe de ser um documento neutro, refletindo relações de poder, de classe e hegemonia, porém, revelando também o currículo como conflito. No contexto brasileiro, a reforma empresarial da educação avança sobre estudantes e trabalhadores, buscando formar o seu sujeito. Nos termos de Pierre Dardot e Christian Laval, a partir de Michel Foucault, nos deparamos aqui com o sujeito neoliberal, assumindo sua forma-empresa, projetado na escola a internalizar uma conduta empreendedora e competitiva, ainda que de forma precária, inserido em perspectivas de trabalho também precárias. As recentes reformas curriculares nos permitem então, debater a forma-empresa e a forma-escola. Contudo, o projeto de um estudante protagonista e disciplinado a formar uma subjetividade adequada ao neoliberalismo, não está dado sem contestações. A BNCC nasce e se aplica entre a subjetividade neoliberal e as resistências ao projeto, nas quais permitem vislumbrar alternativas para a escola. Ainda é possível pensarmos a escola, como defendem Jacques Rancière, aproximando-se de Jan Masschelein e Maarten Simons, como tempo e espaço produtor da igualdade, para além da ordem produtiva?

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  • MATHEUS PORTO MENDONÇA
  • Espinosa, imaginação e a produção da servidão

  • Orientador : LUCIANA ZATERKA
  • Data: 15/12/2021

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  • Na gênese do neoliberalismo encontramos uma profunda desilusão com os ideais liberais. Essa desilusão ganha força após as práticas que autorizaram os países a entrarem em guerra no início do século XX, uma vez que o sucesso desses empreendimentos indicavam contradições profundas na teoria liberal. Autores como Walter Lippmann (1889-1974) e Edward Bernays (1891-1995) encontraram a acrasia como parte constituinte da condição humana e desenvolveram teorias e práticas que primavam mais pelo controle da população através de sua imaginação do que pela pretensa liberdade do ideal liberal clássico. A presente dissertação visa investigar a contribuição que a teoria espinosana pode oferecer para lidarmos com a questão, criticando práticas que se estabelecem a partir da promoção da servidão de uma população por meio da mobilização da imaginação de seus membros. Objetivando explicitar a dissolução da acrasia na teoria do autor seiscentista, iremos analisar o primeiro gênero de conhecimento, a força política dos afetos e o processo pelo qual se dá a servidão em Espinosa (1632-1677). Com esse movimento, esperamos poder demonstrar a possibilidade de superação da solução neoliberal e publicitária.


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  • Na gênese do neoliberalismo encontramos uma profunda desilusão com os ideais liberais. Essa desilusão ganha força após as práticas que autorizaram os países a entrarem em guerra no início do século XX, uma vez que o sucesso desses empreendimentos indicavam contradições profundas na teoria liberal. Autores como Walter Lippmann (1889-1974) e Edward Bernays (1891-1995) encontraram a acrasia como parte constituinte da condição humana e desenvolveram teorias e práticas que primavam mais pelo controle da população através de sua imaginação do que pela pretensa liberdade do ideal liberal clássico. A presente dissertação visa investigar a contribuição que a teoria espinosana pode oferecer para lidarmos com a questão, criticando práticas que se estabelecem a partir da promoção da servidão de uma população por meio da mobilização da imaginação de seus membros. Objetivando explicitar a dissolução da acrasia na teoria do autor seiscentista, iremos analisar o primeiro gênero de conhecimento, a força política dos afetos e o processo pelo qual se dá a servidão em Espinosa (1632-1677). Com esse movimento, esperamos poder demonstrar a possibilidade de superação da solução neoliberal e publicitária.

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  • ROSANGELA NUNES VEGA
  • Hegemonia: uma (in)confluência Gramsci - Laclau

  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 15/12/2021

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  • O presente trabalho tem como horizonte reconhecer e delinear as bases sob as quais se sustentam as identidades coletivas na América Latina, compreendidas como um momento importante e decisivo no fazer político. Para que seja possível perceber os delineamentos contingenciais que favorecem um fazer político diferenciado nesse local tangenciado por uma história marcada pela colonização de corpos, mentes e produções científicas. A base teórica para tanto serão as obras do filósofo argentino Ernesto Laclau e, também suas próprias fontes de recursos para feitura de tais análises. Pretende-se utilizar conceitos e categorias ditos não universais; se trabalhará basicamente com autores latino-americanos, com exceção real de Antonio Gramsci, de quem o autor principal citado neste trabalho toma para si parte do arcabouço teórico e ainda produz um movimento de ir além do conceito. O trabalho tem em vistas, sobretudo, olhar a América Latina a partir dela mesma, participando da construção de uma ferramenta que leve em consideração essa territorialidade e todas as suas implicações. O conceito de hegemonia ganha centralidade nas análises e deve ser desvendado à luz dos dois autores e das utilizações que fazem na busca de respostas para as transformações vividas pelos povos deste lugar e para o movimento de operação de tais transformações necessárias à vida.


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  • O presente trabalho tem como horizonte reconhecer e delinear as bases sob as quais se sustentam as identidades coletivas na América Latina, compreendidas como um momento importante e decisivo no fazer político. Para que seja possível perceber os delineamentos contingenciais que favorecem um fazer político diferenciado nesse local tangenciado por uma história marcada pela colonização de corpos, mentes e produções científicas. A base teórica para tanto serão as obras do filósofo argentino Ernesto Laclau e, também suas próprias fontes de recursos para feitura de tais análises. Pretende-se utilizar conceitos e categorias ditos não universais; se trabalhará basicamente com autores latino-americanos, com exceção real de Antonio Gramsci, de quem o autor principal citado neste trabalho toma para si parte do arcabouço teórico e ainda produz um movimento de ir além do conceito. O trabalho tem em vistas, sobretudo, olhar a América Latina a partir dela mesma, participando da construção de uma ferramenta que leve em consideração essa territorialidade e todas as suas implicações. O conceito de hegemonia ganha centralidade nas análises e deve ser desvendado à luz dos dois autores e das utilizações que fazem na busca de respostas para as transformações vividas pelos povos deste lugar e para o movimento de operação de tais transformações necessárias à vida.

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  • FILIPE MONGUILHOTT FALCONE
  • A crise cética de Hume e a sua solução

  • Orientador : LUIZ ANTONIO ALVES EVA
  • Data: 16/12/2021

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  •  Na última seção do primeiro livro do Tratado da Natureza Humana (1.4.7) Hume avalia os resultados de sua investigação até então e reconhece motivos, decorrentes de suas dúvidas céticas, para duvidar da solidez de sua filosofia. No entanto, a passagem mantém dificuldades interpretativas próprias que levam dois comentadores, Garrett e Fogelin, a discordarem sobre o se há um assentimento do autor a essas dúvidas e sobre o estatuto da sua filosofia após a vivência da crise cética nesta seção. O objetivo deste trabalho é discutir as causas da crise cética tal como exposta em 1.4.7 e a sua relação com o desenvolvimento do pensamento humeano. Faremos isso através do exame dessas duas interpretações, uma que enfatiza os aspectos céticos e outra que os mitiga. Ao fim, pretendemos julgar qual dos dois comentadores apresenta uma interpretação que seja mais adequada a natureza do pensamento humeano, privilegiando o papel da imaginação.


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  •  Na última seção do primeiro livro do Tratado da Natureza Humana (1.4.7) Hume avalia os resultados de sua investigação até então e reconhece motivos, decorrentes de suas dúvidas céticas, para duvidar da solidez de sua filosofia. No entanto, a passagem mantém dificuldades interpretativas próprias que levam dois comentadores, Garrett e Fogelin, a discordarem sobre o se há um assentimento do autor a essas dúvidas e sobre o estatuto da sua filosofia após a vivência da crise cética nesta seção. O objetivo deste trabalho é discutir as causas da crise cética tal como exposta em 1.4.7 e a sua relação com o desenvolvimento do pensamento humeano. Faremos isso através do exame dessas duas interpretações, uma que enfatiza os aspectos céticos e outra que os mitiga. Ao fim, pretendemos julgar qual dos dois comentadores apresenta uma interpretação que seja mais adequada a natureza do pensamento humeano, privilegiando o papel da imaginação.

10
  • PEDRO CASALOTTI FARHAT
  • Método e Metafísica na gênese da filosofia crítica de Immanuel Kant

  • Orientador : FERNANDO COSTA MATTOS
  • Data: 20/12/2021

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  • A presente dissertação busca analisar como os conceitos “método” e “metafísica” surgem nos
    escritos de Immanuel Kant publicados entre os anos 1747 e 1756. Neste sentido, ela
    apresenta-se enquanto um estudo da obra kantiana que é tanto histórico quanto sistemático,
    envolvendo uma compreensão das obras e autores que compuseram as principais referências
    para Kant nas diversas questões envolvidas nestes escritos. Partindo de uma posição
    interpretativa que procura realizar uma história dos conceitos kantianos com a intenção de
    compreender como seu modo de atuação pode ter se desenvolvido, assume-se a análise dos
    textos como uma das bases fundamentais da pesquisa, de modo que se pretende apresentar um
    balanço entre a contextualização histórica dos conceitos e sua formação nos escritos, isto é,
    entre os níveis de compreensão diacrônico e sincrônico dos conceitos kantianos. São
    analisados, com especial detalhe, os escritos Pensamentos sobre a verdadeira estimação das
    Forças Vivas (1747), História Natural Universal (1755), Nova Elucidação (1755) e
    Monadologia Física (1756), mas recorre-se também a outros escritos do período, reflexões e
    textos não publicados. Recorre-se também a análises genéticas com especial ênfase na
    tradição metafísica alemã (Wolff, Crusius, Bilfinger, Baumgarten etc.) e na filosofia natural
    europeia (Descartes, Leibniz, Newton, Maupertuis, Buffon etc.), as quais permitem uma
    análise histórica dos conceitos kantianos que abarca, portanto, as dimensões sistemática e
    histórica requeridas.


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  • A presente dissertação busca analisar como os conceitos “método” e “metafísica” surgem nos
    escritos de Immanuel Kant publicados entre os anos 1747 e 1756. Neste sentido, ela
    apresenta-se enquanto um estudo da obra kantiana que é tanto histórico quanto sistemático,
    envolvendo uma compreensão das obras e autores que compuseram as principais referências
    para Kant nas diversas questões envolvidas nestes escritos. Partindo de uma posição
    interpretativa que procura realizar uma história dos conceitos kantianos com a intenção de
    compreender como seu modo de atuação pode ter se desenvolvido, assume-se a análise dos
    textos como uma das bases fundamentais da pesquisa, de modo que se pretende apresentar um
    balanço entre a contextualização histórica dos conceitos e sua formação nos escritos, isto é,
    entre os níveis de compreensão diacrônico e sincrônico dos conceitos kantianos. São
    analisados, com especial detalhe, os escritos Pensamentos sobre a verdadeira estimação das
    Forças Vivas (1747), História Natural Universal (1755), Nova Elucidação (1755) e
    Monadologia Física (1756), mas recorre-se também a outros escritos do período, reflexões e
    textos não publicados. Recorre-se também a análises genéticas com especial ênfase na
    tradição metafísica alemã (Wolff, Crusius, Bilfinger, Baumgarten etc.) e na filosofia natural
    europeia (Descartes, Leibniz, Newton, Maupertuis, Buffon etc.), as quais permitem uma
    análise histórica dos conceitos kantianos que abarca, portanto, as dimensões sistemática e
    histórica requeridas.

