SUJEITO DO DISCURSO – DISCURSO DO SUJEITO.
Os tempos atuais são considerados como a era da expansão e compartilhamento
instantâneo do conhecimento, no entanto, quando abordamos academicamente alguma
questão própria à surdez e a língua de sinais, a reação continua sendo de espanto e
novidade. É comum ouvir “nossa, nunca tinha pensado nisso! ”. Esse espanto aponta
para a problemática enfrentada cotidianamente por sujeitos surdos, eles não encontram
lugar de existência na sociedade majoritariamente ouvinte ao qual eles estão colocados.
Buscamos apontar de que forma a filosofia da linguagem nos dá ferramentas para
pensar a exclusão social que sujeitos surdos enfrentam diariamente, e o quanto isso
impacta na constituição da subjetividade deles, tendo em vista a noção de que o
reconhecimento de si e do outro se dá através da linguagem e pela linguagem, que é
compartilhada na vida comunitária. Vimos que, apesar de muitas lutas, a comunidade
surda continua resistindo e encontrando formas de se constituírem sujeitos para além
das (im)possibilidades que a sociedade majoritariamente ouvinte proporciona. O sujeito
surdo carregado de discursos ouvintistas, encontra sua própria voz e estabelece uma
nova ordem do discurso. Vamos falar sobre isso.