2020
Dissertações
1
  • ALEXANDRE HENRIQUE LUPPE DE MATOS
  • Sinais de incêndio: bloqueio, narcisismo e autoritarismo contemporâneo

  • Orientador : MARILIA MELLO PISANI
  • Data: 17/01/2020

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  • Nos últimos anos, um emaranhado de fenômenos que mesclam guerras culturais na internet, estratégias de comunicação política e ódios generalizados têm tensionado os limites das democracias ocidentais. Há risco iminente nos comportamentos antidemocráticos das democracias liberais contemporâneas? A obra de Angela Nagle, Kill All Normies, traça a gênese deste modo de operar que conjuga subculturas virtuais, desejos e fórmulas de transgressão, assim como sentimentos contrários à democracia. Porém, deve-se reconhecer que muito do que se debate hoje, em termos das possibilidades latentes antidemocráticas e fascistas no interior das democracias liberais, encontra-se já dentro das obras de Freud e de sua apropriação na Teoria Crítica, em particular na obra de Theodor Adorno. No entanto, para nos questionarmos a respeito desta atualidade dos problemas, necessita-se levar em consideração uma mediação histórica a respeito do advento do neoliberalismo, novas formas de subjetivação, pauperização e ressentimento. A ideia desse trabalho é, portanto, analisar como certas tendências das reflexões de Adorno e da Teoria Crítica podem superar seus pontos particulares, ajudando a compreender novas formas de psicologia social das massas.


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  • Nos últimos anos, um emaranhado de fenômenos que mesclam guerras culturais na internet, estratégias de comunicação política e ódios generalizados têm tensionado os limites das democracias ocidentais. Há risco iminente nos comportamentos antidemocráticos das democracias liberais contemporâneas? A obra de Angela Nagle, Kill All Normies, traça a gênese deste modo de operar que conjuga subculturas virtuais, desejos e fórmulas de transgressão, assim como sentimentos contrários à democracia. Porém, deve-se reconhecer que muito do que se debate hoje, em termos das possibilidades latentes antidemocráticas e fascistas no interior das democracias liberais, encontra-se já dentro das obras de Freud e de sua apropriação na Teoria Crítica, em particular na obra de Theodor Adorno. No entanto, para nos questionarmos a respeito desta atualidade dos problemas, necessita-se levar em consideração uma mediação histórica a respeito do advento do neoliberalismo, novas formas de subjetivação, pauperização e ressentimento. A ideia desse trabalho é, portanto, analisar como certas tendências das reflexões de Adorno e da Teoria Crítica podem superar seus pontos particulares, ajudando a compreender novas formas de psicologia social das massas.

2
  • SUE ELLEN VIEIRA
  • Pornoklastia como ética do cuidado de si e estética da existência. Uma rota de fuga à episteme pharmacopornográfica através da escrita de si

  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 31/03/2020

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  • O primeiro movimento desta  dissertação de mestrado era criar um conceito que operasse como modo de subjetivação que fosse uma rota de fuga à episteme dominante do neoliberalismo. A este conceito nomeei de pornoklastia. E essa dissertação é o primeiro passo para construção de um plano de imanência para ele. Este conceito vem responder ao problema que nos propusemos: Como encontrar modos de subjetivação que sejam alternativas éticas de práticas de liberdade que “escapem” aos dispositivos de governamentalidade neoliberal? Ao longo desta dissertação, portanto, tentei traçar um panorama da arqueologia do conceito de episteme em Foucault. Então busquei dissertar acerca da episteme como condição de possibilidade do pensamento com intuito de esclarecer como o conceito de Era de Preciado é análogo ao conceito de episteme. Por fim eu trato da estética da existência e da escrita de si como formas de governamentalidade de si que aparecem no Testo Junkie de Preciado, para inserir o conceito de pornoklastia como uma possibilidade de prática de si. Nos anexos tento traçar um panorama do conceito de pornografia além de comentar algumas performances pornoklastas.



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  • O primeiro movimento desta  dissertação de mestrado era criar um conceito que operasse como modo de subjetivação que fosse uma rota de fuga à episteme dominante do neoliberalismo. A este conceito nomeei de pornoklastia. E essa dissertação é o primeiro passo para construção de um plano de imanência para ele. Este conceito vem responder ao problema que nos propusemos: Como encontrar modos de subjetivação que sejam alternativas éticas de práticas de liberdade que “escapem” aos dispositivos de governamentalidade neoliberal? Ao longo desta dissertação, portanto, tentei traçar um panorama da arqueologia do conceito de episteme em Foucault. Então busquei dissertar acerca da episteme como condição de possibilidade do pensamento com intuito de esclarecer como o conceito de Era de Preciado é análogo ao conceito de episteme. Por fim eu trato da estética da existência e da escrita de si como formas de governamentalidade de si que aparecem no Testo Junkie de Preciado, para inserir o conceito de pornoklastia como uma possibilidade de prática de si. Nos anexos tento traçar um panorama do conceito de pornografia além de comentar algumas performances pornoklastas.


3
  • ROGER AUGUSTO BARBOSA MONTEMOR
  • A CRÍTICA À SOCIEDADE MODERNA NOS "MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS" DE KARL MARX

  • Orientador : SILVIO RICARDO GOMES CARNEIRO
  • Data: 08/06/2020

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  • Trata-se de investigar os diferentes momentos da crítica de Karl Marx nos Manuscritos econômico-filosóficos, a partir, principalmente, do conceito de ser genérico (Gattungswesen). Com efeito, questionamos quais as consequências do papel que este conceito assume para a crítica. Para tanto, num primeiro momento, procura-se apresentar os Manuscritos econômico-filosóficos, algumas interpretações acerca do texto e os caminhos da crítica de Marx até os Manuscritos econômico-filosóficos. Num segundo momento, analisar-se-á alguns momentos da crítica de Marx centrada no conceito de ser genérico. Num terceiro momento, analisar-se-á a crítica de Marx centrada nas considerações das categorias da economia política. Neste sentido, tem-se a hipótese de dois momentos da crítica de Marx à sociedade moderna que parecem entrar em tensão: um momento positivo, caracterizado por considerações sobre a essência humana, compreendida como ser genérico; e um momento negativo, onde o eixo da crítica é deslocado para as análises das categorias da economia política. Tal problemática se desdobra em debates futuros em torno do próprio marxismo, como será verificado a partir das posições de alguns intérpretes.


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  • Trata-se de investigar os diferentes momentos da crítica de Karl Marx nos Manuscritos econômico-filosóficos, a partir, principalmente, do conceito de ser genérico (Gattungswesen). Com efeito, questionamos quais as consequências do papel que este conceito assume para a crítica. Para tanto, num primeiro momento, procura-se apresentar os Manuscritos econômico-filosóficos, algumas interpretações acerca do texto e os caminhos da crítica de Marx até os Manuscritos econômico-filosóficos. Num segundo momento, analisar-se-á alguns momentos da crítica de Marx centrada no conceito de ser genérico. Num terceiro momento, analisar-se-á a crítica de Marx centrada nas considerações das categorias da economia política. Neste sentido, tem-se a hipótese de dois momentos da crítica de Marx à sociedade moderna que parecem entrar em tensão: um momento positivo, caracterizado por considerações sobre a essência humana, compreendida como ser genérico; e um momento negativo, onde o eixo da crítica é deslocado para as análises das categorias da economia política. Tal problemática se desdobra em debates futuros em torno do próprio marxismo, como será verificado a partir das posições de alguns intérpretes.

4
  • MARIA HELENA DE NOVAIS
  • O Além-do-Homem Como Alternativa ao Trans-Humanismo

  • Orientador : LUCIANA ZATERKA
  • Data: 11/08/2020

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  • A associação do conceito nietzschiano de além-do-homem com o trans-humanismo tornou-se tema de acirradas discussões internacionais. Com o intuito de ir além da polêmica, esta dissertação adotou como objetivo analisar as possibilidades da adoção da ética do além-do-homem como alternativa ao trans-humano. Inicialmente, levantou-se a hipótese que ambos os conceitos são distintos, têm bases valorativas diferentes, sendo que o primeiro pode ser alternativa desejável ao segundo. Na análise conceitual do trans-humanismo, utilizou-se como ponto de partida a obra A História do Pensamento Trans-Humanista, de Nick Bostrom, e Trans-Humanismo: a busca tecnológica do melhoramento humano, de Antonio Diéguez. Estas colocaram em evidência as variáveis valorativas intrínsecas ao conceito: o cientificismo e a melhoria do humano. Foram analisadas, então, as relações do pensamento trans-humanista com o Positivismo de Auguste Comte, com o evolucionismo de Charles Darwin e o com o eugenismo de Francis Galton. Posteriormente, ao abordar a filosofia de Nietzsche, na fase madura de sua produção, foi examinado o conceito de vontade de potência, que coloca o homem como criador de valores, a ciência moderna como expressão de decadência, o niilismo como processo histórico de criação e destruição de valores, o além-do-homem como possibilidade aberta ao homem superior empenhado em tornar-se quem é, aceitando a vida com seus obstáculos e suas dores. Foi possível constatar que o além-do-homem como alternativa ao trans-humanismo, exige a criação de uma gaia ciência, a aceitação do sofrimento e da dor como via privilegiada e indispensável do tornar-se quem se é e de superação de si. Embora sejam filosofias divergentes e diante do avanço irreversível do desenvolvimento tecnocientífico, a filosofia de Nietzsche ainda se mostra um caminho interessante de reflexão frente ao trans-humanismo, pois aponta, sobretudo, para possibilidades emancipatórias.

     


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  • A associação do conceito nietzschiano de além-do-homem com o trans-humanismo tornou-se tema de acirradas discussões internacionais. Com o intuito de ir além da polêmica, esta dissertação adotou como objetivo analisar as possibilidades da adoção da ética do além-do-homem como alternativa ao trans-humano. Inicialmente, levantou-se a hipótese que ambos os conceitos são distintos, têm bases valorativas diferentes, sendo que o primeiro pode ser alternativa desejável ao segundo. Na análise conceitual do trans-humanismo, utilizou-se como ponto de partida a obra A História do Pensamento Trans-Humanista, de Nick Bostrom, e Trans-Humanismo: a busca tecnológica do melhoramento humano, de Antonio Diéguez. Estas colocaram em evidência as variáveis valorativas intrínsecas ao conceito: o cientificismo e a melhoria do humano. Foram analisadas, então, as relações do pensamento trans-humanista com o Positivismo de Auguste Comte, com o evolucionismo de Charles Darwin e o com o eugenismo de Francis Galton. Posteriormente, ao abordar a filosofia de Nietzsche, na fase madura de sua produção, foi examinado o conceito de vontade de potência, que coloca o homem como criador de valores, a ciência moderna como expressão de decadência, o niilismo como processo histórico de criação e destruição de valores, o além-do-homem como possibilidade aberta ao homem superior empenhado em tornar-se quem é, aceitando a vida com seus obstáculos e suas dores. Foi possível constatar que o além-do-homem como alternativa ao trans-humanismo, exige a criação de uma gaia ciência, a aceitação do sofrimento e da dor como via privilegiada e indispensável do tornar-se quem se é e de superação de si. Embora sejam filosofias divergentes e diante do avanço irreversível do desenvolvimento tecnocientífico, a filosofia de Nietzsche ainda se mostra um caminho interessante de reflexão frente ao trans-humanismo, pois aponta, sobretudo, para possibilidades emancipatórias.

     

5
  • ANGELICA CRISTIANE MARTINS
  • AÇÃO E LIBERDADE POLÍTICAS NA FILOSOFIA DE HANNAH ARENDT: as condições de possibilidade de uma
    retomada nas sociedades atuais

  • Orientador : FLAMARION CALDEIRA RAMOS
  • Data: 14/08/2020

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  • A presente dissertação tem como objetivo responder a seguinte questão: quais são as condições de possibilidade de retomar a ação e a liberdade políticas nas sociedades atuais de acordo com a filosofia política de Hannah Arendt? Tal questão surge em razão do diagnóstico arendtiano acerca da Modernidade em que a pensadora destaca que o surgimento da esfera social e da sociedade apagaram as fronteiras entre as esferas pública e privada e alçaram as necessidades vitais, outrora pertencentes ao domínio privado, ao status de problema público. O problema disso, para Arendt, é que a política se transformou em um instrumento da economia, a ação política foi degradada como uma atividade da ordem da necessidade enquanto o trabalho ascendeu como atividade mais importante da condição humana e a liberdade, como participação ativa dos negócios públicos, perdeu sua esfera de atuação, sendo apartada da política e confundida com a libertação. Para responder à questão desta dissertação, além de retomarmos esse diagnóstico, iremos explanar a concepção arendtiana acerca das atividades pertencentes à vita activa (trabalho, obra e ação) e os demais conceitos que a amparam (natalidade, igualdade, pluralidade) bem como exploraremos o entendimento de Arendt sobre as esferas pública e privada, especialmente na Antiguidade, a fim de entendermos as bases de seu pensamento político. Assim, recuperaremos a leitura arendtiana sobre as Revoluções Americana e Francesa para entendermos como os franceses deixaram como legado à política a libertação das necessidades e como os americanos, a partir da constituição da liberdade na fundação de sua República, deixaram como legado condições favoráveis que possibilitam ainda hoje a retomada da capacidade de agir e das atividades da liberdade nos Estados Unidos. 


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  • A presente dissertação tem como objetivo responder a seguinte questão: quais são as condições de possibilidade de retomar a ação e a liberdade políticas nas sociedades atuais de acordo com a filosofia política de Hannah Arendt? Tal questão surge em razão do diagnóstico arendtiano acerca da Modernidade em que a pensadora destaca que o surgimento da esfera social e da sociedade apagaram as fronteiras entre as esferas pública e privada e alçaram as necessidades vitais, outrora pertencentes ao domínio privado, ao status de problema público. O problema disso, para Arendt, é que a política se transformou em um instrumento da economia, a ação política foi degradada como uma atividade da ordem da necessidade enquanto o trabalho ascendeu como atividade mais importante da condição humana e a liberdade, como participação ativa dos negócios públicos, perdeu sua esfera de atuação, sendo apartada da política e confundida com a libertação. Para responder à questão desta dissertação, além de retomarmos esse diagnóstico, iremos explanar a concepção arendtiana acerca das atividades pertencentes à vita activa (trabalho, obra e ação) e os demais conceitos que a amparam (natalidade, igualdade, pluralidade) bem como exploraremos o entendimento de Arendt sobre as esferas pública e privada, especialmente na Antiguidade, a fim de entendermos as bases de seu pensamento político. Assim, recuperaremos a leitura arendtiana sobre as Revoluções Americana e Francesa para entendermos como os franceses deixaram como legado à política a libertação das necessidades e como os americanos, a partir da constituição da liberdade na fundação de sua República, deixaram como legado condições favoráveis que possibilitam ainda hoje a retomada da capacidade de agir e das atividades da liberdade nos Estados Unidos. 

6
  • KAILLA OLIVEIRA SANTOS
  • Potenciais e Limites da Teoria do Reconhecimento de Axel Honneth: o equilíbrio tenso entre a imanência e a transcendência

  • Orientador : SILVIO RICARDO GOMES CARNEIRO
  • Data: 17/08/2020

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  • Axel Honneth fundamenta sua filosofia nos debates da Teoria Crítica. Isso significa que nosso autor desenvolve sua investigação filosófica desde as perspectivas expressas pela primeira geração de Max Horkheimer e Theodor Adorno até a “virada linguística” de Jürgen Habermas. Neste sentido, nosso autor procura desenvolver uma crítica do tempo presente como uma contribuição para uma via emancipatória constituída pela análise das contradições sociais, isto é, a “crítica imanente” da luta por reconhecimento de Honneth. Este é um movimento tenso próprio à filosofia honnethiana, que pressupõe perspectivas imanentes e transcendentes; uma relação que se origina do Idealismo Alemão, especialmente da perspectiva normativa da filosofia do jovem Hegel. Aqui, as experiências de desrespeito aparecem como uma forma central de lutas por reconhecimento. No entanto, Honneth mobiliza questões empíricas sobre as relações intersubjetivas, evitando o idealismo resultante da visão ética de Hegel. Além disso, nosso autor procura evitar um déficit sociológico próprio à filosofia da história de Adorno e Horkheimer, na qual a razão se torna um sinal de dominação pura. De modo diverso, Honneth desenvolve uma crítica das lutas sociais como um fenômeno do reconhecimento. Desde então, Honneth está próximo à ação comunicativa de Habermas. No entanto, nosso autor constitui uma gramática normativa das lutas sociais baseada nos processos intersubjetivos da interação social, uma esfera ao mesmo tempo empírica e normativa do reconhecimento social. Assim, nós procuramos apresentar esta perspectiva honnethiana baseada na relação tensa entre fundamentos empíricos e transcendentais. Decerto, este é o centro de nosso estudo: qual é o significado de uma Teoria Crítica empírico-transcendental de Honneth? Uma questão que também traz alguns problemas. Se é verdade que nosso autor escapa de déficits sociológicos, poderia ele também escapar de outros, como os déficits políticos no reconhecimento de lutas sociais externas às demandas da sociedade estabelecida, como os conflitos de diferentes culturas? Há um déficit em compreender as demandas empíricas para uma autorrealização como horizonte normativo?


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  • Axel Honneth fundamenta sua filosofia nos debates da Teoria Crítica. Isso significa que nosso autor desenvolve sua investigação filosófica desde as perspectivas expressas pela primeira geração de Max Horkheimer e Theodor Adorno até a “virada linguística” de Jürgen Habermas. Neste sentido, nosso autor procura desenvolver uma crítica do tempo presente como uma contribuição para uma via emancipatória constituída pela análise das contradições sociais, isto é, a “crítica imanente” da luta por reconhecimento de Honneth. Este é um movimento tenso próprio à filosofia honnethiana, que pressupõe perspectivas imanentes e transcendentes; uma relação que se origina do Idealismo Alemão, especialmente da perspectiva normativa da filosofia do jovem Hegel. Aqui, as experiências de desrespeito aparecem como uma forma central de lutas por reconhecimento. No entanto, Honneth mobiliza questões empíricas sobre as relações intersubjetivas, evitando o idealismo resultante da visão ética de Hegel. Além disso, nosso autor procura evitar um déficit sociológico próprio à filosofia da história de Adorno e Horkheimer, na qual a razão se torna um sinal de dominação pura. De modo diverso, Honneth desenvolve uma crítica das lutas sociais como um fenômeno do reconhecimento. Desde então, Honneth está próximo à ação comunicativa de Habermas. No entanto, nosso autor constitui uma gramática normativa das lutas sociais baseada nos processos intersubjetivos da interação social, uma esfera ao mesmo tempo empírica e normativa do reconhecimento social. Assim, nós procuramos apresentar esta perspectiva honnethiana baseada na relação tensa entre fundamentos empíricos e transcendentais. Decerto, este é o centro de nosso estudo: qual é o significado de uma Teoria Crítica empírico-transcendental de Honneth? Uma questão que também traz alguns problemas. Se é verdade que nosso autor escapa de déficits sociológicos, poderia ele também escapar de outros, como os déficits políticos no reconhecimento de lutas sociais externas às demandas da sociedade estabelecida, como os conflitos de diferentes culturas? Há um déficit em compreender as demandas empíricas para uma autorrealização como horizonte normativo?

7
  • ALBERTO EDMUNDO FABRICIO CANSECO
  • Prazeres de(s)coloniais: traduzindo o feminismo pró-sexo

  • Orientador : ALEXIA CRUZ BRETAS
  • Data: 27/08/2020

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  • O objetivo desta pesquisa é fazer um exercício de tradução de(s)colonial das reflexões do feminismo pró-sexo. Para isso, em primeiro lugar, oferecerei uma teoria do reconhecimento que permita trabalhar sobre o problema do sujeito e seu lugar de fala. Em segundo lugar, estudarei as posições das feministas pró-sexo no contexto das “Guerras Feministas do Sexo”, debate entre feministas que teve lugar nos fins dos anos setenta, no começo dos anos oitenta nos Estados Unidos. Em terceiro lugar, problematizarei a possibilidade de atender às interpretações que os sujeitos coloniais fazem de suas experiências sexuais, as quais serviriam de insumos para a confecção de uma teoria radical da sexualidade – proposta do feminismo pró-sexo. Esta pesquisa foi realizada com o apoio da CAPES.


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  • O objetivo desta pesquisa é fazer um exercício de tradução de(s)colonial das reflexões do feminismo pró-sexo. Para isso, em primeiro lugar, oferecerei uma teoria do reconhecimento que permita trabalhar sobre o problema do sujeito e seu lugar de fala. Em segundo lugar, estudarei as posições das feministas pró-sexo no contexto das “Guerras Feministas do Sexo”, debate entre feministas que teve lugar nos fins dos anos setenta, no começo dos anos oitenta nos Estados Unidos. Em terceiro lugar, problematizarei a possibilidade de atender às interpretações que os sujeitos coloniais fazem de suas experiências sexuais, as quais serviriam de insumos para a confecção de uma teoria radical da sexualidade – proposta do feminismo pró-sexo. Esta pesquisa foi realizada com o apoio da CAPES.

8
  • JOÃO LÉO PINTO LIMA
  • A DIVINDADE NA ALMA NO PENSAMENTO DE MEISTER ECKHART E UM DIÁLOGO COM A PSICANÁLISE DE N.KEPPE

  • Orientador : MATTEO RASCHIETTI
  • Data: 03/09/2020

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  • Partindo da ideia de que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, Mestre Eckhart acreditava que no fundo da alma encontra-se presente uma centelha do Verbo Divino, o Logos. No entanto, o homem interpõe muitos elementos entre si e essa presença divina em seu interior, através de imagens formadas do mundo exterior, que encobrem ou o distanciam da união ou igualdade com esse centro genuíno na alma. Para reparar essa dificuldade, o dominicano sugeria uma nova prática (ou uma ausência de prática, ou seja, um ‘não fazer’) para o homem redescobrir ou retornar a esse divino original em seu fundo, o que o dominicano denomina de “desprendimento” (Abgeschiedenheit em alemão), ou seja, um desligamento de tudo o que encobre a alma do que há de divino em sua essência.

     

    A Psicanálise Integral (desenvolvida por N. Keppe) também considera o ser humano em três instâncias: a sanidade básica ligada ao divino na essência humana; o afastamento e deturpação que se faz a ela por intermédio da psicopatologia; e a recuperação dessa essência sã através do processo psicanalítico da conscientização.

    Tendo-se notado uma aparente semelhança entre o sistema de Mestre Eckhart e as descobertas de N. Keppe no campo da psicanálise, a presente dissertação analisará os pontos-chaves de ambas os sistemas, a partir da literatura disponível, sugerindo a possibilidade de um futuro estudo comparativo interdisciplinar para se averiguar tal hipótese. 

    Este trabalho está dividido em quatro capítulos, concluindo com algumas considerações finais, da seguinte forma: serão abordados os três momentos das duas correntes de pensamento: a natureza divina da essência humana; o encobrimento de tal estado natural original; e a proposta que cada uma oferece para se retornar ao estado conforme a criação. 

    Inicialmente discorreremos sobre os três momentos em Mestre Eckhart, em seguida apresentaremos as bases da Psicanálise Integral, e finalmente serão examinados alguns pontos que sugerem a aparente semelhança entre os sistemas, para uma possível comparação futura, sem desconsiderar, evidentemente, a devida distância temporal e histórica entre ambas as doutrinas.

    Este trabalho está dividido em quatro capítulos, concluindo com algumas considerações finais, da seguinte forma: serão abordados os três momentos das duas correntes de pensamento: a natureza divina da essência humana; o encobrimento de tal estado natural original; e a proposta que cada uma oferece para se retornar ao estado conforme a criação.

    Inicialmente discorreremos sobre os três momentos em Mestre Eckhart, em seguida apresentaremos as bases da Psicanálise Integral, e finalmente serão examinados alguns pontos que sugerem a aparente semelhança entre os sistemas, para uma possível comparação futura, sem desconsiderar, evidentemente, a devida distância temporal e histórica entre ambas as doutrinas.


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  • Partindo da ideia de que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, Mestre Eckhart acreditava que no fundo da alma encontra-se presente uma centelha do Verbo Divino, o Logos. No entanto, o homem interpõe muitos elementos entre si e essa presença divina em seu interior, através de imagens formadas do mundo exterior, que encobrem ou o distanciam da união ou igualdade com esse centro genuíno na alma. Para reparar essa dificuldade, o dominicano sugeria uma nova prática (ou uma ausência de prática, ou seja, um ‘não fazer’) para o homem redescobrir ou retornar a esse divino original em seu fundo, o que o dominicano denomina de “desprendimento” (Abgeschiedenheit em alemão), ou seja, um desligamento de tudo o que encobre a alma do que há de divino em sua essência.

     

    A Psicanálise Integral (desenvolvida por N. Keppe) também considera o ser humano em três instâncias: a sanidade básica ligada ao divino na essência humana; o afastamento e deturpação que se faz a ela por intermédio da psicopatologia; e a recuperação dessa essência sã através do processo psicanalítico da conscientização.

    Tendo-se notado uma aparente semelhança entre o sistema de Mestre Eckhart e as descobertas de N. Keppe no campo da psicanálise, a presente dissertação analisará os pontos-chaves de ambas os sistemas, a partir da literatura disponível, sugerindo a possibilidade de um futuro estudo comparativo interdisciplinar para se averiguar tal hipótese. 

    Este trabalho está dividido em quatro capítulos, concluindo com algumas considerações finais, da seguinte forma: serão abordados os três momentos das duas correntes de pensamento: a natureza divina da essência humana; o encobrimento de tal estado natural original; e a proposta que cada uma oferece para se retornar ao estado conforme a criação. 

    Inicialmente discorreremos sobre os três momentos em Mestre Eckhart, em seguida apresentaremos as bases da Psicanálise Integral, e finalmente serão examinados alguns pontos que sugerem a aparente semelhança entre os sistemas, para uma possível comparação futura, sem desconsiderar, evidentemente, a devida distância temporal e histórica entre ambas as doutrinas.

    Este trabalho está dividido em quatro capítulos, concluindo com algumas considerações finais, da seguinte forma: serão abordados os três momentos das duas correntes de pensamento: a natureza divina da essência humana; o encobrimento de tal estado natural original; e a proposta que cada uma oferece para se retornar ao estado conforme a criação.

    Inicialmente discorreremos sobre os três momentos em Mestre Eckhart, em seguida apresentaremos as bases da Psicanálise Integral, e finalmente serão examinados alguns pontos que sugerem a aparente semelhança entre os sistemas, para uma possível comparação futura, sem desconsiderar, evidentemente, a devida distância temporal e histórica entre ambas as doutrinas.

9
  • FERNANDO TADEU BARDUZZI TAVARES
  • Imagem e União com o Absoluto - Considerações Sobre o Pensamento de Mestre Eckhart e seus Desafios Para o Ser Humano no Mundo Contemporâneo

     

     

     

  • Orientador : MATTEO RASCHIETTI
  • Data: 21/09/2020

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  • Esta pesquisa tem por objetivo esboçar um estudo sobre o processo de união do ser humano com o Absoluto no mundo contemporâneo à luz do pensamento de Meister Eckhart. A supervalorização da imagem nos dias atuais tem contribuído para com uma substituição daquilo que de fato “é” por aquilo que “aparenta ser”, e “ver” pode se tornar então o oposto de “conhecer”. Assim, a cultura da imagem na sociedade contemporânea pode retardar ou mesmo impedir ao ser humano de conhecer verdadeiramente e de se encontrar com o Absoluto, pois tal encontro exige um despojar-se das imagens que se armazenam na memória, no hipocampo cerebral, e lançar mão da visão e das memórias da alma. Eckhart, mestre dominicano alemão, concebia a imagem do Absoluto refletida na alma humana a partir da desconstrução de todas as outras imagens nela pré-concebidas, e sua teoria se faz mais atual do que nunca. Por isso, através do estudo da obra eckhartiana, este projeto de pesquisa buscará mostrar a importância da desconstrução da imagem tradicional de Deus para que se alcance o conhecimento do Absoluto, em espírito e em verdade.


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  • Esta pesquisa tem por objetivo esboçar um estudo sobre o processo de união do ser humano com o Absoluto no mundo contemporâneo à luz do pensamento de Meister Eckhart. A supervalorização da imagem nos dias atuais tem contribuído para com uma substituição daquilo que de fato “é” por aquilo que “aparenta ser”, e “ver” pode se tornar então o oposto de “conhecer”. Assim, a cultura da imagem na sociedade contemporânea pode retardar ou mesmo impedir ao ser humano de conhecer verdadeiramente e de se encontrar com o Absoluto, pois tal encontro exige um despojar-se das imagens que se armazenam na memória, no hipocampo cerebral, e lançar mão da visão e das memórias da alma. Eckhart, mestre dominicano alemão, concebia a imagem do Absoluto refletida na alma humana a partir da desconstrução de todas as outras imagens nela pré-concebidas, e sua teoria se faz mais atual do que nunca. Por isso, através do estudo da obra eckhartiana, este projeto de pesquisa buscará mostrar a importância da desconstrução da imagem tradicional de Deus para que se alcance o conhecimento do Absoluto, em espírito e em verdade.

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  • SAMANTHA LOPES INACIO DA SILVA
  • Apropriação do conceito de vontade de poder em Psicologia do Inconsciente de C.G.Jung

  • Data: 15/12/2020

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  • A nossa proposta será explanar como o conceito de vontade de poder, originariamente formulado por Friedrich W. Nietzsche, é usado por C. G. Jung em sua obra Psicologia do Inconsciente (Über die Psychologie des Unbewussten) para resolver um problema presente na primeira escola psicanalítica, a saber, a unilateralidade da neurose. Analisando primeiramente como Jung identifica lacunas na teoria da repressão freudiana, é possível acompanharmos como seu argumento nos levará à uma nova reformulação da neurose, através de um outro ponto de vista, como consta em sua obra, da apropriação que Alfred Adler faz do conceito vontade de poder de Nietzsche. Em Psicologia do Inconsciente, veremos que Jung se valerá do antagonismo entre a teoria de Eros de Sigmund Freud, que defende veementemente a repressão da pulsão erótico-sexual como força motriz da doença nervosa e, a teoria de Alfred Adler, que, por sua vez, considera o poder contemplado pelo ego como o principal mecanismo característico do caráter nervoso. Ao analisar, de igual modo, ambas as teorias – tanto suas contribuições como suas lacunas –, Jung chegará na conclusão de que o problema da neurose pode ser resolvido a partir de uma síntese entre Eros e a vontade de poder. É, por fim, através da possibilidade de unificação desses antagonismos que Jung desenvolverá uma ideia basilar em sua Psicologia Analítica, a saber, os tipos psicológicos (ou tipos de atitude).


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  • A nossa proposta será explanar como o conceito de vontade de poder, originariamente formulado por Friedrich W. Nietzsche, é usado por C. G. Jung em sua obra Psicologia do Inconsciente (Über die Psychologie des Unbewussten) para resolver um problema presente na primeira escola psicanalítica, a saber, a unilateralidade da neurose. Analisando primeiramente como Jung identifica lacunas na teoria da repressão freudiana, é possível acompanharmos como seu argumento nos levará à uma nova reformulação da neurose, através de um outro ponto de vista, como consta em sua obra, da apropriação que Alfred Adler faz do conceito vontade de poder de Nietzsche. Em Psicologia do Inconsciente, veremos que Jung se valerá do antagonismo entre a teoria de Eros de Sigmund Freud, que defende veementemente a repressão da pulsão erótico-sexual como força motriz da doença nervosa e, a teoria de Alfred Adler, que, por sua vez, considera o poder contemplado pelo ego como o principal mecanismo característico do caráter nervoso. Ao analisar, de igual modo, ambas as teorias – tanto suas contribuições como suas lacunas –, Jung chegará na conclusão de que o problema da neurose pode ser resolvido a partir de uma síntese entre Eros e a vontade de poder. É, por fim, através da possibilidade de unificação desses antagonismos que Jung desenvolverá uma ideia basilar em sua Psicologia Analítica, a saber, os tipos psicológicos (ou tipos de atitude).

2019
Dissertações
1
  • GUILHERME DE LUCAS APARECIDO BARBOSA
  • ADMIRÁVEL NOVA ATLÂNTIDA: O programa baconiano e a distopia contemporânea
  • Orientador : LUCIANA ZATERKA
  • Data: 04/02/2019

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2
  • SÉRGIO LIMA DOS SANTOS NASTASI
  • Devir-secunda: ativismos das juventudes contemporâneas entre as imagens-clichê

  • Orientador : ALEXANDER DE FREITAS
  • Data: 27/02/2019

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  • nihil


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  • nihil

3
  • PORFIRIO AMARILLA FILHO
  • ESCÓLIO GERAL DOS PRINCIPIA: UM ESTUDO SOBRE A METAFÍSICA NEWTONIANA E O DIÁLOGO COM AS TESES CARTESIANAS

  • Orientador : ANASTASIA GUIDI ITOKAZU
  • Data: 28/02/2019

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  • nihil


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  • nihil

4
  • ROBERT VAGNER SOARES DA PAIXÃO JUNIOR
  • O relato de conversão no livro VIII das Confissões de Agostinho

  • Orientador : CRISTIANE NEGREIROS ABBUD AYOUB
  • Data: 09/05/2019

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5
  • GABRIEL GOMES MUNHOZ
  • A DISTRAÇÃO NA CULTURA DE MASSA: uma análise a partir de Walter Benjamin e Siegfried Kracauer

  • Orientador : MARILIA MELLO PISANI
  • Data: 14/05/2019

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  • Não informado.

6
  • CATERINE ZAPATA ZILIO BARROS
  • Como educar para a virtude na Idade das Paixões? Uma reflexão sobre a educação moral no Emílio ou Da Educação de Jean-Jacques Rousseau

  • Orientador : PATRICIA DEL NERO VELASCO
  • Data: 11/09/2019

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  • A presente pesquisa investiga as estratégias pedagógicas empregadas pelo preceptor para conduzir seu aluno à virtude na Idade das Paixões, conforme descrito no Livro IV da obra Emílio ou Da Educação de Jean-Jacques Rousseau. No primeiro capítulo nos dedicamos à contextualização deste tratado dentro do pensamento de Rousseau, posicionando-o em relação às demais produções do genebrino, especialmente o Primeiro e o Segundo Discurso. No segundo capítulo investigamos o alvo do projeto educacional estabelecido no Emílio, desenvolvendo conceitos como felicidade, força, liberdade e virtude, porque sem o esclarecimento relativo à questão dos fins, não seria possível compreender os meios empregados pelo preceptor. No terceiro e último capítulo analisamos cada uma das estratégias pedagógicas apresentadas pelo genebrino, dando destaque ao papel desempenhado pelas diferentes faculdades e paixões do aluno no processo de educação para a virtude. Dividimos a exposição em dois eixos: educação dos sentimentos e educação das luzes, passando pelo estudo dos homens, o estudo da religião e as lições sobre o amor, última instrução que prepara e antecede a introdução de Emílio na sociedade, momento em que observamos os resultados da aplicação do método.


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  • A presente pesquisa investiga as estratégias pedagógicas empregadas pelo preceptor para conduzir seu aluno à virtude na Idade das Paixões, conforme descrito no Livro IV da obra Emílio ou Da Educação de Jean-Jacques Rousseau. No primeiro capítulo nos dedicamos à contextualização deste tratado dentro do pensamento de Rousseau, posicionando-o em relação às demais produções do genebrino, especialmente o Primeiro e o Segundo Discurso. No segundo capítulo investigamos o alvo do projeto educacional estabelecido no Emílio, desenvolvendo conceitos como felicidade, força, liberdade e virtude, porque sem o esclarecimento relativo à questão dos fins, não seria possível compreender os meios empregados pelo preceptor. No terceiro e último capítulo analisamos cada uma das estratégias pedagógicas apresentadas pelo genebrino, dando destaque ao papel desempenhado pelas diferentes faculdades e paixões do aluno no processo de educação para a virtude. Dividimos a exposição em dois eixos: educação dos sentimentos e educação das luzes, passando pelo estudo dos homens, o estudo da religião e as lições sobre o amor, última instrução que prepara e antecede a introdução de Emílio na sociedade, momento em que observamos os resultados da aplicação do método.

7
  • ROBÉRIO HONORATO DOS SANTOS
  • Acerca da racionalidade totalitária em Hannah Arendt: da experiência totalitária ao repensar os sentidos da política

  • Orientador : SUZE DE OLIVEIRA PIZA
  • Data: 13/09/2019

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  • RESUMO

     

    Essa pesquisa tem como ponto de partida a denúncia efetuada por Hannah Arendt acerca da presença de elementos totalitários nas sociedades não totalitárias. Defendemos com Arendt que esses elementos não somente são fruto de uma racionalidade totalitária que os cristalizaram nos movimentos, regimes e governos totalitários, mas que, a despeito do término dessa tríade, fortalecida por ela, a racionalidade totalitária continua intencionalmente arquitetando rupturas aos sentidos da experiência político-existencial na atualidade. Nesse sentido, o problema do presente trabalho pode assim ser posto através das seguintes questões: Quais são os traços da racionalidade totalitária apresentados por Hannah Arendt em sua obra?  Pode a política tal como a compreende Hannah Arendt exercer uma ação de resistência e oposição aos traços da racionalidade totalitária? Qual o papel da política em Hannah Arendt para repensar novas experiências políticas e existenciais do ser humano nas sociedades atuais? Visamos problematizar alguns dos traços da racionalidade totalitária, sobremaneira àqueles que consideramos mais marcantes, destacando suas implicações sobre a experiência político-existencial do ser humano no presente. Em um contexto de crescente ultraconservadorismo no qual nos encontramos buscar resistir, se opor e repensar a política tal qual se afigura na atualidade é de extrema relevância, razão pela qual a tese desse trabalho é justificada. Nosso objetivo a partir daí é defender a tese de que os sentidos da política, notadamente a liberdade, a ação e a natalidade, não somente conferem dignidade à política em Hannah Arendt, mas que neles há elementos de resistência e oposição à racionalidade totalitária, além de oferecer pistas para repensarmos a política no presente, em vista de sua dignidade, portanto, de novos formatos nos quais a política possa aparecer autenticamente. Enfim, são as características inerentes aos próprios sentidos da política em Hannah Arendt, como a pluralidade, a imprevisibilidade e irreversibilidade da ação, a novidade que a liberdade e a natalidade podem ensejar no mundo, a improbabilidade da natalidade que, assim como a ação e a liberdade em conjunto, trazem o potencial de inscrever no mundo o novo, reatualizando-o. Dessa forma, os sentidos da política certamente se colocam como fatores de resistência e oposição à racionalidade totalitária, e ao dignificarem a política na filosofia de Hannah Arendt, portam elementos imprescindíveis para repensarmos o que estamos fazendo com aquilo que se chama de política na atualidade.

    Palavras-chave: Racionalidade totalitária, sentidos da política, dignidade da política, Hannah Arendt.


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  • RESUMO

     

    Essa pesquisa tem como ponto de partida a denúncia efetuada por Hannah Arendt acerca da presença de elementos totalitários nas sociedades não totalitárias. Defendemos com Arendt que esses elementos não somente são fruto de uma racionalidade totalitária que os cristalizaram nos movimentos, regimes e governos totalitários, mas que, a despeito do término dessa tríade, fortalecida por ela, a racionalidade totalitária continua intencionalmente arquitetando rupturas aos sentidos da experiência político-existencial na atualidade. Nesse sentido, o problema do presente trabalho pode assim ser posto através das seguintes questões: Quais são os traços da racionalidade totalitária apresentados por Hannah Arendt em sua obra?  Pode a política tal como a compreende Hannah Arendt exercer uma ação de resistência e oposição aos traços da racionalidade totalitária? Qual o papel da política em Hannah Arendt para repensar novas experiências políticas e existenciais do ser humano nas sociedades atuais? Visamos problematizar alguns dos traços da racionalidade totalitária, sobremaneira àqueles que consideramos mais marcantes, destacando suas implicações sobre a experiência político-existencial do ser humano no presente. Em um contexto de crescente ultraconservadorismo no qual nos encontramos buscar resistir, se opor e repensar a política tal qual se afigura na atualidade é de extrema relevância, razão pela qual a tese desse trabalho é justificada. Nosso objetivo a partir daí é defender a tese de que os sentidos da política, notadamente a liberdade, a ação e a natalidade, não somente conferem dignidade à política em Hannah Arendt, mas que neles há elementos de resistência e oposição à racionalidade totalitária, além de oferecer pistas para repensarmos a política no presente, em vista de sua dignidade, portanto, de novos formatos nos quais a política possa aparecer autenticamente. Enfim, são as características inerentes aos próprios sentidos da política em Hannah Arendt, como a pluralidade, a imprevisibilidade e irreversibilidade da ação, a novidade que a liberdade e a natalidade podem ensejar no mundo, a improbabilidade da natalidade que, assim como a ação e a liberdade em conjunto, trazem o potencial de inscrever no mundo o novo, reatualizando-o. Dessa forma, os sentidos da política certamente se colocam como fatores de resistência e oposição à racionalidade totalitária, e ao dignificarem a política na filosofia de Hannah Arendt, portam elementos imprescindíveis para repensarmos o que estamos fazendo com aquilo que se chama de política na atualidade.

    Palavras-chave: Racionalidade totalitária, sentidos da política, dignidade da política, Hannah Arendt.

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  • FELIPE RIBEIRO
  • Consciência histórica, hermenêutica e crítica da ideologia: um estudo sobre o debate Habermas-Gadamer

  • Orientador : FERNANDO COSTA MATTOS
  • Data: 16/09/2019

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  • Esta dissertação busca reconstruir o debate Habermas-Gadamer tendo por fio condutor a noção hermenêutica de consciência histórica. Partindo de uma sugestão de Habermas, mostraremos como a consciência histórica gadameriana tem uma intenção crítica, em dois sentidos: por um lado, ela refere-se a uma autocrítica do sujeito da interpretação, pela qual ele aprende a historicizar suas concepções prévias, rompendo com a autocompreensão objetivista do processo de conhecimento; por outro, ela refere-se à capacidade que todo intérprete, ao refletir sobre a tradição em que se insere, tem de revisar criticamente os esquemas herdados e modificá-los com vistas a interesses práticos contemporâneos. A partir daí, retomaremos o interesse de Habermas pela hermenêutica, focando no combate contra o positivismo e em sua teoria dos interesses do conhecimento. Veremos como, para Habermas, embora Dilthey seja uma figura central para a consolidação do interesse prático do conhecimento, ele permaneceu todavia atrelado ao positivismo, de forma que é apenas em Gadamer que encontramos o aprofundamento de uma autorreflexão crítica. Isto posto, passaremos às críticas de Habermas: para este, apesar de suas vantagens, Gadamer absolutizou a historicidade e a dependência do conhecimento a contextos, pondo em risco seus próprio ganhos críticos. Daí que Habermas busque conduzir o interesse crítico da hermenêutica para além dela, estabelecendo limites para a noção hermenêutica de consciência histórica. Essa passagem se dá em dois momentos: por um lado, Habermas quer ampliar a consciência do presente na forma de uma sociologia da atualidade capaz de dar conta do nexo entre tradição, dominação e trabalho; por outro, é necessário legitimar uma reconstrução racional da competência comunicativa, que explicitaria a racionalidade inerente à comunicação e que não é puramente dependente de um contexto histórico. Esse seria o programa geral de uma passagem da hermenêutica à crítica da ideologia, que busca ser uma crítica sistemática da tradição. Passagem problemática, porém, pois veremos, com Gadamer, que a proposta de uma reconstrução teórica da linguagem corre o risco de certo objetivismo e, no limite, de ideologia: se ela se furta à reflexão histórica, ela já pode ser um pressuposto dogmático e aistórico usado para criticar comunicações “distorcidas”. É nessa linha que Gadamer cobrará uma reflexão hermenêutica sobre a crítica da ideologia que a re-situalize. Essa volta a Gadamer nos permitirá defender, nas “Considerações finais”, a posição de que o interesse do debate está justamente nos constantes pontos de tensão entre ambos autores, e não na opção por um outro, preferindo portanto mantê-los naquilo que Bernstein chamará de uma “constelação tensa”.


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  • Esta dissertação busca reconstruir o debate Habermas-Gadamer tendo por fio condutor a noção hermenêutica de consciência histórica. Partindo de uma sugestão de Habermas, mostraremos como a consciência histórica gadameriana tem uma intenção crítica, em dois sentidos: por um lado, ela refere-se a uma autocrítica do sujeito da interpretação, pela qual ele aprende a historicizar suas concepções prévias, rompendo com a autocompreensão objetivista do processo de conhecimento; por outro, ela refere-se à capacidade que todo intérprete, ao refletir sobre a tradição em que se insere, tem de revisar criticamente os esquemas herdados e modificá-los com vistas a interesses práticos contemporâneos. A partir daí, retomaremos o interesse de Habermas pela hermenêutica, focando no combate contra o positivismo e em sua teoria dos interesses do conhecimento. Veremos como, para Habermas, embora Dilthey seja uma figura central para a consolidação do interesse prático do conhecimento, ele permaneceu todavia atrelado ao positivismo, de forma que é apenas em Gadamer que encontramos o aprofundamento de uma autorreflexão crítica. Isto posto, passaremos às críticas de Habermas: para este, apesar de suas vantagens, Gadamer absolutizou a historicidade e a dependência do conhecimento a contextos, pondo em risco seus próprio ganhos críticos. Daí que Habermas busque conduzir o interesse crítico da hermenêutica para além dela, estabelecendo limites para a noção hermenêutica de consciência histórica. Essa passagem se dá em dois momentos: por um lado, Habermas quer ampliar a consciência do presente na forma de uma sociologia da atualidade capaz de dar conta do nexo entre tradição, dominação e trabalho; por outro, é necessário legitimar uma reconstrução racional da competência comunicativa, que explicitaria a racionalidade inerente à comunicação e que não é puramente dependente de um contexto histórico. Esse seria o programa geral de uma passagem da hermenêutica à crítica da ideologia, que busca ser uma crítica sistemática da tradição. Passagem problemática, porém, pois veremos, com Gadamer, que a proposta de uma reconstrução teórica da linguagem corre o risco de certo objetivismo e, no limite, de ideologia: se ela se furta à reflexão histórica, ela já pode ser um pressuposto dogmático e aistórico usado para criticar comunicações “distorcidas”. É nessa linha que Gadamer cobrará uma reflexão hermenêutica sobre a crítica da ideologia que a re-situalize. Essa volta a Gadamer nos permitirá defender, nas “Considerações finais”, a posição de que o interesse do debate está justamente nos constantes pontos de tensão entre ambos autores, e não na opção por um outro, preferindo portanto mantê-los naquilo que Bernstein chamará de uma “constelação tensa”.

9
  • MATEUS SOARES DE SOUZA
  • Método e Totalidade em Georg Lukács: de História e Consciência de Classe à Ontologia do Ser Social

  • Orientador : BRUNO NADAI
  • Data: 17/09/2019

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  • Nosso texto pretende abordar a relação entre a noção de método e a categoria de totalidade na obra de Georg Lukács. Propomos investigar como esta categoria opera na engrenagem argumentativa de História e Consciência de Classe e como ela se transforma e passa a operar na Ontologia do Ser Social. Em História e Consciência de Classe a categoria de totalidade é tomada em dois sentidos metodológicos, entendidos aqui como a operação específica que a categoria realiza na engenharia argumentativa do autor, a saber: a soma das diversas esferas de vida para compor a ‘totalidade social’ e o processo de identidade entre sujeito e objeto. No Prefácio à Segunda Edição esta categoria sofre severa crítica e, por fim, na Ontologia do Ser Social ela se apresenta de maneira reformulada. O autor indica, no Prefácio, que a formulação inicial em História e Consciência de Classe, na perspectiva da identidade entre sujeito e objeto, apresentava uma preponderância do aspecto lógico em detrimento do aspecto ontológico. Já na Ontologia essa categoria passa a atuar metodologicamente como a articuladora das categorias de teleologia e causalidade para entendermos a categoria trabalho, em sua atividade de “pôr teleológico”, apresentada como “princípio ontológico fundamental”. A totalidade também se faz presente na argumentação da categoria de reprodução social, entendida como um ‘complexo de complexos’. Apresentamos a hipótese de que há semelhança na operação metodológica que a totalidade realiza na engenharia argumentativa luckcsiana, seja como soma das diversas esferas de vida em História e Consciência de Classe seja como articuladora dos diversos complexos categoriais no entendimento da sociedade como um complexo de complexos, na Ontologia do Ser Social, o que sustenta a perspectiva de leitura a partir da idéia de uma ‘continuidade transformada’ da categoria nas obras em tela.


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  • Nosso texto pretende abordar a relação entre a noção de método e a categoria de totalidade na obra de Georg Lukács. Propomos investigar como esta categoria opera na engrenagem argumentativa de História e Consciência de Classe e como ela se transforma e passa a operar na Ontologia do Ser Social. Em História e Consciência de Classe a categoria de totalidade é tomada em dois sentidos metodológicos, entendidos aqui como a operação específica que a categoria realiza na engenharia argumentativa do autor, a saber: a soma das diversas esferas de vida para compor a ‘totalidade social’ e o processo de identidade entre sujeito e objeto. No Prefácio à Segunda Edição esta categoria sofre severa crítica e, por fim, na Ontologia do Ser Social ela se apresenta de maneira reformulada. O autor indica, no Prefácio, que a formulação inicial em História e Consciência de Classe, na perspectiva da identidade entre sujeito e objeto, apresentava uma preponderância do aspecto lógico em detrimento do aspecto ontológico. Já na Ontologia essa categoria passa a atuar metodologicamente como a articuladora das categorias de teleologia e causalidade para entendermos a categoria trabalho, em sua atividade de “pôr teleológico”, apresentada como “princípio ontológico fundamental”. A totalidade também se faz presente na argumentação da categoria de reprodução social, entendida como um ‘complexo de complexos’. Apresentamos a hipótese de que há semelhança na operação metodológica que a totalidade realiza na engenharia argumentativa luckcsiana, seja como soma das diversas esferas de vida em História e Consciência de Classe seja como articuladora dos diversos complexos categoriais no entendimento da sociedade como um complexo de complexos, na Ontologia do Ser Social, o que sustenta a perspectiva de leitura a partir da idéia de uma ‘continuidade transformada’ da categoria nas obras em tela.

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  • RENATO RODRIGUES DOS SANTOS
  • As concupiscências e a cisão da vontade nas Confissões de Agostinho

  • Orientador : CRISTIANE NEGREIROS ABBUD AYOUB
  • Data: 17/09/2019

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  • A vontade é um conceito central na filosofia agostiniana. Ela é o motor da busca humana pela vida feliz que é possível somente junto a Deus. Entretanto, dotada de livre-arbítrio, a vontade humana pode optar por não se direcionar a Deus, assumindo uma condição decaída. Neste cenário, o ser humano é constituído por uma dupla inclinação: a vontade de felicidade, que tende ao amor a Deus, e a concupiscência, que não tende ao amor a Deus, mas às criaturas (mundo e ser humano). Essas duas vontades, opostas, cindem a alma humana e estabelecem um conflito interno. O objetivo desta dissertação é examinar as concupiscências e a cisão da vontade. Para isso, analisaremos os livro VIII e X das Confissões.


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  • A vontade é um conceito central na filosofia agostiniana. Ela é o motor da busca humana pela vida feliz que é possível somente junto a Deus. Entretanto, dotada de livre-arbítrio, a vontade humana pode optar por não se direcionar a Deus, assumindo uma condição decaída. Neste cenário, o ser humano é constituído por uma dupla inclinação: a vontade de felicidade, que tende ao amor a Deus, e a concupiscência, que não tende ao amor a Deus, mas às criaturas (mundo e ser humano). Essas duas vontades, opostas, cindem a alma humana e estabelecem um conflito interno. O objetivo desta dissertação é examinar as concupiscências e a cisão da vontade. Para isso, analisaremos os livro VIII e X das Confissões.

11
  • VAGNER NUNES PEREIRA
  • Ação ética: A contribuição de Leopoldo Zea para uma filosofia da ação

  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 17/09/2019

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  • O objetivo deste trabalho é, com a apropriação da filosofia de Leopoldo Zea, buscar elementos que possam contribuir para a ação e pensamento éticos. Para tanto dividimos a pesquisa em dois momentos, que se tornaram os capítulos. No primeiro o filósofo mexicano, que está na base da Filosofia da Libertação e tem suas reflexões construídas partindo da circunstância mexicana e latino-americana, foi estudado sistematicamente, buscando em sua obra a compreensão das categorias chaves em seu pensamento: circunstância, mestiçagem, tomada de consciência, responsabilidade, que foram apresentadas e discutidas, já de forma a serem trazidas à baila para a reflexão que se seguirá. Com a apropriação dessas categorias, no momento seguinte, capítulo dois, passamos ao objeto central de nossa pesquisa, refletir a construção de uma ética hipócrita e cínica ao largo da história, que baliza as relações pautadas no modelo de relação senhor-escravo, verticalizando a convivência humana desse continente. A discussão caminha para a defesa da necessidade de tomada de consciência desta circunstância, o que culminaria com uma Ação Ética e sua reflexão, uma Filosofia da ação. Importante destacar que, muito mais que dar uma resposta, o trabalho tem caráter de provocação à reflexão e ação, em que o caminho permanece aberto para discussão, melhoramento e reconstrução.


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  • O objetivo deste trabalho é, com a apropriação da filosofia de Leopoldo Zea, buscar elementos que possam contribuir para a ação e pensamento éticos. Para tanto dividimos a pesquisa em dois momentos, que se tornaram os capítulos. No primeiro o filósofo mexicano, que está na base da Filosofia da Libertação e tem suas reflexões construídas partindo da circunstância mexicana e latino-americana, foi estudado sistematicamente, buscando em sua obra a compreensão das categorias chaves em seu pensamento: circunstância, mestiçagem, tomada de consciência, responsabilidade, que foram apresentadas e discutidas, já de forma a serem trazidas à baila para a reflexão que se seguirá. Com a apropriação dessas categorias, no momento seguinte, capítulo dois, passamos ao objeto central de nossa pesquisa, refletir a construção de uma ética hipócrita e cínica ao largo da história, que baliza as relações pautadas no modelo de relação senhor-escravo, verticalizando a convivência humana desse continente. A discussão caminha para a defesa da necessidade de tomada de consciência desta circunstância, o que culminaria com uma Ação Ética e sua reflexão, uma Filosofia da ação. Importante destacar que, muito mais que dar uma resposta, o trabalho tem caráter de provocação à reflexão e ação, em que o caminho permanece aberto para discussão, melhoramento e reconstrução.

12
  • GUSTAVO PENHA LEMES DA SILVA
  • DO VÍNCULO ESPACIAL DAS TONALIDADES AFETIVAS DO MEDO E DA ANGÚSTIA EM SER E TEMPO DE MARTIN HEIDEGGER

  • Orientador : FERNANDO COSTA MATTOS
  • Data: 16/10/2019

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  • Pretende-se demonstrar a relação em geral entre disposição (Befindlichkeit)e espaço, e, de forma mais específica, uma possível ligação entre o espaço e o fenômeno da angústia no Dasein, pois esta, que tem papel decisivo no tratado, tradicionalmente  compreende-se tradicionalmente como vinculada ao fenômeno do tempo. Além da angústia, Ser e tempo aborda também a afinação (Sstimmung) do medo, já que este tem afinidade com aquela e é analisado de forma anterior e preparatória para o fenômeno da angústia, em razão de sua conexão ontológica.


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  • Pretende-se demonstrar a relação em geral entre disposição (Befindlichkeit)e espaço, e, de forma mais específica, uma possível ligação entre o espaço e o fenômeno da angústia no Dasein, pois esta, que tem papel decisivo no tratado, tradicionalmente  compreende-se tradicionalmente como vinculada ao fenômeno do tempo. Além da angústia, Ser e tempo aborda também a afinação (Sstimmung) do medo, já que este tem afinidade com aquela e é analisado de forma anterior e preparatória para o fenômeno da angústia, em razão de sua conexão ontológica.

13
  • GUSTAVO MAZZARÃO RODRIGUES
  • O teor político da educação em Jean-Jacques Rousseau

  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 28/10/2019

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  • A presente pesquisa tem como objeto de estudos a conexão entre as concepções de natureza, política e educação de Jean-Jacques Rousseau. Mais precisamente investigo a maneira como essas três concepções se sustentam reciprocamente e, conjugadas, formam o que chamo de projeto político pedagógico de Rousseau. A composição da pesquisa tem por base, a princípio, a análise da própria obra de Rousseau e a identificação de elementos teóricos que constituem uma unidade em seu pensamento político e pedagógico. Identificados os conceitos básicos que sustentam o pensamento de Rousseau, passo a complementar a pesquisa com comentadores. A dissertação está organizada em dois capítulos, nos quais intento estabelecer um trajeto lógico e não necessariamente cronológico. No Capítulo I é discutida a concepção de natureza humana, tendo como objetivo apresentar ao leitor a concepção de Rousseau sobre as características essenciais da natureza humana, assim como as características mentais, morais, emocionais e materiais dessa condição de natureza. Trago, ao final desse capítulo, uma reflexão sobre o processo de degenerescência, isto é, de afastamento da condição natural e edificação do estado civil. O Capítulo II é dedicado à reflexão sobre o primeiro e segundo capítulos do Contrato Social (1762) e sobre a obra Emílio ou da Educação (1762). Discuto, portanto, sobre como há uma interconexão entre o indivíduo formado segundo a pedagogia descrita no Emílio ou da Educação e a substância moral formada no interior da hipotética sociedade descrita no Contrato Social. Unindo política e educação, esse capítulo encerra os objetivos desse trabalho, a saber: identificar o teor político da proposta pedagógica de Jean-Jacques Rousseau.


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  • A presente pesquisa tem como objeto de estudos a conexão entre as concepções de natureza, política e educação de Jean-Jacques Rousseau. Mais precisamente investigo a maneira como essas três concepções se sustentam reciprocamente e, conjugadas, formam o que chamo de projeto político pedagógico de Rousseau. A composição da pesquisa tem por base, a princípio, a análise da própria obra de Rousseau e a identificação de elementos teóricos que constituem uma unidade em seu pensamento político e pedagógico. Identificados os conceitos básicos que sustentam o pensamento de Rousseau, passo a complementar a pesquisa com comentadores. A dissertação está organizada em dois capítulos, nos quais intento estabelecer um trajeto lógico e não necessariamente cronológico. No Capítulo I é discutida a concepção de natureza humana, tendo como objetivo apresentar ao leitor a concepção de Rousseau sobre as características essenciais da natureza humana, assim como as características mentais, morais, emocionais e materiais dessa condição de natureza. Trago, ao final desse capítulo, uma reflexão sobre o processo de degenerescência, isto é, de afastamento da condição natural e edificação do estado civil. O Capítulo II é dedicado à reflexão sobre o primeiro e segundo capítulos do Contrato Social (1762) e sobre a obra Emílio ou da Educação (1762). Discuto, portanto, sobre como há uma interconexão entre o indivíduo formado segundo a pedagogia descrita no Emílio ou da Educação e a substância moral formada no interior da hipotética sociedade descrita no Contrato Social. Unindo política e educação, esse capítulo encerra os objetivos desse trabalho, a saber: identificar o teor político da proposta pedagógica de Jean-Jacques Rousseau.

14
  • LEONARDO DE SERQUEIRA MAURO
  • Da filosofia à astronomia: Johannes Kepler e a obtenção das leis dos movimentos planetários

  • Orientador : MARILIA MELLO PISANI
  • Data: 30/10/2019

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  • O presente trabalho visa abordar a importância que o pensamento apriorístico e metafísico traz para a formulação das teorias filosóficas e científicas. Na história da astronomia, estas formas de se abordar um problema têm sido combinadas de diversas maneiras com o empirismo, pois é necessário se confrontar a tese com a experimentação. Para entendermos como a teoria pode estar aliada à experimentação, vamos estudar a maneira como Johannes Kepler, astrônomo, matemático e filósofo, obteve as leis do movimento planetário conhecidas como as "três leis de Kepler", utilizando parte do que havia sido experimentado por outro grande cientista da época, Tycho Brahe, o heliocentrismo de Copérnico e expedientes matemáticos desenvolvidos por Ptolomeu. A teoria kepleriana estava fundamentada em seus estudos matemáticos e filosóficos, mas sua crença em um Criador geômetra não era suficiente para sustentar o modelo por ele proposto. Após coletar novos dados experimentais e rever seus métodos de abordagem, Kepler pôde, enfim, unir a teoria com a experimentação, a física com a astronomia, e esta nova abordagem deu origem à Astronomia moderna.



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  • O presente trabalho visa abordar a importância que o pensamento apriorístico e metafísico traz para a formulação das teorias filosóficas e científicas. Na história da astronomia, estas formas de se abordar um problema têm sido combinadas de diversas maneiras com o empirismo, pois é necessário se confrontar a tese com a experimentação. Para entendermos como a teoria pode estar aliada à experimentação, vamos estudar a maneira como Johannes Kepler, astrônomo, matemático e filósofo, obteve as leis do movimento planetário conhecidas como as "três leis de Kepler", utilizando parte do que havia sido experimentado por outro grande cientista da época, Tycho Brahe, o heliocentrismo de Copérnico e expedientes matemáticos desenvolvidos por Ptolomeu. A teoria kepleriana estava fundamentada em seus estudos matemáticos e filosóficos, mas sua crença em um Criador geômetra não era suficiente para sustentar o modelo por ele proposto. Após coletar novos dados experimentais e rever seus métodos de abordagem, Kepler pôde, enfim, unir a teoria com a experimentação, a física com a astronomia, e esta nova abordagem deu origem à Astronomia moderna.


15
  • ZÓZIMO ADEODATO FERNANDES
  • Devir professor - a experiência do acontecimento

  • Orientador : ANDRE LUIS LA SALVIA
  • Data: 09/12/2019

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  • Acontecimento é a palavra chave! Seguindo os passos de Deleuze e Guattari, o acontecimento é condição mesma sob a qual o pensamento pensa, a partir de um encontro com o fora que nos força a pensar, operando um corte no caos por um plano de imanência. Assim, os encontros/acontecimentos que recortam essa pesquisa e que nortearam nossas experimentações/singularizações, podem ser divididas em três linhas de força: O primeiro é o acontecimento estético, que surge a partir de uma linha de fuga e resistência ao modus operandida escola, com sua política disciplinar e de bloqueio/controle das forças criativas. O segundo é o acontecimento político, gerado no vórtice do movimento secundarista de ocupações das escolas como forma de resistência à macropolítica que, por sua vez, desencadeou o terceiro, que é o acontecimento ético-político, caracterizado pelo processo de experimentação micropolítica das práticas escolares e suas implicações para o processo de singularização das subjetividades e para as possibilidades de reexistência. Juntas, as três linhas de força traçam o plano de imanência onde, de acordo com o título deste trabalho, consiste o devir-professor. 


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  • Acontecimento é a palavra chave! Seguindo os passos de Deleuze e Guattari, o acontecimento é condição mesma sob a qual o pensamento pensa, a partir de um encontro com o fora que nos força a pensar, operando um corte no caos por um plano de imanência. Assim, os encontros/acontecimentos que recortam essa pesquisa e que nortearam nossas experimentações/singularizações, podem ser divididas em três linhas de força: O primeiro é o acontecimento estético, que surge a partir de uma linha de fuga e resistência ao modus operandida escola, com sua política disciplinar e de bloqueio/controle das forças criativas. O segundo é o acontecimento político, gerado no vórtice do movimento secundarista de ocupações das escolas como forma de resistência à macropolítica que, por sua vez, desencadeou o terceiro, que é o acontecimento ético-político, caracterizado pelo processo de experimentação micropolítica das práticas escolares e suas implicações para o processo de singularização das subjetividades e para as possibilidades de reexistência. Juntas, as três linhas de força traçam o plano de imanência onde, de acordo com o título deste trabalho, consiste o devir-professor. 

16
  • RENAN ALVES DO NASCIMENTO
  • O PROBLEMA DA PUNIÇÃO JURÍDICA NA FILOSOFIA DE SCHOPENHAUER

  • Orientador : FLAMARION CALDEIRA RAMOS
  • Data: 11/12/2019

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  • Esta Dissertação trata das questões correlatas ao problema da punição jurídica em Schopenhauer. Ao negar a liberdade das ações humanas, o filósofo não deixa espaço para fundamentar a responsabilidade jurídica. A lei penal, portanto, não tem a função de compensar o sujeito por suas faltas, mas de tão somente fazer evitar as ações injustas através da oferta de punições para cada ato socialmente mau. Uma vez que o mau seja praticado, a pena é executada sobre o indivíduo, o que o filósofo justifica como um aviso para que os outros cidadãos não façam o mesmo ao verem que a lei penal é cumprida. Nisso, o apenado figura apenas como um meio do qual o Estado tem um direito contratual de se servir. Tratamos do tema de se a punição não contradiz o objetivo prospectivo da lei penal de apenas fazer evitar as ações socialmente más, e buscamos a solução deste problema na doutrina do filósofo. Por fim, buscamos responder se em seu pensamento a função educativa da pena é ser admitida. 


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  • Esta Dissertação trata das questões correlatas ao problema da punição jurídica em Schopenhauer. Ao negar a liberdade das ações humanas, o filósofo não deixa espaço para fundamentar a responsabilidade jurídica. A lei penal, portanto, não tem a função de compensar o sujeito por suas faltas, mas de tão somente fazer evitar as ações injustas através da oferta de punições para cada ato socialmente mau. Uma vez que o mau seja praticado, a pena é executada sobre o indivíduo, o que o filósofo justifica como um aviso para que os outros cidadãos não façam o mesmo ao verem que a lei penal é cumprida. Nisso, o apenado figura apenas como um meio do qual o Estado tem um direito contratual de se servir. Tratamos do tema de se a punição não contradiz o objetivo prospectivo da lei penal de apenas fazer evitar as ações socialmente más, e buscamos a solução deste problema na doutrina do filósofo. Por fim, buscamos responder se em seu pensamento a função educativa da pena é ser admitida. 

17
  • GIOVANNA RAMOS MÖLLER
  • TAY, a robô feminizada fascista: um estudo de caso e a contribuição da crítica feminista à tecnologia.

  • Orientador : MARILIA MELLO PISANI
  • Data: 16/12/2019

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  • O objetivo desta dissertação de mestrado é refletir de maneira social e filosófica sobre o caso da robô feminizada fascista e colocar este caso como ponto de partida para discussões sobre a tecnologia e a sociedade. A expressão “robô feminizada fascista” refere-se a um software de simulação de diálogo chamado “TAY”, construído com persona feminizada pela empresa Microsoft em março de 2016. Em menos de um dia de atividade pública, o dispositivo saiu do controle corporativo e foi cooptado por grupos políticos que exploraram de forma estratégica as propriedades de aprendizado da máquina. Como resultado desses esforços específicos, o software disseminou conteúdos racistas, antissemitas, misóginos, eleitorais e de cunho sexual explícito na rede social Twitter. Para pensar sobre as implicações sociais da tecnologia, a dissertação se divide em três momentos: no primeiro, busco construir uma narrativa reflexiva dos fatos, informada por outros relatos e por materiais de imprensa da época; no segundo momento, coloco ideias que surgem desta interpretação do caso, centradas na hipótese filosófica e social da não neutralidade da tecnociência; no terceiro momento, desenvolvo essa hipótese a partir da sociologia da tecnologia e do tecnofeminismo tal como articulados nos trabalhos de Judy Wajcman. Enquanto a dissertação assume e aspira a um caráter interdisciplinar, ela também pretende exercitar o olhar crítico e historicamente informado com relação ao mundo contemporâneo. Assim, este trabalho pretende mostrar a importância da reflexão sobre os objetos tecnológicos concretos a partir das epistemologias feministas.


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  • O objetivo desta dissertação de mestrado é refletir de maneira social e filosófica sobre o caso da robô feminizada fascista e colocar este caso como ponto de partida para discussões sobre a tecnologia e a sociedade. A expressão “robô feminizada fascista” refere-se a um software de simulação de diálogo chamado “TAY”, construído com persona feminizada pela empresa Microsoft em março de 2016. Em menos de um dia de atividade pública, o dispositivo saiu do controle corporativo e foi cooptado por grupos políticos que exploraram de forma estratégica as propriedades de aprendizado da máquina. Como resultado desses esforços específicos, o software disseminou conteúdos racistas, antissemitas, misóginos, eleitorais e de cunho sexual explícito na rede social Twitter. Para pensar sobre as implicações sociais da tecnologia, a dissertação se divide em três momentos: no primeiro, busco construir uma narrativa reflexiva dos fatos, informada por outros relatos e por materiais de imprensa da época; no segundo momento, coloco ideias que surgem desta interpretação do caso, centradas na hipótese filosófica e social da não neutralidade da tecnociência; no terceiro momento, desenvolvo essa hipótese a partir da sociologia da tecnologia e do tecnofeminismo tal como articulados nos trabalhos de Judy Wajcman. Enquanto a dissertação assume e aspira a um caráter interdisciplinar, ela também pretende exercitar o olhar crítico e historicamente informado com relação ao mundo contemporâneo. Assim, este trabalho pretende mostrar a importância da reflexão sobre os objetos tecnológicos concretos a partir das epistemologias feministas.

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  • RAFAEL FERREIRA DE MELO BRITO DA SILVA
  • A REABILITAÇÃO DA ÉTICA DAS VIRTUDES NA FILOSOFIA MORAL DE ALASDAIR MACINTYRE

  • Orientador : FLAMARION CALDEIRA RAMOS
  • Data: 16/12/2019

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  • Alasdair MacIntyre apresenta um diagnóstico da filosofia moral contemporânea bastante polêmico e catastrófico: ela se encontra numa grave desordem na sua linguagem e na sua prática. O desacordo insolúvel é consequência da mudança de paradigma moral, iniciada com a modernidade e protagonizada pelos filósofos iluministas. Tal mudança consiste na substituição do paradigma teleológico pré-moderno que tem como protagonista Aristóteles e sua obra moral de maior importância, a Ética a Nicômaco. Foi a rejeição da teleologia, também porque foi amplamente assimilada pela tradição cristã, tendo Tomás de Aquino como seu protagonista, que fez com que a moral moderna buscasse um paradigma universalista racional, mas que resultou no que aí está. A solução que MacIntyre propõe para tal situação é reabilitar a ética das virtudes pré-moderna, não em sua totalidade mas naquilo que pode ajudar a responder os desafios contemporâneos. É por isso que propõe um novo conceito de virtude, ao qual estão subordinados os conceitos de prática, unidade narrativa e tradição.


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  • Alasdair MacIntyre apresenta um diagnóstico da filosofia moral contemporânea bastante polêmico e catastrófico: ela se encontra numa grave desordem na sua linguagem e na sua prática. O desacordo insolúvel é consequência da mudança de paradigma moral, iniciada com a modernidade e protagonizada pelos filósofos iluministas. Tal mudança consiste na substituição do paradigma teleológico pré-moderno que tem como protagonista Aristóteles e sua obra moral de maior importância, a Ética a Nicômaco. Foi a rejeição da teleologia, também porque foi amplamente assimilada pela tradição cristã, tendo Tomás de Aquino como seu protagonista, que fez com que a moral moderna buscasse um paradigma universalista racional, mas que resultou no que aí está. A solução que MacIntyre propõe para tal situação é reabilitar a ética das virtudes pré-moderna, não em sua totalidade mas naquilo que pode ajudar a responder os desafios contemporâneos. É por isso que propõe um novo conceito de virtude, ao qual estão subordinados os conceitos de prática, unidade narrativa e tradição.

19
  • JOSÉ ALEXANDRE THOMAZ FOGAÇA
  • Representacionalismo versus realismo direto: o estatuto da espécie inteligível em Tomás de Aquino

  • Orientador : MATTEO RASCHIETTI
  • Data: 17/12/2019

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  • Esta dissertação procura mostrar que na teoria do conhecimento de S.Tomás o ato intelectivo dá-se segundo uma intencionalidade das próprias coisas, isto é, o ato intelectivo intenciona a quididade das coisas ou as coisas nas suas naturezas próprias, segundo um modelo realista direto. Com este objetivo buscamos refutar algumas interpretações representacionalistas da gnoseologia tomista, chamando a nosso favor algumas interpretações de certos autores, ainda que alguns deles não se posicionem explicitamente no debate entre representacionalismo e realismo direto. Recusamos a interpretação representacionalista, contemplada nessa dissertação, basicamente pelos motivos de que ela aparece-nos muito mais semelhante a um desenvolvimento em matéria de gnoseologia posterior a S.Tomás do que baseada nos próprios textos de Aquino, e de que interpreta erroneamente o conceito de similitude entre o conceito e a coisa extramental em S.Tomás. Desse modo, consideramos a interpretação realista direta menos forçosa com relação aos textos de Aquino, especialmente porque estes insistem que o conceito é aquilo por meio do qual se intelige a quididade das coisas e não tanto aquilo no qual, como num retrato, numa representação, se intenciona essa quididade, e porque S.Tomás se mostra fiel ao princípio aristotélico de que o intelecto em ato é o inteligido em ato.


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  • Esta dissertação procura mostrar que na teoria do conhecimento de S.Tomás o ato intelectivo dá-se segundo uma intencionalidade das próprias coisas, isto é, o ato intelectivo intenciona a quididade das coisas ou as coisas nas suas naturezas próprias, segundo um modelo realista direto. Com este objetivo buscamos refutar algumas interpretações representacionalistas da gnoseologia tomista, chamando a nosso favor algumas interpretações de certos autores, ainda que alguns deles não se posicionem explicitamente no debate entre representacionalismo e realismo direto. Recusamos a interpretação representacionalista, contemplada nessa dissertação, basicamente pelos motivos de que ela aparece-nos muito mais semelhante a um desenvolvimento em matéria de gnoseologia posterior a S.Tomás do que baseada nos próprios textos de Aquino, e de que interpreta erroneamente o conceito de similitude entre o conceito e a coisa extramental em S.Tomás. Desse modo, consideramos a interpretação realista direta menos forçosa com relação aos textos de Aquino, especialmente porque estes insistem que o conceito é aquilo por meio do qual se intelige a quididade das coisas e não tanto aquilo no qual, como num retrato, numa representação, se intenciona essa quididade, e porque S.Tomás se mostra fiel ao princípio aristotélico de que o intelecto em ato é o inteligido em ato.

20
  • PEDRO HENRIQUE CARQUEJEIRO
  • Perspectiva linear: percepção do espaço, percepção de si

  • Orientador : PAULA PRISCILA BRAGA
  • Data: 19/12/2019

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  • Por que a perspectiva linear, sistematizada no Renascimento Italiano, persiste como forma de representação hegemônica na cultura ocidental, ainda que as condições epistêmicas para seu desenvolvimento não estejam mais presentes? Para responder à pergunta buscaremos caracterizar, em primeiro lugar, a perspectiva linear como um sistema coeso, especialmente a partir das conclusões de Panofsky (2014) e Damisch (2012). Em seguida, argumentaremos, com Koyré e Panofsky, que esse sistema inclui como parte necessária a conexão da legitimidade artística com o conhecimento científico. Por fim, retomando o conceito de visão perspectiva, de Panofsky, apontaremos para a ruptura que a arte moderna sugere, ao colocar em suspensão tanto a necessidade da conexão entre legitimidade artística e legitimidade científica, como a ideia de que a perspectiva linear é a única capaz de prover uma visão (no sentido de Panofsky). Argumentamos, finalmente, que a consistência ótica e a autorreferência atuam como condição de possibilidade da perspectiva linear, a partir da reelaboração das teorias apresentadas face à hipótese de que mudanças metodologicamente relevantes ocorreram desde o início do século XX.


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  • Por que a perspectiva linear, sistematizada no Renascimento Italiano, persiste como forma de representação hegemônica na cultura ocidental, ainda que as condições epistêmicas para seu desenvolvimento não estejam mais presentes? Para responder à pergunta buscaremos caracterizar, em primeiro lugar, a perspectiva linear como um sistema coeso, especialmente a partir das conclusões de Panofsky (2014) e Damisch (2012). Em seguida, argumentaremos, com Koyré e Panofsky, que esse sistema inclui como parte necessária a conexão da legitimidade artística com o conhecimento científico. Por fim, retomando o conceito de visão perspectiva, de Panofsky, apontaremos para a ruptura que a arte moderna sugere, ao colocar em suspensão tanto a necessidade da conexão entre legitimidade artística e legitimidade científica, como a ideia de que a perspectiva linear é a única capaz de prover uma visão (no sentido de Panofsky). Argumentamos, finalmente, que a consistência ótica e a autorreferência atuam como condição de possibilidade da perspectiva linear, a partir da reelaboração das teorias apresentadas face à hipótese de que mudanças metodologicamente relevantes ocorreram desde o início do século XX.

2018
Dissertações
1
  • VICTOR FERNANDO PAULINO MOREIRA
  • A epistemologia cartesiana e o conhecimento das naturezas simples materiais
  • Orientador : PAULO TADEU DA SILVA
  • Data: 12/03/2018

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2
3
  • GABRIEL VALIM ALCOBA RUIZ
  • A difusão do conhecimento tecnocientífico como imperativo da democracia contemporânea
  • Orientador : RENATO RODRIGUES KINOUCHI
  • Data: 23/03/2018

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4
  • RONALDO HERNANDES
  • O Transcendental e sua Imagem na Filosofia de Alain Badiou

  • Orientador : SUZE DE OLIVEIRA PIZA
  • Data: 24/09/2018

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5
  • LUAN FELIPE NOVAK NOBOA
  • Matéria e método na filosofia de Francis Bacon: interpretações sobre sua concepção de natureza

  • Orientador : LUCIANA ZATERKA
  • Data: 25/09/2018

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6
  • CAROLINA APARECIDA CAJAIBA
  • AS RAíZES DO SENSO MORAL PESSOAL: Um exame do conceito de pensamento em Hannah Arendt e do estágio do concernimento em D. W. Winnicott como base para a prevenção do mal banal

  • Orientador : SUZE DE OLIVEIRA PIZA
  • Data: 01/11/2018

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7
  • MÁRIO PAES LANDIM
  • A liberdade como princípio na Filosofia do Direito de Hegel

  • Orientador : LUIZ FERNANDO BARRERE MARTIN
  • Data: 30/11/2018

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2017
Dissertações
1
  • BRUNO REIKDAL LIMA
  • Fetichização do poder como fundamento da corrupção: uma proposta a partir da filosofia latino-americana de Enrique Dussel
  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 10/08/2017

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2
  • TATIANA PEIXOTO DOS SANTOS ALVES LIMA
  • PEDAGÓGICA ESTRANHADA: Crítica à educação para o mundo do trabalho
  • Orientador : DANIEL PANSARELLI
  • Data: 06/09/2017

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  • LUCAS DORADO DE LIMA
  • ARGUMENTAÇÃO E FILOSOFIA DO PLURALISMO: aproximações a partir d'A Nova Retórica
  • Orientador : PATRICIA DEL NERO VELASCO
  • Data: 11/09/2017

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  • THIAGO HENRIQUE CORTEZ DE LISBOA
  • AUTODETERMINAÇÃO: considerações sobre os aspectos ontológicos da liberdade humana na Ética de B. Espinosa
  • Orientador : LUCIANA ZATERKA
  • Data: 11/09/2017

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  • CRISTIANO DA ROCHA TAVARES
  • Da Astronomia Nova de Kepler: um estudo sobre a determinação da órbita elíptica de Marte
  • Orientador : ANASTASIA GUIDI ITOKAZU
  • Data: 19/09/2017

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  • ELISNEY DIAS FRANCISCO
  • O conceito de ser-impróprio e a angústia como caminho para um ser autêntico: Pensando uma ética em Heidegger
  • Orientador : FERNANDO COSTA MATTOS
  • Data: 19/09/2017

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8
  • PALUANA CURVELO LUQUIARI
  • Metodologia e rigor científico: um estudo de caso sobre os valores na cosmologia moderna
  • Orientador : PAULO TADEU DA SILVA
  • Data: 19/09/2017

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  • HELOÍSA VALÉRIA CASTRO
  • Lógica e antipsicologismo em Gottlob Frege: as críticas à teoria psicologista do significado e suas inter-relações com a consolidação da psicologia como ciência
  • Orientador : RENATO RODRIGUES KINOUCHI
  • Data: 17/10/2017

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  • DIEGO BLANCO DE SOUZA
  • Na fronteira dos corpos: Sujeitos de sexualidade e resistências
  • Orientador : MARILIA MELLO PISANI
  • Data: 27/10/2017

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  • PAULO LUIZ DOS REIS
  • DA CRÍTICA DE HERBERT MARCUSE À RAZÃO TECNOLÓGICA E SEUS FINS DESTRUTIVOS - Uma Leitura de "O Homem Unidimensional"
  • Orientador : MARILIA MELLO PISANI
  • Data: 23/11/2017

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  • SERGIO DA COSTA OGGIONI
  • A compreensão hegeliana da dialética no diálogo Parmênides de Platão nas Lições sobre a História da Filosofia
  • Orientador : LUIZ FERNANDO BARRERE MARTIN
  • Data: 04/12/2017

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  • ADRIANO VILELA MAFRA
  • O ¿¨¿¿°¿ª¿­¿° NO CORPVS: Vitrúvio e as Estruturas do Universo no Tratado de Arquitetura
  • Orientador : ANASTASIA GUIDI ITOKAZU
  • Data: 07/12/2017

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